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domingo, 29 de julho de 2012

Abade Suger: não poupar arte nem riqueza no culto sagrado


“Nada será suficientemente precioso, belo e esplêndido para conter as Sagradas Espécies.

“Os cristãos no poderiam ornar com pedras preciosas os cálices de ouro que contêm o sangue de Cristo? “A beleza da casa de Deus deve dar aos fiéis um antegosto da beleza do Céu. “Por meio do deleite da beleza material, nós podemos ser levados à fruição espiritual da beleza suprema”.


São Tomás de Aquino e a pena de morte para os hereges


"É muito mais grave corromper a Fé, pela qual a alma vive, do que falsificar o dinheiro, por meio do qual se conserva a vida temporal.
"De onde, se os falsários ou outros malfeitores são sem demora e justamente condenados à morte pelos príncipes seculares, com muito maior razão os heréticos, tão logo convencidos de heresia, podem não apenas ser excomungados, mas também e com justiça, mortos. "Da parte da Igreja, porém, há misericórdia para a conversão dos que erram.
"E por isso Ela não condena imediatamente, mas só após uma primeira e segunda correção, como ensina o Apóstolo (Tit. 3, 10).
"Depois, todavia, se o herege ainda se mostra pertinaz, a Igreja, já não tendo esperança de sua conversão, provê a salvação dos outros, separando-o da Igreja por sentença de excomunhão, e em seguida abandona-o ao juiz secular, para ser morto."
(Fonte: S. Tomás de Aquino, Suma Teológica - IIa.IIae,q.11,a.3,c)

A música deve obedecer a regras divinas imutáveis:


A música conduz a Deus da mesma maneira que a aritmética, pois segundo Santo Agostinho, os números e as proporções sensíveis levam a Deus.
“‘Porque possuem regras imutáveis de modo algum instituídas pelos homens que trasbordam da sagaz engenho’.
“Ora, de onde vêm estas leis imutáveis?
“Não do ser humano que cambia e morre, mas de um Espírito superior eterno e imóvel que é Deus.
A música humana imita os coros angélicos e constitui uma homenagem agradável a Deus. David está ali para prová-lo. Eliseu procura na música um estímulo para a inspiração profética; o Apocalipse nos abre os Céus e para mostrá-los cheios de cânticos e de música”.

(Fonte: Edgar de Bruyne, “L’esthétique musicale”, Albin Michel, Paris, 1998).

Carta de Alcuíno (730-804) abade de York, ao imperador Carlos Magno:


“Uma nova Atenas será criada por nós na França.
“Uma Atenas mais bela do que a antiga, enobrecida pelos ensinamentos de Cristo superará a sabedoria da Academia.
“Os antigos só têm as disciplinas de Platão como mestre e eles ainda resplandecem inspirados pelas sete artes liberais.
“Mas os nossos serão mais do que enriquecidos sete vezes com a plenitude do Espírito Santo e deixarão na sombra toda a dignidade da sabedoria mundana dos antigos”.

(Fonte: Thomas Woods, “How the Catholic Church built Western Civilization”, Washington, 2005).

Como São Francisco domesticou as rolas selvagens


Um jovem havia apanhado um dia muitas rolas e levava-as a vender. Encontrando-o São Francisco, o qual sempre sentia singular piedade pelos animais mansos, olhando com os olhos piedosos aquelas rolas, disse ao jovem:
“Ó bom moço, peço-te que mas dês, para que passarinhos tão inocentes, os quais são comparados na santa Escritura às almas castas e humildes e fiéis, não caiam nas mãos de cruéis que os matem”.
De repente aquele, inspirado por Deus, deu-as todas a São Francisco; e ele recebendo-as no regaço, começou a falar-lhes docemente: “Ó irmãs minhas, rolas simples e inocentes e castas, por que vos deixastes apanhar? Agora quero livrar-vos da morte e fazer-vos ninhos, para que deis frutos e vos multipliqueis, conforme o mandamento do vosso Criador”.
E vai São Francisco e para todas fez ninhos. E elas, usando-os, começaram a pôr ovos e criar os filhos diante dos frades: e assim domesticamente viviam e tratavam com São Francisco e com os outros frades, como se fossem galinhas sempre criadas por eles. E dali não se foram enquanto São Francisco com sua bênção não lhes deu licença de partir.
E ao moço que lhas havia dado, disse São Francisco: “Filho, ainda serás frade nesta Ordem e servirás graciosamente a Jesus Cristo”. E assim foi; porque o dito jovem se fez frade e viveu na Ordem com grande santidade.
Em louvor de Cristo. Amém.

SÃO VAAST, BISPO do FOGO DIVINO !!!

Segundo o bem-aventurado Jacques de Voragine o nome Vast viria de ‘voeh distans’, ou ‘desgraça eterna’. Pois, os precitos gemem sem cessar: “Desgraça para nós porque ofendemos a Deus! Desgraça porque obedecemos ao demônio! Desgraça porque não podemos mais morrer! Desgraça por sermos tão terrivelmente atormentados! Desgraça porque não sairemos mais do inferno! »

São Vast foi sagrado bispo de Arras por São Remígio. Quando ele chegou à porta da cidade, encontrou dois pobres que pediam esmola. Um era cego e o outro mancava. Então lhes disse: “eu não tenho nem ouro nem prata, mas aquilo que eu tenho eu vos dou”. A continuação ele elevou uma oração e curou-os, a um e outro.

Um lobo tinha montado sua toca numa igreja abandonada e invadida pelo mato. Vast ordenou-lhe que saísse e não ousasse mais voltar. E assim aconteceu. (na imagem aos pés do santo)

No fim de sua vida, após converter um grande número de pessoas com suas palavras e com suas obras, no quadragésimo ano de seu episcopado, ele viu uma coluna de fogo que descia do céu até sua casa. Ele compreendeu então que seu fim aproximava-se. Pouco tempo depois, ele morreu em paz, no ano do Senhor 550.


Maomé e o Corão segundo Santo Tomás de Aquino:


“Maomé seduziu os povos prometendo-lhes deleites carnais. ....
“Introduziu entre as poucas coisas verdadeiras que ensinou muitas fábulas e falsíssimas doutrinas. Não aduziu prodígios sobrenaturais, único testemunho adequado da inspiração divina. ....
“Afirmou que era enviado pelas armas, sinais estes que não faltam a ladrões e tiranos. Desde o início, não acreditaram nele os homens sábios nas coisas divinas e experimentados nestas e nas humanas, mas pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas, a aceitar a sua lei.
“Nenhum oráculo divino dos profetas que o precederam dá testemunho dele; ao contrário, ele desfigura totalmente o Antigo e Novo Testamento, tornando-os um relato fantasioso, como o pode confirmar quem examina seus escritos.
“Por isso, proibiu astutamente a seus sequazes a leitura do Antigo e Novo Testamento, para que não percebessem a falsidade dele”.
“Summa contra Gentiles”, L. I, c. 6.

SÃO REMÍGIO, ARCEBISPO de REIMS



O nome Remígio significa “pastor que combate” e apaziguador da terra. São Remígio lutou contra o diabo com o escudo da fé, a espada da palavra de Deus e a armadura da esperança.
Sua nascença foi predita por um ermitão cego. Desde cedo, Remígio abandonou o mundo e encerrou-se num claustro. Sua reputação crescia, e quando tinha 22 anos, foi aclamado pelo povo para ser arcebispo de Reims.
Naqueles tempos, Clóvis era rei da França. Ele era pagão. Porém, quando viu vir contra ele um exército incontável de alamanos, ele prometeu que adotaria a fé de Jesus Cristo se obtinha a vitória.
Ele venceu milagrosamente e pediu o batismo a São Remígio. Tendo-se aproximado todos da pia batismal, uma pomba trouxe no bico uma ampola com o óleo para ungir o rei. Esse óleo fica guardado na igreja de Reims até hoje.

São Remígio resplandecente de virtudes, repousou em paz no ano 500 do Senhor.

UM ARDIL do REI FILIPE AUGUSTO


Um bailio de Filipe Augusto, Rei de França, cobiçava a terra deixada por um cavaleiro morto. Uma noite, em presença de dois carregadores que ele tinha pago, fez com que o morto fosse desenterrado, perguntou se queria vender sua terra e propôs-lhe um preço.
Naturalmente, o defunto nem se mexeu. Quem cala, consente. Em seguida, algumas moedas foram postas em suas mãos, e o defunto recolocado em seu caixão.
Com grande espanto, a viúva viu seus domínios usurpados e se dirigiu ao rei. Convocado, o bailio compareceu ladeado por suas duas testemunhas, que atestavam a realidade da venda.
Filipe Augusto percebeu que era trapaça. Levou para um canto um dos carregadores e lhe disse em voz baixa:
— Recita-me no ouvido o Padre-nosso.
Concluída a oração, o rei exclamou em alta voz:
— Muito bem!
O segundo carregador foi também convocado. Convencido de que seu companheiro denunciara a tramóia, apressou-se a dizer o que sabia. O bailio foi condenado.

(Funck-Brentano, "Ce qu’était un Roi de France")


Santo Agostinho: a beleza das coisas fala da beleza suprema de Deus Criador


“Interroga a beleza da terra,
“interroga a beleza do mar,
“interroga a beleza do ar difundida e diluída.
“Interroga a beleza do céu,
“interroga a ordem das estrelas,
“interroga o sol, que com o seu esplendor ilumina o dia;
“interroga a lua, que com o seu clarão modera as trevas da noite.
“Interroga os animais que se movem na água, que caminham na terra, que voam pelos ares:
“almas que se escondem, corpos que se mostram;
“visível que se faz guiar, invisível que guia.
“Interroga-os!
“Todos te responderão:
“Olha-nos, somos belos!
“A sua beleza fá-los conhecer.
“Quem foi que criou esta beleza mutável, a não ser a Beleza Imutável?”

(Santo AgostinhoSermo CCXLI, 2: pl 38, 1134).


Santo Anselmo de Cantuária: Deus castiga com justiça e com justiça também perdoa



É justo, também, que tu castigues os maus. Haverá, pois, algo mais justo do que os bons receberem o bem e os maus o castigo?
Como, então, pode ser justo ao mesmo tempo que tu castigues os maus e lhes perdoes? Ou será que, sob certo aspecto, tu castigas os maus com justiça e, sob outro, lhes perdoas, igualmente, com justiça?
Com efeito, é justo que tu castigues os maus, pois o mereceram; mas é, também, justo que lhes perdoes, não em virtude dos méritos que eles não têm, e sim porque isso condiz com a tua bondade.
Ao perdoares aos maus, tu és justo em relação a ti mesmo, não a nós, assim como és misericordioso em relação a nós, e não a ti.
(Fonte: Santo Anselmo (1033-1109), “Proslogio”, Abril, São Paulo, 1973.)

CONSELHOS de SÃO BERNARDO aos TEMPLÁRIOS



São Bernardo abade de Claraval, falou sobre a vida que devem levar aqueles que combatem por Jesus Cristo, com estas palavras: “Quando se aproxima a hora do combate, armam-se de fé os cavaleiros, abrem-se a Deus em sua alma e cobrem-se, por fora, de ferro, não de ouro, a fim de que assim sejam bem apercebidos de armas, não adornados com jóias, infundam medo e pavor aos seus inimigos, sem excitar sua cobiça.


“É preciso ter cavalos fortes e velozes, não formosos e bem ajaezados pois o verdadeiro cavaleiro pensa mais em vencer do que em fazer proezas e os cavaleiros mundanos precisamente o que desejam é causar admiração e pasmo e não causar medo.
“Mostrando-se em tudo verdadeiros israelitas, que se adiantam ao combate pacífica e sossegadamente; mas apenas o clarim dá o sinal do ataque, deixando subitamente sua natural benignidade, parecem gritar com o salmista: Não temos odiado, Senhor, aos que te aborrecem? Não temos consumido de dor, ao ver a conduta de teus inimigos?”

Fonte: Glórias da Idade Média

SANTA HILDEGARDA de BINGEN e as CLASSES SOCIAIS


Interrogada por que só admitia em seu convento damas de alta linhagem, quando o Senhor se rodeara de gente humilde, escreveu Santa Hildegarda: “Deus vela junto de cada homem para que as classes baixas nunca se elevem sobre as altas, como fizeram outrora Satanás e o primeiro homem, que quiseram exaltar-se acima de seu próprio estado.


“Quem há que guarde num só estábulo todo o seu rebanho, bois e jumentos, ovelhas e carneiros? Por isso devemos velar para que o povo não se apresente todo misturado num só rebanho. De outro modo produzir-se-ia horrorosa depravação dos costumes, e todos se dilacerariam mutuamente, levados pelo ódio recíproco ao ver como as classes altas se rebaixariam ao nível das classes baixas, e estas se alçariam até a altura daquelas.

“Deus divide seu povo sobre a terra em diferentes classes, como no Céu classifica seus anjos em diferentes grupos. Porém Deus ama a todos igualmente”.

(Fonte: Migne, t. 197, col. 336)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Meditação de Santo Afonso de Ligório sobre a importância do fim último

Fonte: Meditação de Santo Afonso

“Considera, homem, o quão importante é o conseguires alcançar tua meta final: importa tudo; porque se o consegues e te salvas, serás para sempre Beato e gozarás de corpo e alma de todos os bens: mas se não o consegues, perderás alma e corpo, paraíso e Deus: serás eternamente mísero, serás para sempre danado. Então este é o negócio de todos os negócios, o único importante, o único necessário: o servir a Deus e salvar-se a alma. Então não digas: Irei satisfazer-me e depois me darei a Deus e espero salvar-me. Esta falsa esperança quantos não mandou para o inferno, os quais assim diziam e agora são danados, e não existe remédio para eles! Qual o danado que queria realmente danar-se? Mas Deus amaldiçoa quem peca com esperança no perdão: “Maledictus homo qui peccat in spe”. Tu dizes: Quero fazer este pecado e depois me confessarei. E quem sabe tu terás este tempo? Quem te dá a certeza de que não morrerás logo após o pecado? Entrementes perdes a graça de Deus. E se não a achas mais? Deus é misericordioso para quem o teme e não para quem o despreza: “Et misericordia eius timentibus eum” (Lc I). Não digas mais que dois ou três pecados dão no mesmo: Não, porque Deus perdoar-te-á dois pecados, mas não três. Deus suporta, mas não para sempre: “In plenitudine peccatorum puniat” (II Mc 5). Quando cheia está a medida, Deus não perdoa mais; ou castiga com a morte ou com o abandono do pecador, de maneira que, de pecado em pecado, acabará no inferno, castigo este pior do que a morte. Atenção, irmão, a isto que agora lês. Acaba com isso, doa-te a Deus. Pensa que este é o último aviso que te manda Deus. Basta o quanto já o ofendeste. Basta o tanto que Ele te suportou. Fica trêmulo ao pensar que ao cometer mais um pecado Deus não mais te perdoará. Presta atenção: Trata-se da alma e da eternidade. A quantos este pensamento levou para o deserto, para os conventos, para as grutas. “Pobre de mim, que estou repleto de pecados! Com o coração aflito, a alma pesada, o inferno adquirido, Deus perdido. Ah! Deus meu e Pai meu, ata-me em teu amor”.
Considera como este negócio é de todos o mais descurado. Em tudo pensamos, na salvação nunca. Para tudo achamos tempo, menos para Deus. Fale-se a um mundano para que freqüente os sacramentos, que por meia hora ao dia faça orações, responderá: Tenho filhos, netos, posses, tenho mais o que fazer... Ó Deus, e tu não tens alma? Chama teus filhos e netos, eles te tirarão do inferno, terão este poder? Não podes pôr de acordo Deus e o mundo, paraíso e pecado. A salvação não é negócio que possa ser tratado levianamente; é preciso usar de violência contra si mesmo, é preciso coragem se queres ganhar a coroa imortal. Quantos cristãos se vangloriavam de poder postergar o serviço devido a Deus e mesmo assim salvarem-se... Agora estão no inferno! Que rematada loucura, pensar no que logo passa, e tão pouco pensar no que jamais terá fim! Ah cristão, pensa no que já fizeste! Pensa que em breve desalojarás desta terra e irás para a casa da eternidade! Pobre de ti se fores danado! Não terás mais a chance de remediar.
Considera o que vem a seguir e diz: “Tenho uma alma, se a perder perdi tudo. Tenho uma alma, se em troca dela obtiver um mundo, de que me servirá? Se me torno um grande homem e perco a minha alma, o que me ajuda? Se acumulo riquezas, se aumento o tamanho de minha casa, se faço crescer os meus filhos, nada lhes faltando, se perder a minha alma, do que me valerá tudo isso? A que valeram as riquezas, as grandezas, os prazeres, as vaidades a tantos que viveram no mundo e que agora são pó numa fossa e já confinados no inferno? Então, se a alma é minha, se tenho uma alma e a perder, perdê-la-ei para todo o sempre, devo pensar na minha salvação”. Este ponto é muito importante. Trata-se de sermos para sempre felizes ou para sempre infelizes. “Ó meu Deus, confesso e envergonho-me de, até agora, ter vivido como cego, de ter ido para tão longe de Ti e de não ter pensado em salvar esta única, minha alma. Salvai-me, ó Pai, por Jesus Cristo: Alegro-me em tudo perder contanto que não vos perca, meu Deus.

Maria, esperança minha, salvai-me com vossa intercessão”.”

Tradução de Pier Giorgio Citeroni