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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

EM PLENA GRAÇA CONCEBIDA....



Já no primeiro instante de sua concepção, Maria Santíssima foi enriquecida com uma plenitude de graças superior à de todos os Anjos e Santos reunidos.

por Diác. Felipe García López Ria, EP

Luz tênue, igreja praticamente vazia, pouco ruído. É fim de tarde na cidade de Granada. Num confessionário, um sacerdote reza seu Breviário, enquanto permanece à disposição de qualquer fiel desejoso de purificar sua alma. UmImaculada Conceição por Bartolomé Esteban Murillo - Museu do Prado - Madri.jpgjovenzinho se aproxima e ajoelha-se frente a frente com o ministro de Deus, como acontece normalmente com esse povo categórico. Sem dúvida alguma, ele queria confessar-se.

- Ave Maria puríssima! - disse o padre, segundo o costume ali vigente.

- Sem pecado concebida! - respondeu sem hesitar o penitente, tal como fazia desde sua infância. Entretanto, o confessor o corrigiu, com a característica ênfase ibérica:

- Não! Deves responder-me: "Em graça concebida!".

Esse pequeno episódio revela uma importante verdade teológica, e a frase do sacerdote encerra um belo louvor à Mãe de Deus.

A maior plenitude concebível abaixo de Deus

Voltemos nossa atenção para um século e meio atrás, aos 8 de dezembro de 1854. Foi nesse dia que o Beato Pio IX, falando ex cathedra, declarava ter sido a Bem-Aventurada Virgem Maria "preservada imune de toda mancha do pecadooriginal" 1 por singular graça e privilégio de Deus. Proclamava assim, perante o regozijo do orbe cristão, que a doutrina da Imaculada Conceição "foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis".

Sublime prerrogativa esta, a de ser preservada de toda mancha! Contudo, se analisarmos mais detidamente, veremos que nessas palavras se encerra não só o aspecto negativo do dogma - ter sido Ela concebida sem pecado - mas também, necessariamente, o aspecto positivo dessa mesma realidade: Maria foi concebida em graça e, como afirma o Concílio Vaticano II, foi "enriquecida, desde o primeiro instante da sua Conceição, com os esplendores duma santidade singular".3

O Espírito Santo habitou n'Ela desde o início de sua existência, enchendo-A de seus dons, virtudes e carismas com tanta abundância, conforme ensina o Beato Pio IX: "Ela possui tal plenitude de inocência e de santidade que, depois da de Deus, não se pode conceber outra maior".4

Desde o primeiro instante de sua Imaculada Conceição

É a essa plenitude de graças que faz referência o Arcanjo Gabriel na sua saudação: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1, 28).

Enganar-se-ia quem objetasse que o fato de Maria Santíssima estar repleta de graças não significa que já o estivesse antes do anúncio do Anjo. Portanto A imaginasse como uma moça boazinha, com suas falhas e defeitos, que foi repentinamente tomada pelo Espírito Santo no momento da aparição de São Gabriel.

Essa hipótese, entretanto, repugna o nosso senso católico e contradiz os princípios da Mariologia, pois, conforme explica um renomado teólogo do século XX, a doutrina de que a graça inicial de Maria Santíssima fosse superior à de todos os Anjos e Santos reunidos é "completamente certa em Teologia".

Para explicar essa afirmação, outro teólogo contemporâneo aduz diversos argumentos, entre os quais o seguinte: "Como o ser preservada de pecado não é outra coisa senão possuir a graça santificante desde o princípio da existência, e como Maria foi preservada de modo singularíssimo do pecado original, segue-se claramente que desde o princípio esteve cheia de graça".

Especialmente esclarecedora é a explicação de São Tomás. Argumenta ele que "quanto mais próximo está alguém do princípio, seja qual for o gênero, mais participa de seu efeito".7 Ou seja, assim como quem se coloca mais perto do fogo mais se aquece, quanto mais uma alma se aproxima de Deus tanto mais participa de seus dons. E conclui: "Ora, a Bem-Aventurada Virgem Maria foi a que esteve mais próxima de Cristo segundo a humanidade, pois foi d'Ela que Cristo recebeu a natureza humana. Eis por que Ela tinha de obter de Cristo uma plenitude de graça maior do que as outras pessoas".

É justamente essa proximidade de Cristo, pela sua predestinação como Mãe de Deus, que explica a plenitude de graças de Maria Santíssima desde o primeiro instante de sua Conceição.

Tríplice plenitude de graça

Evidentemente, a plenitude de graça em Maria não é idêntica à de seu Filho. Em Cristo, Autor da graça, ela é absoluta; portanto, sem possibilidade de aumento. Em Nossa Senhora, porém, é relativa e suscetível de crescimento, na medida em que aumentava a capacidade da sua alma, de algum modo unida à ordem hipostática. Segundo alguns teólogos, Maria crescia em graça até durante o sono, pois Ela possuía a ciência infusa, e esta continua funcionando quando a pessoa adormece.

Na realidade, com base no Doutor Angélico,10 não deveríamos falar da plenitude de graça de Maria, mais sim de uma tríplice plenitude vinculada ao privilégio da maternidade divina: a dispositiva, concedida no instante de sua concepção, com vistas a torná-La idônea a ser a Mãe de Cristo; a perfectiva, no momento da Encarnação do Verbo, quando Ela recebeu um imenso acréscimo de graça santificante; e a final ou consumativa, ou seja, a que a alma possui na glória celestial.

A morada que Deus preparou para Si

Dizia o Doutor Melífluo que De Maria nunquam satis - d'Ela não há o que baste. Pois Deus depositou na Virgem Maria todas as perfeições que era possível uma mera criatura ter. Ela transcende todos os Santos, como o Céu transcende a Terra. Ela é a montanha preferida por Deus, para habitar no tempo e na eternidade. Em louvor a Ela, canta o Salmista: "Montes escarpados, por que invejais a montanha que Deus escolheu para morar, para nela estabelecer uma habitação eterna?" (Sl 67, 17).

Quão bela, santa e perfeita morada preparou Cristo Senhor para Si! Quão sublime e magnífica a Mãe que Ele deu para nós! (Revista Arautos do Evangelho, Julho/2014,. 151, p. 36-37)

- Irmã, posso seguir os Anjos até o Céu??? "VIDA da VENERÁVEL ANA de GUIGNÉ."



Em 1915, um ano após o início da primeira guerra mundial, enquanto os combates se atolam nas trincheiras…todas as famílias de França sabem que uma visita de oficiais do estado civil num lar significa o anúncio de uma morte a frente de batalha. Assim, quando a 29 de julho de 1915, a Senhora de Guigné vê o presidente da câmara de Annecy-le-Vieux chegar à porta da sua residência, ela percebe que o seu marido, ferido já em três ocasiões, não regressará mais. “Ana, se me queres consolar, tens de ser boazinha”, diz a mãe à sua filha de tão-somente quatro anos de idade, a mais velha dos seus quatro filhos. A partir desse momento, a criança até aí voluntariosamente desobediente, orgulhosa e invejosa, vai realizar, com tenacidade e continuidade, um combate de cada instante a fim de se tornar boa, o combate da sua transformação interior que ela vencerá graças à sua vontade, obviamente, mas sobretudo – e é ela a dizê-lo – através da oração e de sacrifícios que ela se impõe. Veem-na ficar vermelha, serrando os seus pequenos punhos para controlar o seu forte caráter perante as contrariedades que enfrenta; depois, pouco a pouco, as crises diminuem até ao ponto dos seus familiares e conhecidos ficarem com a impressão que tudo se lhe tornou agradável. O amor pela sua mãe que ela quer consolar vai assim tornar-se o seu caminho para o seu Deus. Este caminho encontra-se balizado pelas numerosas reflexões de Ana que nos revelam a intensidade da sua vida espiritual e pelos numerosos testemunhos dos seus próximos que recordam os esforços contínuos que ela fazia para progredir na sua conversão.

Vida curta, mas Santa

Para Ana de Guigné, o farol que ilumina o seu caminho de conversão é a sua primeira comunhão à qual aspira com todo o seu ser e toda a sua alma e que ela prepara com alegria. Chegado o momento, a sua tenra idade necessitando uma licença especial, o bispo impõe-lhe um exame que ela ultrapassará com uma facilidade desconcertante. “Desejo que estejamos sempre ao nível de instrução religiosa desta criança”, dirá o seu examinador. A continuação da sua curta vida traduz a paz de uma grande felicidade íntima alimentada pelo amor ao seu Deus que se aplica, à medida que cresce, a um círculo de pessoa cada vez mais vasto: seus parentes e familiares, pessoas com quem vai contatando, os doentes, os pobres, os não crentes. Ela vive, reza, sofre pelos outros. Atingida precocemente pelo reumatismo, ela sabe o que é o sofrimento e corresponde-lhe com uma oferta: “Jesus, eu vo-lo ofereço”, ou ainda “Ó, eu não sofro; aprendo a sofrer!” Mas em dezembro de 1921, é afetada por uma doença cerebral – sem dúvida uma meningite – que a força a permanecer acamada. Ela repete incessantemente: “Meu Deus, eu quero tudo o que quiserdes”, e acrescenta sistematicamente às orações que são feitas pelas suas melhoras: “e curai também todos os outros doentes”. Ana de Guigné morre na madrugada de 14 de janeiro de 1922 após este último diálogo com a religiosa que vela por ela: “Irmã, posso ir com os anjos?” – “Sim, minha bela pequena menina”. “Obrigada, Irmã! Ó obrigada!”. Esta menina é uma “santa”, tal é então o veredito geral. Os testemunhos abundam, artigos são publicados e o Bispo de Annecy inicia em 1932 o processo de beatificação. Mas então a Igreja não tinha tido ainda a necessidade de ajuizar sobre a santidade de uma criança que não fosse mártir. Os estudos conduzidos em Roma sobre a possibilidade da heroicidade das virtudes da infância foram concluídos positivamente em 1981 e a 3 de março de 1990 o decreto reconhecendo a heroicidade das virtudes de Ana de Guigné e declarando-a “venerável” era assinado pelo papa João Paulo II.

Notas escritas e bilhetes

Meu pequeno Jesus, eu vos amo e para vos agradar tomo a resolução de obedecer sempre.” (Bilhete deixado sobre o altar aquando da sua primeira comunhão)

O pequeno Jesus, parece-me que me respondeu no meu coração. Eu dizia-Lhe que queria ser muito obediente e pareceu-me ouvir: sim, sê-o.” (bilhete à mãe 1917). “Eu quero que o meu coração seja puro como um lírio”. “Quero que Jesus viva e cresça em mim. Que meios tomar para isso?” (Notas de retiro 1920). “Bem podemos sofrer por Jesus pois Jesus sofreu por nós”.

Numa imagem do Calvário que ela tinha feito, Ana escreve: “De pé diante da Cruz sobre a qual o seu Filho estava suspenso, a Mãe das dores chorava com resignação. Dai-me a graça de chorar convosco”. Ela acrescentava: “Porque Jesus não é suficientemente amado”.

(Canto composto por Ana para a comunhão)
Emprestai-m’O, Oh Maria minha boa Mãe
Emprestai-me o vosso filho, apenas um segundo,
Colocai-o nos meus humildes braços.
Permiti-me, Maria
De beijar os pés do vosso querido Filho
Que me deu tantas graças.
Como eu desejo, ó Maria
Receber nos meus braços o vosso Filho,
Dai-m’O, dai-m’O!
Que feliz eu sou agora
Pois tenho-O comigo!

À sua mãe que lhe pergunta por que razão deixou de usar o seu missal, ela responde: “Porque sei de cor as suas orações e distraio-me facilmente ao lê-lo. Pelo contrário, quando falo ao pequeno Jesus nunca me distraio. É como quando falamos com alguém, Mãezinha, sabemos muito bem o que dizemos”. (dezembro de 1919)

domingo, 25 de janeiro de 2015

“O QUE OS HOMENS ME PEDEM PELAS LÁGRIMAS DE MINHA MÃE, EU AMOROSAMENTE CONCEDO.” – REZE ESTA ORAÇÃO!!!



Minha filha, o que os homens Me pedem pelas lágrimas de Minha Mãe,
Eu amorosamente concedo.”

Este rosário alcançará a conversão de muitos pecadores,
especialmente dos possuídos pelo demônio.”

O Rosário das Lágrimas tem 49 pequenas contas brancas divididas em 7 partes.

Semelhante ao Rosário das Sete Dores de Maria, tem, no lugar da Cruz, a medalha de Nossa Senhora das Lágrimas. Esse Rosário ou Coroa foi revelado a uma religiosa em Campinas-SP, no início da década de 30, e tem aprovação eclesiástica.

Imprimatur:
+ Francisco, Bispo de Campinas
Campinas, 8 de março de 1934

Oração Inicial:

Eis-nos aos Vossos pés, ó dulcíssimo Jesus Crucificado, para Vos oferecer as Lágrimas d”Aquela que, com tanto amor, Vos acompanhou no caminho doloroso do calvário.

Fazei, ó bom Mestre, que nós saibamos aproveitar a lição que elas nos dão para que, realizando a Vossa Santíssima Vontade na terra, possamos um dia, nos céus, Vos louvar por toda a eternidade. Amém.

Nas contas maiores:

Vede, ó Jesus, que são as lágrimas d”Aquela que mais Vos amou na terra… E que mais Vos ama nos céus.

Nas contas menores:

Meu Jesus, ouvi os nossos rogos. Pelas lágrimas de Vossa Mãe Santíssima.

No final:

Vede, ó Jesus, que são as lágrimas d”Aquela que mais Vos amou na terra… E que mais Vos ama nos céus. (3 vezes)

Oração Final:

Virgem Santíssima e Mãe das Dores, nós Vos pedimos que junteis os Vossos pedidos aos nossos, a fim de que Jesus, Vosso divino Filho, a quem nos dirigimos, em nome das Vossas Lágrimas de Mãe, ouça as nossas preces e nos conceda, com as graças que desejamos, a coroa eterna. Amém.

Jaculatórias:

Coração de Jesus Crucificado, Fonte de amor e de perdão! Por Vossa mansidão divina renovai a face da terra e reinai em nossos corações. Ó Virgem dolorosíssima! As Vossas lágrimas derrubaram o império infernal.

* * *

sábado, 24 de janeiro de 2015

SANTA MARIA EGIPCÍACA ou SANTA MARIA EGÍPCIA ou MARIA DO EGITO (c. 344 – c. 421 ou 422)



Foi uma asceta do século IV que se retirou para o deserto após uma vida de prostituição. É venerada como patrona das mulheres penitentes, em especial na Igreja Copta, mas também na Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e Igreja Anglicana. A Igreja Ortodoxa celebra o seu dia festivo no dia do seu «descanso», em 1 de abril e no "Domingo de Santa Maria do Egito", o sexto domingo da Grande Quaresma.

Infância e juventude
A principal fonte de informação sobre Santa Maria do Egito é a Vita escrita por Sofrónio, Patriarca de Jerusalém (634 - 638). Santa Maria nasceu algures no Egito, e aos doze anos foi para a cidade de Alexandria, onde viveu uma vida dissoluta. Muitos escritos se lhe referem como prostituta durante este período, mas, Sofrónio na sua obra Vita afirma que se negou frequentemente a aceitar o dinheiro oferecido em troca dos seus favores sexuais. Terá sido, segundo a hagiografia, impulsionada por «um desejo insaciável e uma imparável paixão». Na mesma linha, a Vita expõe que vivia principalmente da mendicidade, trabalhando na fiação de linho.

Peregrinação a Jerusalém
Após 17 anos a viver este estilo de vida, viajou para Jerusalém para a festa da Exaltação da Santa Cruz. Empreendeu a viagem como uma espécie de "anti-peregrinação", afirmando que esperava encontrar na multidão de peregrinos ainda mais parceiros para a sua luxúria. Conseguiu o dinheiro para a viagem oferecendo favores sexuais a outros peregrinos, e continuou o seu habitual estilo de vida por um curto tempo em Jerusalém.
Na Vita relata-se que, quando tentava entrar na Igreja do Santo Sepulcro para a celebração, uma força invisível a terá impedido de o fazer. Consciente de que este estranho fenómeno era por causa da sua impureza, sentiu um forte arrependimento e, ao ver um ícone da Theotokos fora da igreja, rezou implorando perdão e prometeu renunciar ao mundo convertendo-se em asceta). Pois, uma voz havia lhe dito que seus pecados a tinham tornado indigna de comparecer diante de Deus, o que a fez chorar amargamente.

Conversão e Ascetismo
Mais tarde tentou de novo entrar na igreja, e desta vez conseguiu-o. No mesmo instante, a força invisível sumiu e ela pôde, enfim, entrar. Depois de venerar a relíquia da Cruz de Cristo, regressou ao ícone em ação de graças, tendo escutado uma voz que lhe dizia "Se cruzares o Jordão, encontrarás um glorioso descanso". De imediato dirigiu-se para o mosteiro de São João Batista na margem do rio Jordão, onde recebeu a comunhão.
Na manhã seguinte cruzou o Jordão e retirou-se para o deserto para viver o resto da sua vida como uma eremita. Segundo a lenda, levou para si apenas três pães (símbolo da Eucaristia), e viveu do que podia encontrar na natureza. Após ter confessado e comungado, a ex-mundana tornou-se totalmente uma penitente religiosa, foi viver durante quarenta e sete anos no deserto, rezando e se alimentando só de sementes, ervas e água.
Aproximadamente um ano antes da sua morte, após cerca de 47 anos em retiro de solidão, contou a sua vida a São Zósimo da Palestina, que se tinha encontrado com ela no deserto. Este, quando conheceu inesperadamente esta mulher no deserto, viu que estava completamente nua e quase irreconhecível como humana. Maria pediu a Zósimo o seu manto para se cobrir com ele, depois contou-lhe a história da sua vida, manifestando uma maravilhosa clarividência.

Morte
Combinaram encontrar-se de novo no rio Jordão na Quinta-feira Santa do ano seguinte, e levar-lhe a comunhão. Assim, no ano seguinte, Zósimo deslocou-se ao mesmo lugar onde se reunira pela primeira vez com ela, a vinte dias de viagem do seu mosteiro, e aí a encontrou morta. De acordo com uma inscrição escrita na areia ao lado da cabeça, tinha morrido na mesma noite em que tinha recebido a santa comunhão e de algum modo tinha sido milagrosamente transportada para o lugar onde a encontraram, e o seu corpo ficou preservado incorrupto. Zósimo, ainda segundo a lenda, enterrou o seu corpo com a ajuda de um leão do deserto. No regresso ao mosteiro, relatou a historia de Maria aos irmãos, e entre eles ficou a tradição oral até ter sido escrito o relato de São Sofrónio.
Há divergências entre as diversas fontes sobre a data da vida de Maria do Egito. Os Bolandistas datam a sua morte no ano 421, mas outros dão como data 522 ou 530. O único indício dado na sua vida é que o dia do seu repouso foi 1 de abril, Quinta-feira Santa. Segundo o calendário juliano em uso na época, há 24 anos em que o dia 1 de abril foi quinta-feira. Destes, os anos nos quais a Páscoa seria em 4 de abril são 443, 454, 527, 538, e 549.
É notável que o Synaxarion exponha que Zósimo viveu durante o reinado do imperador Teodósio II o Jovem, que reinou de 408 a 450 no Império Romano do Oriente. Segundo a tradição, Zósimo viveu quase cem anos, morrendo no século VI, e na Vita diz-se que tinha cinquenta e três anos de idade quando se reuniu com Santa Maria do Egito.

Veneração
O Templo de Portunus de Roma foi preservado como igreja de Santa Maria do Egito no ano de 872. Na iconografia clássica, Santa Maria do Egito é representada como uma anciã de cabelo branco e de pele escurecida pelos longos anos no deserto, nua ou coberta pelo manto que pediu a Zósimo. É representada muitas vezes com os três pães que comprou antes de empreender a sua viagem ao deserto.
Há uma capela dedicada a Santa Maria do Egito na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, que comemora o momento da sua conversão.

Influência na sociedade
Em torno das ordens religiosas inspiradas por Maria do Egito começaram a construir-se em Espanha desde o século XIV diversos «estabelecimentos ou casas» denominadas genericamente de Egipcíacas. Em 1372 foi fundada uma "casa de Egipcíacas" em Barcelona. Em Espanha denominavam-se indistintamente como Arrependidas, Recolhidas ou Egipcíacas as mulheres que abandonavam o exercício público da prostituição, ou seja, as que eram antes da conversão denominadas «mulheres públicas».

ORAÇÃO

Santa Maria do Egito, que fostes perseguida desde a igreja do Santo Sepulcro por um anjo com uma espada,
que te ajoelhastes diante de um crânio, nua, mas vestida com teus  cabelos longos;
que recebestes a Sagrada Comunhão de São Zózimo,
que sentastes debaixo de uma palmeira,  em contemplação, do outro lado do Jordão;
que lavastes os cabelos na Jordânia, como Maria Madalena, com o leão que cavou tua sepultura;
mulher segurando três pães, mostrando como pouco era teu alimento,
por favor ore por nós,
para que sempre possamos ser puros
e perseverar nossa alma sem pecado
até o último respiro de nossa vida.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“DAI-ME JESUS E PROMETO SER BOAZINHA…”



Entre os meninos e meninas mais pequeninos, puros e bons… costuma Jesus Menino escolher seus pajens (cruzadinhas) para que o acompanhem aonde quer que vá.

Uma dessas crianças foi Santa Gema Galgani, uma santa de nossos tempos, que durante toda a sua vida recordava com prazer as primeiras práticas que tivera com Jesus Sacramentado, sendo ainda muito pequena.

O rosto de minha mãe, depois de receber a comunhão, dizia, ficava radiante de alegria e meu coração batia mais depressa, quando ela me chegava a seu peito, dizendo:

- Gema, aproxima-te de meu peito para dar um beijo a Jesus. Desde aquela idade na cessava de pedir a suas professoras capelães que lhe dessem o seu Jesus.

Eles olhavam para ela e sorriam, pois, apesar de ter nove anos, era tão pequena que parecia ter apenas seis. Naquele tempo o Papa não havia dado ainda o decreto da comunhão dos pequeninos e exigiam-se para a mesma instruções e conhecimentos cabais.

- Tem paciência, diziam-lhe, até que tenhas a idade requerida.

Mas Gema pedia, sem se cansar:

“Dai-me Jesus, dai-me… E vereis que serei boazinha, não pecarei mais e serei bem comportada. Dai-me Jesus, porque me parece que não poderei viver sem Ele”.

Estes belos sentimentos de um coração tão puro e amante moveram seus superiores a apressar o dia feliz e suspirado e satisfazer-lhe as ânsias de apertar Jesus a seu peito.

Gema tornou-se realmente uma grande Santa que mereceu as honras do altar.

*  *  *

NOSSA SENHORA DO DIVINO PRANTO - Sua História e a Cura Milagrosa da Irmã Elizabeth



Na comunidade das Irmãs Marcelinas, em Cernusco, na Itália, berço da Congregação, o médico Dr. Bino, no dia 6 de janeiro de 1924, apresenta seu diagnóstico a respeito de uma jovem religiosa enferma, Irmã Elizabeth:

“Nada mais posso fazer por ela. A medicina já não tem recursos neste caso…”. Muito querida por todos, a irmã está cega, debilitada, prostrada por tremendas dores. Muitas vezes, fica, durante horas e horas, inconsciente. Imersa em dores, o sorriso permanece em seus lábios.

Às dez e trinta da noite, na casa religiosa todas dormem. Na enfermaria, Irmã Elizabeth respira com muita dificuldade. De repente, a religiosa começa a falar. As irmãs presentes escutam atônitas o que ela diz:

“Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu tenho uma dor tão grande que nem sei oferecer direito a Deus… Reze a Senhora que é tão boa!”.

As religiosas estão atentas, mas não podem ouvir a resposta da ‘Senhora’ que, no entanto, fala: “REZA! CONFIA! ESPERA! Voltarei de 22 para 23″.

Em meio ao seu sofrimento, a enferma pensa na dor das outras irmãs enfermas: “Vá falar com Irmã Teresa, Irmã Amália e com Irmã Elisa Antoniani, que há tantos anos está doente!”. A boa ‘Senhora’ sorri e desaparece.

Na manhã seguinte, as companheiras de quarto comentam: “Ontem, à noite, Irmã Elizabeth não parava de falar, sonhando”.

Prontamente ela respondeu: “Não sonhei, falei com aquela ‘Senhora’”.

As religiosas sorriem penalizadas. A enfermeira, bondosa e enérgica, repreende a Irmã Elizabeth, dizendo: “Que pode ter visto, você, que está cega há um ano? Você sonhou e não
invente tolices!”

A Superiora, Irmã Ermínia Bussola, também tenta convencê-la: “… Quero-lhe muito bem e não a engano. Repito que, aqui em casa não veio ninguém de fora. Você sonhou.” A pobre Superiora por toda a sua vida teve que lamentar-se de sua incredulidade. Foi, ao invés, no plano de Deus, uma das tantas provas que autenticaram a aparição.

Irmã Elizabeth prossegue tranquila carregando sua cruz.

De 22 para 23…

Chega fevereiro, trazendo neve e frio intenso. A enferma aguarda um novo encontro com a ‘Senhora’ para o dia 2. Não dorme, ouvindo as batidas do relógio e conta as horas. A noite passa sem nenhuma novidade. Vem a manhã do dia 3 e Irmã Elizabeth mal disfarça o choro.

A Superiora pergunta-lhe a razão da tristeza. A enferma responde: “Ela não veio… tinha dito de 2 para 3… A Superiora fica preocupada com as faculdades mentais de Irmã Elizabeth que piora a cada dia. Novamente o médico é chamado. Sua opinião: “Desta vez é o fim. Não há nada mais a fazer. A Irmã tem poucas horas de vida”.

No dia 22 de fevereiro, na enfermaria, Irmã Gariboldi vela pela agonizante acompanhada de outra religiosa. São vinte e três horas e quarenta e
cinco minutos.

As duas Irmãs rezam em voz baixa. Pedem misericódria para a co-irmã que sofre tanto. Neste momento, Irmã Elizabeth tem um sobressalto. As Irmãs acodem, pensando que chegou o momento final.

Mas, aquela que há quinze dias não fala, grita, agora: “Oh! a ‘senhora’! a ‘senhora’”! Trêmula, a Irmã Gariboldi convida a outra Irmã a ajoelhar-se e murmura: “Se for a Senhora, levá-la-á consigo!” Sem nada entender, as duas espectadoras ouvem atentamente: “Oh! a ‘senhora’! De 22 para 23? Pois eu havia entendido de 2 para 3. E era de 22 para 23!…”

De repente, a Irmã Elizabeth se ergue um pouco mais e sua atitude é de espanto quando diz:

“Mas, ‘senhora’… é Nossa Senhora! É Nossa Senhora!” Ela vê que a Virgem traz o Menino Jesus nos braços e ele está chorando. “Chora por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?…”

As religiosas presentes nada ouvem mas pressentem que algo extraordinário está ocorrendo. A Senhora responde:

“…O Menino chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que Lhe são consagradas… Tu deves dizer isto!”

A Missão


Ir. Elisabeth Couleur
Irmã Elizabeth ainda não percebe a missão que a Senhora lhe confia. Ela julga que a Virgem viera levá-la ao paraíso, no que se equivoca. Maria quer dar-lhe uma missão e para tanto lhe dá um sinal: devolve-lhe a saúde e desaparece com
seu Menino.

Alguém se lembra de chamar a Superiora que se levanta, achando que vai encontrar a enferma dando seu último suspiro. Ao invés disso, vê a doente luminosa, de
olhos radiantes.

Irmã Elizabeth corre a abraçar a Superiora, exclamando: “Nossa Senhora curou-me e mandou-me dizer que Jesus chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que lhe são consagradas!”

O médico que a acompanhou sempre afirmou: “A cura de Irmã Elizabeth não pode ser explicada pela ciência”. Antes, ateu, converteu-se e tornou-se um cristão fervoroso.

Mais tarde, conseguida a aprovação da Igreja para este culto de Nossa Senhora, foi modelada uma imagem, de acordo com a descrição feita por Irmã Elizabeth.

Ainda hoje, em Cernusco e em vários países, as Irmãs Marcelinas espalham esta devoção à Virgem Santíssima.

A afluência de peregrinações ao local da aparição é grande. A capela já não é suficiente para conter todos aqueles que, cheios de fé, diante da Virgem do Divino Pranto, REZAM, CONFIAM e ESPERAM.

Jaculatória: Querido Menino Jesus, amar-Vos-ei muito para enxugar as lágrimas que Vos faz derramar a ingratidão dos homens.

*  *  *


sábado, 3 de janeiro de 2015

O SANTO PAPA JOÃO PAULO I e a IRMÃ LÚCIA !!!!


 
LEMA do BRASÃO - HVMILITAS


Encontro do Santo Papa João Paulo I com a Irmã Lúcia em 1977: 

A revista italiana 30 Giorni revela, com base em declarações de um dos quatro irmãos de João Paulo I, que a Irmã Lúcia, durante a visita que o então Patriarca de Veneza lhe fez no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, sempre o tratou por "Santo Padre". 

O Cardeal Luciani fica impressionado e pergunta: "Porquê?", ao que a Irmã responde: "Vossa Eminência um dia será eleito Papa". E ele disse: "Sabe-se lá, irmã…", e a Irmã retorquiu: "Será sim, mas o seu pontificado será muito breve". 

(Fonte: Edição especial do Correio da Manhã - "Os Papas - De São Pedro a João Paulo II" - Fascículo XI, "Leão XIII lança doutrina social da Igreja", página 263, ano 2005)


Do livro "O Diário Secreto de João Paulo I":

Segundo Ricardo de la Cierva, a única pessoa que teria tido acesso ao diário pessoal do papa, ele reproduziu no livro "O Diário Secreto de João Paulo I" um trecho em que o pontífice revela a premonição de sua morte. 

De acordo com o livro, em julho de 1977, ele teria visitado irmã Lúcia, a anciã protagonista das aparições de Fátima, no convento das Carmelitas de Coimbra. 

Entre longos silêncios e súbitos olhares fixos, a religiosa teria lhe dito a frase: “E quanto ao senhor, senhor padre, a coroa de Cristo e os dias de Cristo”. 

Em seu diário, João Paulo I teria escrito: “Os dias de Cristo serão meus dias, minhas semanas, meus anos? Não sei”. Aquele era o 25o. dia de seu pontificado – que durou exatos 33 dias.