A ASSUNÇÃO GLORIOSA DE NOSSA
SENHORA AOS CÉUS
Em Maria
Santíssima está a plenitude das graças e perfeições possíveis numa só
criatura. Segundo Santo Antonino, "Deus
reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as suas graças e
chamou-as Maria". Desde a eternidade, o decreto divino estabelecia o
privilégio de ser da Virgem Santíssima concebida só em graças, com o privilégio
de que geraria em seu seio o próprio Deus. Ela, que havia dado à luz,
alimentado e protegido o Menino-Deus, e recebido em seus braços virginais o
Corpo dilacerado de seu Filho e Redentor, estava prestes a exalar o último
suspiro. Como poderia passar pelo transe da morte aquela Virgem Imaculada,
nunca tocada pela mais leve sombra de qualquer falta? Perfeitíssima era a
natureza da Virgem Maria, "se Deus empregou tanto cuidado ao formar o
corpo de Adão, quanto maior cuidado não terá tido ao formar o corpo de Maria,
do qual devia nascer o Verbo Encarnado?". Se a alma da Virgem foi a mais
nobre, depois da do Redentor, é lógico concluir-se que também seu corpo foi o
mais nobre, depois do de seu Filho. À alma santíssima de Maria, concebida sem
pecado original e cheia de graça, desde o primeiro instante de sua
existência, correspondia, portanto, um organismo humano perfeitíssimo, sem o
menor desequilíbrio. Em conseqüência de sua virginal natureza, Nossa Senhora
foi imune a qualquer doença, e jamais esteve sujeita à degenerescência do
corpo causada pela idade. Portanto, de que morreu, pois, a Mãe de Deus? A Santíssima Virgem morreu de amor!,
segundo São Francisco de Sales. Pois, levando sempre em seu coração as chagas
do Filho, padecia-as sem consumir-se, mas finalmente morreu pelo ímpeto da
dor. Sofria sem morrer, porém, por fim, morreu sem sofrer. Oh, paixão de amor! Oh, amor de paixão!
Se seu Filho estava no Céu, seu coração já não estava n'Ela. Seu coração, sua
alma, sua vida, tudo estava no Céu: por que haviam de ficar aqui na terra? Finalmente,
após tantos arrebatamentos e êxtases, aquele castelo santo de pureza e
humildade rendeu-se ao último assalto do amor, depois de haver resistido a
tantos. O amor A venceu, e consigo levou sua benditíssima alma. Essa morte de
Maria, suave e bendita como um lindo entardecer, a Igreja designa pelo
sugestivo nome de "DORMIÇÃO",
para significar que seu corpo não sofreu a corrupção. E Maria - que quer
dizer "Senhora de Luz" -
elevou-se em corpo e alma ao Céu, enquanto as incontáveis legiões das
milícias angélicas exclamavam maravilhadas ao contemplar sua Soberana
cruzando os umbrais eternos: “Quem é
esta que surge triunfante como a aurora esplendorosa, bela como a lua,
refulgente e invencível como o sol, que sobe no firmamento e terrível como um
exército em ordem de batalha?” E ouviu-se uma grande voz do céu que
dizia: "Eis aqui o tabernáculo de
Deus" (Ap 21, 3). A Filha bem-amada do Pai, a Mãe virginal do Verbo,
a Esposa puríssima do Espírito Santo foi coroada, então, pelas Três Divinas
Pessoas para reinar no universo, pelos séculos dos séculos, "à direita do Rei" (Sl 44, 10). A
verdade desta glorificação única e completa da Santíssima Virgem foi definida
solenemente como Dogma de Fé pelo Papa
Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950.
(NOTA: A Assunção
de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja,
através dos primeiros cristãos pelos séculos de forma inconteste. Na ocasião
de Pentecostes, a idade de Maria Santíssima era +ou- 47 anos. Permaneceu
ainda 25 anos na terra para educar e formar a Igreja nascente. Terminou sua
“carreira mortal” +ou- na idade de 72 anos. E Quis Nosso Senhor dar suprema
consolação aos apóstolos e discípulos, fazendo-os assistir a "DORMIÇÃO, de Nossa Senhora, entre os
quais S. Dionísio Aeropagita,
discípulo de S. Paulo e primeiro Bispo de Paris, narra o seguinte: “Diversos
Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados
para Jerusalém na noite que precedera tal desenlace. S. João Damasceno narra que os fiéis de Jerusalém, ao terem
notícia do falecimento de sua Mãe
querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas
homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia
sagrada de seu corpo.Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado,
para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira
para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor.S. Tomé pediu para ver
o corpo de Nossa Senhora, quando retiraram a pedra o corpo já não mais se
encontrava. O túmulo exalava um perfume de suavidade celestial!!! Como o seu
Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa ressuscitara ao terceiro
dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde
ele goza de uma glória inefável.
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