O Apóstolo São Paulo encontrou em
certas comunidades uma prática especial, chamada “glossolália”, ou “fala em
línguas estranhas” – não confundir com o “dom das línguas” do dia de
Pentecostes (At. 2,4) – e procurou regular o seu exercício, cercando-o de
precauções para que não se transformasse em descontrolada explosão do
sentimento religioso. Para isso exigiu necessariamente um intérprete (1 Cor.
14, 27). Trata-se de alguém com o encargo de vigilante da fé, pois, São Paulo
submete também à vigilância da autoridade o exercício dos carismas proféticos
(1 Cor. 14, 37). A “glossolália” teve duração transitória. Não ultrapassou à
Igreja primitiva e desapareceu cedo.
O atual Carismatismo Católico e das
seitas protestantes, em seu livre curso, expõe os fiéis a serem iludidos com a
esperança de estarem recebendo graças especiais, quando se trata freqüentemente
de manifestações naturais do sentimento religioso. Além disso, o demônio pode
servir-se desses estados de superexaltação para produzir certos fenômenos
extraordinários com aparência de carismas, para enganar e perder a muitos.
Eis o que, nesse sentido, nos
ensina o grande doutor da Igreja, São
Francisco de Sales (Trat. do Amor de Deus, t.2, c. IV): “Tem-se visto em nossa época, muitas pessoas
que crêem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; e ao cabo,
descobria-se que o fato não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo
sacerdote, no tempo de Santo Agostinho, punha-se em êxtase sempre que queria,
cantando ou fazendo cantar uma ária lúgubre; (…). O admirável é que seu êxtase
ia tão longe, que não sentia o fogo que se lhe aplicava, a não ser depois de
ter voltado a si…, e ficava sem respirar”. E o santo adverte-nos ainda que o
maligno pode transformar-se em espírito de luz, operar êxtases e outras coisas extraordinárias
para confundir e perder as almas.
E São João da Cruz afirma: “Quando a alma procura estas comunicações
carismáticas, abre a porta ao demônio.
O Carismatismo Católico e das
seitas protestantes repete ainda o erro de Lutero que pretendeu uma comunicação
do Espírito Santo e da graça divina, por meios livres, que não os Santos
Sacramentos estabelecidos para esse fim específico por Nosso Senhor. Daí ter
Lutero supresso quase todos os Santos Sacramentos. E nos meios católicos
influenciados pelo carismatismo protestante, em geral, nota-se um certo descaso
para com a admirável obra sacramentária de Nosso Senhor.
Ouve-se dizer que católicos estão
imitando o carismatismo superemotivo protestante. Para eles vale o que foi
dito. Seria o caso de dizer-lhes com São Paulo “Não tentemos o Espírito Santo”
com posturas emotivas estranhas, a ver se Ele produz em nós algum efeito
extraordinário; nem “O injuriemos” atribuindo-Lhe tantas coisas estranhas!
Para os católicos que crêem no
valor divino dos Santos Sacramentos e da admirável Ação do Espírito Santo em
nossas almas através deles, e para outros de boa vontade, eis aqui uma bela
página de verdadeira renovação carismática:
“O que fizeram os Apóstolos antes
de tudo, senão batizar? Eles comunicaram o Espírito Santo a todos os que tinham
fé, a todos os que criam em Nosso Senhor Jesus Cristo.
É assim que a Igreja, sob a
influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós O recebemos
em nosso Batismo. [E se não O perdemos pelo pecado mortal, Ele continua a
operar em nós através de seus dons e frutos as maravilhas de suas dádivas].
Devemos meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo que nos
tornou templos de Deus e moradas do Espírito Santo. A recepção desse Sacramento
opera nas almas uma grande transformação de ordem sobrenatural.
Os outros Sacramentos vêm
completar esta efusão do seu Espírito Santo, operada em nosso Batismo. Assim, o
Sacramento da Confirmação nos comunica também, com uma maior profusão, os dons
do Espírito Santo, pois temos necessidade deles para alimentar e bem exercer a
nossa vida espiritual e cristã.
Mas não é tudo. Com efeito, Nosso
Senhor quis que dois Sacramentos, em particular, intensifiquem em nós a
comunicação do seu Espírito com a efusão de seus dons, de forma freqüente. São
os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia. A Penitência reforça a graça que
recebemos em nosso Batismo e purifica nossa alma de seus pecados. Pois não
podemos pensar em receber abundantes graças do Espírito Santo, se O estamos
contristando pelo pecado. Este Sacramento restitui, pois, a força do Espírito
Santo e o poder da graça.
O Sacramento da Eucaristia que
nos é dado pela celebração do Santo Sacrifício da Missa, que renova a oblação
sacrifical de Cristo, e nos aplica os frutos da Redenção? (…) Na Eucaristia
recebemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do
pecado, e a união com N. S. Jesus Cristo, bem como a força do Espírito Santo.
Os Sacramentos do Matrimônio e da
Ordem santificam a sociedade. O primeiro, santifica as famílias. O segundo, a
Ordem é verdadeiro carisma. É concedido para comunicar precisamente o Espírito
Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.
Por fim, o Sacramento da
Extrema-Unção nos prepara para receber a verdadeira, plena e definitiva efusão
do Espírito Santo, quando receberemos a nossa recompensa no Céu.”
É sempre muito gostoso visitar este blog. Gosto muito
ResponderExcluirHoje me lembrei de quando criança ficava imaginando a imagem de Deus Pai. Deus Pai nao tem imagem mas era assim que o imaginava.
Da maneira como ilustra o cabeçalho de seu blog.
Passe pelo meu cantinho, se gostar , siga-o deixando lá sua carinha. Deixe também seu precioso comentário, caos goste do que ver ou ler.
crisma2012matao.blogspot.com.br