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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

HAGIOGRAFIA - SANTA ÂNGELA DE FOLIGNO, Virgem


Nascida em Foligno, na Itália, Ângela era filha de pais nobres, e deles recebeu aprimorada educação. De beleza não comum, de maneiras afáveis, Ângela, bem nova ainda, contraiu núpcias com um cavalheiro distintíssimo de sua terra. Abençoada de prole numerosa, não lhe faltaram os cuidados múltiplos de mãe de família; mas tempo bastante lhe sobrava para dedicar-se a caprichos de vaidade, a festas e divertimentos de toda a sorte. Esta mudança no pensar e proceder da filha era objeto de sérias apreensões da parte dos pais, que não perderam ocasião de mostrar a Ângela a inconveniência de sua conduta. Debalde foram esses esforços e as admoestações dos pais. Ângela contrapunha as exigências de sua posição, a que entendia dever sacrificar as aspirações religiosas.
Não obstante, os conselhos paternais não perderam de todo o valor. Ângela, que a princípio tanto amor manifestava às coisas frívolas desse mundo, mais tarde confessou: “Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus fez-me conhecer os meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor, prevendo a possibilidade de minha condenação; tamanha era minha vergonha, que não achei coragem de confessar todos os pecados, do que resultou que diversas vezes recebi os santos Sacramentos sacrilegamente. Vi  minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora, que me conduzisse a um sacerdote esclarecido, ao qual pudesse fazer minha confissão geral. Esta oração foi ouvida; não senti, porém, nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor e vergonha dos meus pecados”. Feita a conversão, Ângela ficou firme nas resoluções e fiel no cumprimento dos deveres.
Esta constância mereceu-lhe ainda graças preciosíssimas; a dum grande e perseverante arrependimento dos pecados e uma devoção terníssima à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Embora se lhe tornasse difícil, ajudada pelo auxílio da graça divina, Ângela modificou radicalmente a vida. Antes tão ávida de diversões, procurou em seguida os doces e suaves prazeres do lar; antes vaidosa e opulenta, dispôs das jóias, transformando-as em ricas esmolas; antes dissipada, tornou-se amante do recolhimento e da meditação. “Tudo isto – ela mesma confessou – me era extremamente difícil; faltava-me ainda o doce consolo do amor de Deus, que suaviza as coisas mais difíceis; era obrigação minha agradar a meu esposo e tomar em consideração os deveres do meu estado, por maior que fosse minha vontade de abandonar tudo e morrer a mim mesma”.
Estava determinado nos planos de Deus que, com prazo de poucos intervalos, Ângela perdesse o marido e todos os filhos.
Indizível lhe era o sofrimento. A graça de Deus, porém, preparando assim para Ângela o caminho da perfeição, fez cicatrizar também estas feridas.
Ângela, livre de todos os laços que a prendiam à terra, santificou sua viuvez  ao pé do crucifixo, fazendo o voto de castidade e pobreza e pediu admissão na Ordem Terceira de São Francisco. A vaidade, a sensibilidade, a febre do desejo de agradar aos homens, deram lugar à humildade, à mortificação e ao amor de Jesus Crucificado. A devoção à  Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor tomou-lhe posse da alma e de todas as aspirações. Na meditação dos sofrimentos do Homem Deus achou paz e consolo.
Jesus distinguiu-a com aparições e fê-la participar da cruz. Grandes eram os seus sofrimentos corporais e espirituais; de todos o maior era uma contínua perseguição diabólica. O demônio, apresentando-lhe continuamente ao espírito a vida pecaminosa de outrora, queria arrancar-lhe a fé na misericórdia divina, no valor de suas obras de penitência e importunava-a com tentações as mais terríveis contra a santa pureza, tanto que Ângela mesma confessa: “Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza”.
A oração e as obras de caridade foram as armas com que venceu nesta luta tremenda. Quotidiana era sua visita aos pobres doentes no hospital, aos quais, além da esmola espiritual, levava também o socorro material, ganhando assim as almas para Jesus Cristo.
Assim correu a vida de Santa Ângela, até o dia em que Deus a chamou para a eterna recompensa. No dia que lhe precedeu a morte, sentiu-se livre de todas as dores e tentações e uma felicidade celestial inundou-lhe a alma. Nesta disposição recebeu os santos Sacramentos, e entrou no reino da glória, no dia da oitava da Festa dos Inocentes, conforme tinha profetizado. O Papa Inocêncio XII inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santos da Igreja.



ASSIM eu lhe suplico: Leia as palavras de JESUS a Santa Ângela de Foligno que seguem. MEDITE!

        “Oh! Mulher, repara em Mim, flagelado e coroado de espinhos! Contempla as Minhas Chagas e as Minhas Feridas! Depois... escuta e reflete:

Durante a Minha vida terrena, vivi como manso cordeiro; fui ao Calvário, sem abrir a boca; tratei com doçura a samaritana e ela se converteu; comovi o coração de Maria Madalena, a pecadora e a fiz predileta e uma santa; ao cruzar as ruas da Palestina, pronunciava palavras de Luz, de Paz e de Amor; os Meus ensinamentos eram doces como mel. Mas um dia, ao lançar um olhar divino por todos os séculos, vendo como o mal inundava, impetuoso e ultrajava os Meus Templos, pronunciei palavras de fogo: “Ai do mundo por causa dos seus escândalos!... Ai de quem escandalizar! Seria melhor que lhe atassem uma pedra de moinho ao pescoço e o arrojassem no mar!”.

       Quem pronuncia este “AI”, é um DEUS abandonado por muitos sacerdotes, religiosos e leigos que não vivem, realmente, o que lhes preguei. Sou Eu, JESUS, que sofri tanto para salvar as almas; sou Eu o Juiz Supremo da Humanidade, dessa humanidade que entre outros pecados, Me crucifica novamente com as sua modas indecentes! Eu pronunciarei a sentença eterna para cada alma: Paraíso.... ou inferno!

       Reflete, mulher, que segues a moda licenciosa e pensa com serenidade, um momento, sobre os graves escândalos que provocas aos que te olham, te desejam e te ferem com frases grosseiras, por causa de tuas roupas ajustadas, transparentes, decotadas e curtas.

       Oh mulher, porque ultrajas os Meus templos, fazendo exibição do teu corpo? Porque só te ocupas em agradar e tentar os homens?! Porque transformas a Minha Casa de Oração num lugar de anatomia, onde abundam cabeças, troncos, extremidades e até a marca de tua roupa interior? Os Meus templos são profanados por causa das tuas roupas sensuais e provocadoras.

       Diz-Me, mulher, as tuas virtudes onde estão? O teu pudor, a tua modéstia, a tua humildade, onde estão? As tuas modas, que tanto tentam, são diferentes das de uma atéia? Absolutamente nada! Podes até iludir-te, a ti própria dizendo: “Que mal há em seguir esta moda?” ou “As outras mulheres também o fazem!” e... “Há sacerdotes que não proíbem e até aceitam!”...  Esta ilusão é para ti, mas a realidade é bem outra diferente. A conduta incorreta de tantas mulheres, mesmo cristãs, não justifica a má conduta própria. Se as outras mulheres se quiserem condenar, seguindo o que o mundo lhes apregoa, porque hás tu de te condenar?

       Todos os pecados que provocam nos outros, as tuas calças “coladas”, shorts, mini-saias, blusas e vestidos transparentes e decotados, fora ou dentro da Igreja, são imputáveis aos que te olham, mas mais que a ninguém, são imputáveis a ti, que és a sua causa voluntária.

       Eu, o Legislador Divino, disse: Se alguém olhar para uma mulher com malícia, já pecou em seu coração.A moral que Eu ensinei é una, inviolável e eterna, enquanto que as modas são muitas. A Minha Igreja, não tem modas! O mundo tem-nas todas. Se, realmente, Me amas... deves seguir a Minha Vida, cheia de abnegação e sacrifício... Por isso deves abandonar as modas que atentam contra a Moral e a Fé!

       Estreita é a porta que conduz ao Céu e larga a que leva ao inferno; a maioria elege a última. Estar contra as modas indecentes e não as usar é muito difícil; é necessário muito amor para Comigo, para não se deixar arrastar por elas.

       Eu fui enviado ao mundo, não para fazer a Minha Vontade, mas a d’Aquele que Me enviou. Tu foste enviada ao mundo, não para viver, fazer e usar o que te apetece, mas para realizar a Minha Santa Vontade. Ou tu estas Comigo, ou estás contra Mim! Ou estás Comigo, ou estás com as modas sem pudor... o que escolheres dar-te-á a eternidade da Minha Glória ou a eternidade das penas.

      Quando a morte te arrancar deste mundo, cheio de vaidades e luxos sem razão e chegardes a Minha Presença para ser julgada... vendo os pecados que os homens cometeram ao olhar para o teu corpo escassamente coberto, tu própria ficarás envergonhada.

      Que pretexto poderás então apresentar-Me? Ai de ti mulher pelos teus escândalos! Ai de ti que perdeste o pudor e a vergonha! Porque procedes assim? Porque me crucificas novamente com os cravos da tua imodéstia?

      Quando, de forma irrespeitosa, Me recebes na Comunhão, quanta amargura sinto ao entrar no teu corpo, que é motivo de tantos pecados nos homens e de mau exemplo para as poucas mulheres que tu, com desdém e desprezo, chamas “antiquadas”,! Asseguro-te, que muitas destas antiquadas estão Comigo, enquanto muitas “modernas” sem pudor, como tu, estão “gozando” no inferno”.

       Os casamentos que se celebram, também esbofeteiam ao Meu Rosto, quando as noivas e madrinhas se aproximam do Altar meio despidas, assim como muitas de suas convidadas... Tem a hipocrisia tal, que mesmo semi-nuas, levam no pescoço uma formosa cruz metálica, sinal de sua “grande catolicidade”. A verdade é que são sepulcros branqueados, cheios de luxo por fora e... vazias de humanidade e caridade por dentro.

        Ai, ai, ai! De todos aqueles sacerdotes que temem, ou não querem proibir que se espezinhem e profanem os Meus templos, com a nudez das modas. Muitos deles, deixaram-se seduzir pela sua presença e não querem ser rigorosos no cumprimento dos seus deveres. Eu fui atraiçoado por um falso apóstolo. E hoje, há falsos sacerdotes, religiosos e leigos, que, de forma clandestina, estão trabalhando para destruir a Minha Igreja. Falseiam a Minha Doutrina, permitindo tudo e criando um cristianismo fácil...

       Nos Meus Templos vêem-se coisas mais profanas. Por exemplo: Maquilagens, penteados exóticos, jóias, amuletos, óculos de sol, finos e raros tecidos... Outros, por sua vez, dedicam-se a comer, fumar, mastigar pastilhas elásticas, conversar, dormir, estudar, namoriscar, cruzar as pernas, aplaudir, bailar, cantar canções profanas e os “parabéns a você”, bisbilhotar, passear admirando obras de arte, tirar fotos durante a Santa Missa, etc. etc, como se estivessem num pic-nic. Pobres deles! Estão convertendo a Minha casa de Oração em lugar de pecados e...ninguém sai em Minha defesa...Todos calam e fogem.. Ninguém se arrisca e todos lavam as mãos como Pilatos... Onde estão os que deram a sua vida por Mim?

       Se um político, um desportista ou um artista lhes dizem: “Façam isso! Usem aquilo!”, todos o imitam... Eu, em troca, prometo-lhes o Prêmio Eterno se cumprirem os Meus Mandamentos e quase ninguém faz caso dos meus convites.
        
       Ai, ai, ai! Das minhas religiosas que, nas suas instituições e Colégios, não aconselham as suas alunas sobre a sã e correta maneira de se vestirem!...

       Ai, ai, ai! Das freiras que adaptam sua vestimenta às das mulheres mundanas; os vossos pecados estão a esgotar a Minha Paciência!...

      Ai, ai, ai! Dos pais e mães que, seguindo o ritmo imoral das modas, pervertem os filhos com o uso das mesmas e os tornam motivo de  escândalo!...

      Ai, ai, ai! De todos aqueles seculares que não resolvem aconselhar com energia tantos irmãos equivocados, sobre a necessidade e a obrigação de abandonarem as modas e ações que desvirtuam o Meu Evangelho!....

      Ai, ai, ai! De todas aquelas pessoas que, de uma ou outra maneira, fomentam, comercializam e permitem toda espécie de despudor! Sei muito bem que quereis corromper a mulher para assim, com mais facilidade, destruirdes a Minha Igreja, a Família e a Pátria!...

      A todas as pessoas digo: É responsável do pecado quem o comete e quem, tendo o dever de impedi-lo, covardemente o não impede! “Tomam-se severas medidas para lutar contra a fome, as pestes a pobreza e as impurezas da atmosfera, mas contempla-se com complacência, a contaminação dos espíritos” ( S.S.Paulo VI)

       A Minha Justiça destruiu as cidades imorais de Sodoma e Gomorra. Pior será o castigo que terá lugar dentro de pouco tempo, como vem anunciando a Minha Santíssima Mãe em La Salette, Lurdes, Fátima e outros lugares.

       Oh! Almas que viveis no lodo imoral, na vida cristã fácil, cômoda e libertina, semeando por toda a parte a morte espiritual, olhai-Me crucificado..! Meditai sobre o inferno, onde caem as tantas almas que, no seu tempo, viveram dando-se a todos os gostos, prazeres, modas, diversões, etc. etc. Que será de vós?

       As mulheres que quando viviam eram louvadas, aplaudidas, admiradas, imitadas e perseguidas por tanto exibicionismo dos seus corpos, agora, quem se recorda delas? Onde estão as suas conquistas? Onde estão o seu dinheiro, jóias, fama? Onde estão os corpos que tanto mostravam? Fogo eterno os consome, fogo que devora e não mata... Ao contrário, as que aqui viviam modestamente, suportando azedas críticas e zombarias que ferem, por causa de seu pudor e respeito para Comigo, gozam para sempre a eternidade na Minha companhia e na de Maria, Minha Mãe Santíssima.

        Se a tua mão, o teu pé, o teu olho ou... as tuas modas são motivo de escândalo, corta-os e atira-os para longe de ti, pois mais te vale entrar SEM eles no Reino dos Céus, que caíres COM os  mesmos no Fogo Eterno. Quem teme e respeita os homens e as modas não é digno de Mim!

        A todos os homens e mulheres digo: Apartai-vos das modas ofensivas e pecaminosas... ainda que percais a família, amigos, dinheiro, fama e a própria vida.
        Aos meus fiéis bispos, sacerdotes, religiosas e seculares, convido-os a quem com Prudente Valentia, defendam a Minha Causa e os Meus templos do aviltamento das modas obcenas e vergonhosas; caso contrário, o Braço da Minha Divina Justiça cairá rigoroso sobre todos aqueles que tem obrigação de dar testemunho da Minha Vida.

        Bem aventurado quem escuta as Minhas Palavras e as pratica!

        Posteriormente, JESUS foi consultado se esta mensagem não seria forte demais e ferir a certas pessoas, Ele respondeu:

        Ainda que faleis palavras de verdade que possam ferir... essas feridas serão a salvação. Falai a verdade, porque a verdade só pode ferir àquele que não pertence a verdade... E essas Palavras procedem do Meu Espírito. Ainda vos digo mais: Não gosto da covardia! Eu não Me ocultei para falar as Palavras do PAI”.

       Reconhecendo, humildemente a sua culpa, Santa Angela, começou a fazer uma pormenorizada e perfeita confissão de todas as suas culpas, nos mínimos detalhes. Então, para cada detalhe, por mínimo que fosse, JESUS expôs a ela a imensidão de seu sofrimento, dizendo-lhe:

       “Minha filha, mesmo que estivesses contaminada por mil doenças, mesmo que estivesses morta por mil mortes, Eu poderia curar-te com o remédio do Meu Sangue, sendo apenas necessário que tu quisesses lavar Nele a tua alma”.

         Esses pecados do teu corpo, que acabastes de Me confessar, uma a um, mostrando uma verdadeira dor, por teres desagradado a DEUS com eles e os quais incorrestes com o lavar, pentear, ungir, pintar, decorar, encaracolar teus cabelos, com o dar vistas, com o envaidecer-te, com a procura da vanglória e com os quais aparecestes ao olhos do mundo como uma inimiga de DEUS e merecestes, aos olhos do PAI, o mais profundo lago do inferno, o desprezo eterno e a eterna abjeção, todos estes pecados, Minha filha, EU Mesmo os redimi com o Meu vivo sangue e com a penitência e mortal da Minha Paixão.

         De fato, para descontar a vaidade dos penteados, das pomadas, dos perfumes com que tornaste bem luzidias, encaracoladas e triunfantes as tuas cabeleiras, os Meus cabelos foram arrancados, a Minha fronte foi trespassada, a Minha cabeça foi ferida, chagada, ensopada em sangue e exposta à chacota sob uma vil coroa de espinhos.

        Também pelos pecados do teu rosto, em que tu própria incorreste, perfumando-o, maquilando-o, expondo-o aos olhares impuros dos homens e sentindo prazer com seus cobiçosos louvores, Eu mesmo te dei o remédio da Minha dor, uma vez que,  em desconto destes pecados, todo o Meu rosto foi manchado e desfigurado com sórdidos escarros e as Minhas faces deformadas e inchadas pelas atrozes bofetadas, tiveram que passar pelo contato de um pano sujo e humilhante.

        Pelos pecados dos teus olhos, com que tu olhaste para coisas vãs e nocivas, sentindo tantas vezes deleite, a vista do mal alardeado ou exibido contra DEUS, senti os Meus olhos queimarem-Me, pelo amargor das lágrimas e pelo acre do sangue que, escorrendo da Minha cabeça, me punha diante de um obscuro e mudo véu.

      Pelos pecados dos teus ouvidos, com que ofendeste a Deus, ouvindo coisas vãs e malignas e comprazendo-te nelas, Eu fiz a maior penitência que se pode imaginar: ouvi as palavras mais atrozes e abjetas, as falsas acusações, as repulsas, os insultos, as maldições, as chacotas, as blasfêmias, a iníqua sentença de morte, pronunciada por todo um povo e, o que mais Me encheu de angustia, o pranto chorado por Mim na terra, pela Minha mãe, por toda a Minha abandonada dor.

      Pelos pecados da tua boca e da tua garganta, com que satisfizeste, com alimentos saborosos e bebidas excelentes, tive Eu a boca definhada pela fome, pelo enjôo e pelo ardor e enfastiada pelo vinagre, pela mirra e pelo fel.

      Pelos pecados da tua língua, sempre disposta para as rejeições, para as calúnias, para as chacotas, para as maldições, para as blasfêmias, para os perjúrios e para as palavras pecaminosas, tive Eu a Minha língua, que não poderia falar senão em verdade, muda e imóvel perante os falsos juízes e falsos acusadores e pelos Meus próprios carrascos, pelos que Me crucificaram.

      Pelos pecados do teu olfato, que sempre se deleitou com flores bem cheirosas e com frescos perfumes, senti Eu o fedor abominável dos escarros e suportei-os na Minha própria face, nos olhos e nas narinas.

      Pelos pecados que fizeste com o teu pescoço, agitando-o na ira, na soberba, na sensualidade e empertigando-o orgulhosamente contra DEUS, tive Eu o Meu pescoço inteiriçado e curvado para a terra, pelas punhadas e pelas cotoveladas.

     Pelos pecados dos teus ombros e das tuas costas, que tu tens, com falsa docilidade, tantas vezes curvados sob agradáveis pesos da vaidade, da conveniência, da indiferença, arrastei Eu fatigosamente a pesada Cruz, de todo o Meu corpo, que se sentia já antecipadamente suspenso.

     Pelos pecados das tuas mãos e dos teus braços, com os quais tu cometeste tantas ações más, com os quais tocastes tantas coisas impuras e abraçastes tanta carne, as Minhas mãos, trespassadas por cavilhas duras e aguçadas, foram pregadas a Cruz e esmagadas e apertadas pelas grossas cabeças dos cravos, tiveram que suster o peso desamparado de todo o Meu corpo.

     Pelos pecados do teu coração, tantas vezes agitado pela ira, pela inveja, pela maldade, pelo amor impuro, pelas abjetas concupiscências, pelas sôfregas ambições, o Meu Coração e o Meu Peito, trespassados por uma agudíssima lança, derramaram abundantemente o remédio para curar todas as paixões do coração humano, ou seja, a água para extinguir o ardor das abjetas concupiscências e amores doentios e o Sangue, para acalmar as iras, as maldades e os rancores.

      Pelos pecados dos teus pés, com os quais dançaste perdida e sensualmente te balançaste, neste teu andar peneirento e impensadamente vagueaste, afastando-te do reto caminho e da meta, Eu tive os Meus pés, não ligados por tortuosa corda, mas trespassados e cravados no madeiro da Cruz, com um único, rígido e quadrado cravo; e, em vez dos teus sapatinhos de bico e perfurados, os Meus pés foram cobertos pela vermelha rede que sobre eles fazia o sangue, descendo a riachos das Minhas feridas abertas.

     Pelos pecados de todo o teu corpo, com que tão voluntariamente te entregaste a luxos molengões, ao sono, ao ócio, Eu fui horrivelmente flagelado, estendido e retesado na Cruz, como uma pele, cravado no madeiro e tão apertadamente, que senti em todo o Meu corpo a sua áspera dureza, enquanto um verdadeiro banho de sangue vertia dos meus membros até a terra. E assim, estive entregue a um atrocíssimo tormento, até que, morto por cruéis carnífices, exalei o Meu Poderoso Espírito.

    Pelos pecados que tu cometeste, enfeitando-te com vestidos, modas e adornos supérfluos, vãos, estranhos e mesmo ridículos, Eu fui colocado na Cruz nu, tal como nasci da Virgem, estive ao vento, ao frio, ao ar que me rodeava de todas as partes, estirado e exposto aos olhares dos homens e das mulheres, lá bem no alto, a fim de que melhor me vissem e mais fosse escarnecido e mais sofresse as lancetadas da vergonha.

    Pelos pecados que cometeste, adquirindo mal as tuas riquezas, estimando-as e retendo-as mal e esbanjando-as ainda pior, Eu fui tão pobre, que não só não tive, nem palácio, nem casa, nem simples tegúrio, onde poder nascer ou viver, mas nem sequer quando morto, tive um túmulo onde Me pudessem colocar. E se a piedade não tivesse movido um homem da terra a compadecer-se da Minha miséria e a depositar os Meus despojos no seu sepulcro, os ossos do Meu Corpo teriam sido abandonados aos cães e aves de rapina. Mas Minha pobreza foi ainda para além de tudo isso: dei o Meu Sangue e a Minha Vida, até a última gota, até ao último suspiro, aos desprotegidos e aos pecadores, e, tanto em vida como na morte, tão pobre quis ser e permanecer, que não conservei para Mim, parte alguma de Mim mesmo.

      ESTAS PALAVRAS, diz Santa Angela, desciam ao mais íntimo de minha alma, uma a uma e uma a uma, a enchiam de amargura, de vergonha, de dor e de espanto. Via como pelos meus vergonhosos gozos sentidos, a Alma de JEUS havia sentido, dentro de si mesma, todas dores, todas as angustias, todas as atrocidades e todos os martírios. Que a soma de todas estas angustias era feita num verdadeiro grito.
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

BEM AVENTURADO JOÃO OGILVIE - PREFERIU o MARTÍRIO a NEGAR o SANTO PAPA !!!!



A dez de março de 1615, foi martirizado, em Glasgow - Escócia, o Bem aventurado João Ogilvie. Durante o processo o forçaram a ficar sem dormir, por oito dias e nove noites consecutivas.
Foi condenado à morte, porque confessara que o Chefe da Igreja era o Papa, e não o rei Jacó I.
         A caminho para o cadafalso encontra-se com o pastor protestante que lhe diz:
- Ó, como eu o lastimo, Ogilvie, que agora vais ser entregue a uma morte tão cruel.
          Responde-lhe o mártir, fingindo medo:
         - O senhor fala como se estivesse em mim escapar da morte. Sou condenado à morte por crime de lesa majestade.
         - Que nada, diz-lhe o pastor, nem fales disto, fostes condenado à morte por ser papista. Renega o Papa e até serás principescamente remunerado!
         - O senhor está zombando de mim... O senhor está falando sério? Pergunta-lhe, Ogilvie.
          - Sim, estou falando sério, fala-lhe com entusiasmo o protestante.
         Fui encarregado, continuou o pastor, pelo arcebispo protestante para oferecer-lhe sua filha em casamento e um rico benefício, se apostatares. Poupe sua bela vida, tenha compaixão de si mesmo...
          Chegando ao cadafalso, Ogilvie diz ao pastor protestante:
         - Gostaria que o senhor, aqui publicamente, repetisse as promessas que me acaba de fazer. E grita, para que toda a multidão ouça: Ouvi o que o vosso pastor vai dizer!
          E o pastor clama vitorioso em alta voz:
- Em nome do nosso arcebispo, prometo-lhe a vida, se apostatar; prometo-lhe a filha do arcebispo...
         - Ouvistes? Querem ser minhas testemunhas? Pergunta Ogilvie.
         - Sim, ouvimos, somos tuas testemunhas! Vem, desce ligeiro do cadafalso.
           Os católicos estão apavorados...
           E continua a perguntar o mártir:
          - E não precisarei temer que para o futuro me irão acusar de lesa, majestade?
         - Não! Não! Grita delirante a grande multidão de protestantes: Nós ouvimos as promessas, seremos tuas testemunhas... desce, desce, Ogilvie!
 - Então, é só por causa da religião que estou aqui diante da morte? Pergunta o mártir.
          - Só e unicamente! Clama a uma voz, a imensa multidão.
         - Ah! Se é assim, basta. Estou pronto a dar cem vidas. A minha santa e verdadeira Religião não me podeis roubar, confessa o mártir de CRISTO.
         Os hereges rangem os dentes de raiva, e os católicos exultam. O Padre beija a forca e abraça, consolando, o algoz.
         Antes que lhe fossem amarradas as mãos, tira o Terço, que tantas vezes rezara pela conversão dos protestantes e lança-o por entre a multidão, para que um católico o apanhasse.
         Mas o Terço foi dar em cheio, no peito do barão João Von Eckersdorf, calvinista.
         Era alemão, estava de viagem, e “por acaso” se achava em Glasgow, no dia do martírio de Ogilvie. Os católicos pularam sobre o barão, e lhe arrancaram o Terço!
         Depois de alguns anos, narra o próprio barão:
         “Eu era protestante, e de forma alguma queria converter-me ao catolicismo, mas, desde aquele momento, em que caiu no meu peito o Terço do Mártir, comecei a ter sérias dúvidas sobre a minha seita. Parecia que o Terço me tivesse aberto uma grande ferida. O pensamento do Terço nunca mais me deixou em paz. Quatro anos depois entrei na Igreja Católica. A minha conversão eu a atribuo ao Terço do Mártir Padre João Ogilve, S.J.”

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Contem às crianças a verdadeira história do Papai Noel


6 de Dezembro é dia de São Nicolau, ou Papai Noel. 

Devido aos inúmeros milagres  atribuídos à sua intercessão, em vida e após a morte, ficou conhecido  como Taumaturgo ( Άγιος Νικόλαος ο Θαυματουργός).

Universalmente associado às festas natalinas, o Papai Noel sofreu uma terrível despersonalização, sendo transformado numa espécie de figura de conto-de-fadas.

Sua festa litúrgica é celebrada pelos católicos, ortodoxos, anglicanos (a despeito da perseguição que os puritanos empreenderam no século XVII) e pelos luteranos no mesmo dia.

Grego de nascimento, São Nicolau foi Bispo de Mira, na Turquia. Nascido em 270 e morto em 6 de dezembro de 346. Sobre seu túmulo foi construída uma basílica no século VI.  Seus restos mortais foram levados de Mira para Bari, Itália, onde chegaram em 9 de maio de 1087. O governo turco tem  pressionado o governo italiano para que lhe devolva as relíquias do santo, para transformá-las em peça de atração turística.


SANTA LUZIA, Virgem Mártir


“Santa Luzia sofreu o martírio por volta do ano 304, na grande perseguição de Diocleciano contra os cristãos. Oriunda de Siracusa, era de linhagem nobre, e muito precocemente fez voto de perpétua castidade ao Senhor. Sua mãe adoeceu com desinteria, e nesta emergência ela fez uma peregrinação ao túmulo de Santa Águeda para implorar a restituição de sua saúde. Ali, Santa Luzia entrou em êxtase e Santa Águeda apareceu-lhe em grande glória, rodeada de anjos, falando-lhe então: 'Minha irmã Luzia, virgem consagrada a Deus, por que pedes a mim o que tu mesma podes fazer pela tua mãe? Atenção, tua fé deu eficácia às palavras de tua boca, e ela está agora curada'. A partir deste momento, Luzia vendeu seus ornamentos e suas posses a fim de dar o valor recebido aos pobres e doentes. Acusada de ser cristã, apresentou-se diante do tribunal do juiz pagão, Pascásio, e quando ali recebeu a ordem de oferecer sacrifício aos ídolos, respondeu: 'Consolar e confortar as viúvas e os órfãos em sua tribulação é um culto puro e agradável a Deus. Isto tenho feito por três anos e, após oferecer-lhes minhas posses, alegremente oferecerei também a mim mesma em sacrifício'. Porque ela havia dito: 'Aqueles que vivem casta e devotamente são um templo de Deus, e o Espírito Santo habita neles', eles pretenderam levá-la para um bordel, mas o Senhor a tornou imóvel como uma coluna, de forma que nenhum poder pode movê-la. Então uma pira funerária, cheia de piche, colofônio e óleo foi erguida em torno dela e acendida: mas também as chamas deixaram-na intacta. Finalmente uma espada atravessou-lhe o pescoço; mas ela continuou com vida até que recebesse o Santo Viático de um sacerdote, e ainda consolou os cristãos que estavam a sua volta, anunciando-lhes que a paz estava próxima. No local de seu martírio foi erguida uma igreja.”

(GIHR, Nicholas. In: THE HOLY SACRIFICE OF THE MASS. The Saints of the Canon of the Mass. 1918)


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A ESCADA DO PRETÓRIO DE PILATOS, QUE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, DEPOIS DE FLAGELADO, SUBIU PARA SER APRESENTADO AO POPULACHO JUDEU.


Ela foi trazida no século IV de Jerusalém para Roma, por Santa Helena. Mãe do Imperador Constantino. Encontra-se em frente ao Palácio Laterano (*) que faz um só corpo com a Basílica de São João de Latrão. É um velho costume romano subi-la de joelhos, sobretudo na Quaresma.”

Depois de contemplar o cenário, o penitente comovido e enlevado dobra os joelhos e inicia a subida. Já no segundo degrau depara-se com uma marca saliente. Junto a ela, todos se detém e osculam uma placa de vidro. Satisfazendo a curiosidade, descobre-se que: “Trata-se do lugar onde caiu uma gota do Sangue que Nosso Senhor derramou.”

Mais alguns degraus e outras duas placas semelhantes surgem. No último, o vigésimo oitavo, outra placa indicava a presença de mais uma gota do precioso Sangue. Os joelhos doem, mas pensa-se consigo mesmo: se por tão pouco sente-se tal incômodo, o que não terá sido a dor do Divino Salvador neste passo da Paixão? Ele que tinha o direito de ser obedecido, servido e glorificado, foi coberto de injúrias e transformado em “um leproso no qual nada havia de são”, segundo as palavras da Sagrada Escritura.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

“PROFETISA DO RENO”, SANTA HILDEGARDA DE BINGEN (1098 — 1179)


“No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender.

“A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu.

“Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix.

“Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima.
“Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: ‘Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!’

“E continuou: ‘Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa.

“Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens.

“Este fato de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes.

“Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal.

“Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos.

“Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súbditos.

“Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade”.

“E ouvi uma voz do céu que dizia:

‘Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)’”.

(Fonte: Carta a Werner von Kirchheim e à sua comunidade sacerdotal: PL 197, 269ss, apud Discurso do Papa Bento XVI por ocasião da troca de votos natalícios com a Cúria Romana, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010).


TRECHOS DA CARTA DE SANTO AFONSO DE LIGÓRIO SOBRE OS MALES QUE AFLIGIAM A IGREJA E QUE DIANTE DA IMINÊNCIA DO CONCLAVE DE 1774/1775 DEVERIAM SER CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO NOVO PONTÍFICE


Carta 773. A Padre Traiano Trabisonda

Viva Jesus, Maria e José!

Arienzo, 24 de outubro de 1774

Ilustríssimo Senhor meu estimadíssimo,

Meu amigo e senhor, acerca do sentimento que se me pede sobre os assuntos atuais da Igreja e a eleição do Papa, que pensamento posso apresentar, eu um miserável ignorante e de tão pouco espírito, como sou?

Digo apenas que são necessárias orações e grandes orações; já que, para levantar a Igreja do estado de relaxamento e de confusão em que se encontram universalmente todos os níveis, nem toda a ciência e prudência humana conseguem remediar, mas é preciso o braço onipotente de Deus.

Entre os bispos, poucos são os que têm verdadeiro zelo pelas almas.

As comunidades religiosas, quase todas e mesmo sem o quase, estão relaxadas, porque nas congregações, na presente confusão das coisas, falta a observância e a obediência se perdeu.

No clero secular as coisas estão piores e, por isso, faz-se necessária aí uma reforma geral para todos os eclesiásticos, de maneira a reparar a grande corrupção dos costumes, que existe entre os seculares.

Por isso é preciso rezar a Jesus Cristo que nos dê um Chefe da Igreja que, mais do que de doutrina e de prudência humana, seja dotado de espírito e de zelo pela honra de Deus, e seja totalmente alheio a qualquer partido e respeito humano, porque se, por nossa desgraça, acontecesse um Papa que não tem apenas a glória de Deus diante dos olhos, o Senhor pouco o assistirá e as coisas, como estão nas presentes circunstâncias, irão de mal a pior.
Assim que as orações podem trazer remédio a tanto mal, ao obter de Deus que ele mesmo ponha a sua mão e conserte.

Por isso, não somente impus a todas as casas da minha mínima Congregação que rezem a Deus, com atenção maior do que habitualmente, pela eleição deste novo Pontífice; mas na minha diocese ordenei a todos os sacerdotes seculares e regulares que, na missa, recitem a coleta pro electione pontificis; desejaria que o Senhor inspirasse ao Sacro Colégio para escrever a todos os Núncios dos reinos cristãos, para que ordenassem esta coleta, por parte do Sacro Colégio, a todos os sacerdotes.

É este o sentimento que eu, miserável, posso apresentar.

Para esta eleição do Papa, não deixo de rezar mais vezes ao dia, mas o que podem minhas frias orações? Contudo, confio nos méritos de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, que antes que a morte me atinja, que me está muito perto pela idade tão decadente e pela doença em que me encontro, o Senhor possa consolar-me fazendo-me ver a Igreja reconstituída.

Acrescento, amigo, que também eu desejaria, como Vossa Senhoria ilustríssima, ver reformados tantos desarranjos presentes; e saiba que, nesta matéria, giram-me pela mente mil pensamentos, que gostaria de fazê-los presentes a todos. Mas, olhando para a minha mesquinhez, não tenho ânimo de torna-los públicos, para não parecer que eu quero reformar o mundo. Comunico-lhe, porém, em confiança e como um desabafo, estes meus desejos.

Em primeiro lugar, gostaria que o próximo Papa (já que faltam muitos Cardeais, que deverão ser nomeados) escolhesse, entre aqueles que lhe serão propostos, os mais doutos e zelosos pelo bem da Igreja e que intimasse preventivamente aos Príncipes, na primeira carta em que lhes comunicará a sua eleição, que, quando pedirem o cardinalato para algum favorito seu, não proponham senão pessoas de comprovada piedade e doutas, porque, caso contrário, não poderá admiti-los em boa consciência.

Gostaria ainda que usasse toda a sua força em negar mais benefícios àqueles que já estão de posse dos bens da Igreja que lhes bastam para a sua manutenção, segundo o conveniente ao seu estado. E nisso usasse toda a fortaleza contra os compromissos que poderão aparecer.

Gostaria, além disso, que se impedisse o luxo nos prelados e, por isso, se determinasse para todos (caso contrário, a nada se porá remédio), se determinasse, digo, o numero dos empregados, exatamente o que compete a cada categoria de prelados: tantos camareiros e não mais; tantos servos e não mais; tantos cavalos e não mais; para não dar mais o que falar aos hereges.

Mais ainda! Que se usasse diligência ao escolher os bispos (dos quais, principalmente, depende o culto divino e a salvação das almas), solicitando informações a mais pessoas sobre a sua vida digna e doutrina necessária para governar as dioceses. E que, também para aqueles que já estão em suas igrejas, se exigisse dos metropolitanos e de outros, secretamente, a informação sobre aqueles bispos que pouco atendem o bem de suas ovelhas.

Gostaria ainda que se fizesse perceber, por toda a parte, que bispos descuidados e faltosos ou na residência ou no luxo das pessoas que mantêm ao seu serviço, ou nas enormes despesas com mobílias, banquetes e coisas semelhantes, serão punidos com a suspensão ou com o envio de vigários apostólicos que consertem os seus defeitos, dando o exemplo, de quando em vez, conforme a necessidade.

Todo exemplo desse tipo faria com que estivessem mais atentos a se controlar os demais prelados descuidados.

Gostaria ainda que o futuro Papa fosse muito reservado em conceder certas graças que prejudicam a boa disciplina, como, por exemplo, permitir às monjas saírem da clausura por mera curiosidade de ver as coisas do século, o conceder facilmente aos religiosos a licença de se secularizar, pelos inconvenientes mis que daí decorrem.
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Sobretudo, desejaria que o Papa reconduzisse universalmente todos os religiosos à observância do seu primeiro Instituto, pelo menos nas coisas mais principais.

Basta, não desejo mais causar-lhe tédio. Nada podemos fazer, a não ser rezar ao Senhor, que nos dê um Pastor pleno do seu espírito, que saiba estabelecer estas coisas que acenei brevemente, conforme for mais conveniente à glória de Jesus Cristo.

E com isso, apresento-lhe minha humilíssima reverência, enquanto com todo o obséquio me confesso.

De Vossa Senhoria Ilustríssima obrigadíssimo servo verdadeiro

AFONSO MARIA, bispo de Santa Águeda dos Godos


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

COMO OS APÓSTOLOS MORRERAM ???


O martírio dos apóstolos foi anunciado por Nosso Senhor Jesus Cristo:

- “Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros” (São Lucas 11.49).

- “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (São Lucas 21.16-17).

- “Se a mim me perseguiram também vos perseguirão a vós… mas tudo isso vos farão por causa do meu nome” (São João 15.19-20).

- “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos… eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas, e sereis conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim…” (São Mateus 10.16-18).

Com relação aos sofrimentos e martírio de São Paulo, Nosso Senhor revelou: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9.16).

Conheçamos um pouco o chamado dos apóstolos e vejamos como eles morreram:



São Mateus

Após a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, São Mateus fez do seu próprio país seu campo missionário, pregando para os próprios Judeus.  Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Morreu à espada na cidade de Etiópia.

Santo André

Era irmão de São Pedro, filhos de um pescador da Galiléia de nome Jonas. Ele vivia em Cafarnaum e era um seguidor de São João Batista antes de ser apresentado a Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao ver Nosso Senhor, reconheceu-o imediatamente como sendo o Messias, e foi o seu primeiro apóstolo. Foi para a Grécia e pregou na província de Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Ali sofreu o martírio e foi amarrado numa cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse. Da cruz pregou ao povo até morrer. Séculos mais tarde, seus restos mortais foram levados para Escócia. O navio que os transportava naufragou numa baía que assim foi denominada de Baía de Santo André. Santo André pregou na Grécia e Ásia Menor. Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. Santo André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias” (João 1.35-42; Mateus 10.2).

São Filipe

Natural de Betsaida, cidade de Santo André e São Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-nos Policrates, que foi Bispo de Éfeso durante o séc. II, que São Filipe foi para a Ásia e foi sepultado em Hierápolis. Pregou na Frígia e morreu mártir, enforcado num pilar, em Hierápolis (Ásia Menor).

São Bartolomeu

Nas crônicas a seu respeito consta que ele foi morto a chicotadas e seu corpo foi colocado num saco, atado e jogado ao mar. Natural de Caná da Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (São Mateus 10.3; São João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo.



São Simão

Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em São Mateus 10.4, São Marcos 3.18, São Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado.

São Tiago Menor

Pregou na Palestina e no Egito, sendo ali crucificado. Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Escreveu uma das epístolas bíblicas. Foi precipitado de um pináculo do templo de Jerusalém ao solo; a seguir, foi atacado por se recusar a denunciar os cristãos, sendo apedrejado até a morte, por ordem do sumo sacerdote Ananias, no ano 62.

São Judas Tadeu

Foi quem, na última ceia, perguntou a Nosso Senhor: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?” (São João 14, 22-23). É autor de uma das cartas do Novo Testamento (Carta de Judas). Diz à tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com São Simão.

Judas Iscariotes, o traidor

Filho de Simão iscariotes. Ele traiu a Jesus por trinta moedas de prata, enforcando-se um dia após entregar Nosso Senhor às autoridades judaicas. Tirou sua vida e não acreditou no perdão de Deus. (São Mateus 26,14-16; 27:3-5).



São Pedro

Era pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (São Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (São Mateus 17.1-4). Negou Jesus três vezes, mas se arrependeu amargamente. Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Durante a perseguição de Nero, sofreu martírio. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição que seu mestre Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, morreu sufocado com seu próprio sangue.

São Tiago Maior

Natural de Betsaida da Galiléia, pescador (São Mateus 4.21; 10.2). Filho de Zebedeu e irmão do também apóstolo São João Evangelista. Ele sofreu martírio em 44 d.C., quando Herodes Agripa mandou prender São Pedro. Foi decapitado em Jerusalém. Foi o primeiro dos apóstolos a morrer pela fé. A partir dos séculos passou a ser venerado na península Ibérica, sendo o grande protetor contra os mouros (árabes/muçulmanos). A Espanha tornou-o seu patrono, Santiago de Compostela, onde, até hoje, é reverenciado como padroeiro. Sua devoção expandiu-se na América com as Grandes Navegações e, até hoje, ele é muito venerado no Chile, México, Peru…

São João Evangelista

O único que permaneceu junto à cruz (São João 19.26-27). Era irmão de Tiago Maior. O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (São João 20.1-10). Foi o que viveu mais tempo. Da Ilha de Patmos, onde esteve preso, regressou à cidade de Éfeso e teve morte natural. É o apóstolo que recebeu de Nosso Senhor a missão de cuidar da Santíssima Virgem. “O discípulo que Jesus amava” (S. João 13.23). Em Éfeso São João fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Ap 1.9). Foi lançado numa caldeira de azeite fervendo, em Roma, mas escapou ileso. Teve morte natural com idade de 100 anos aproximadamente.

São Tomé

Viajou e pregou os ensinamentos de Nosso Senhor em vários países, como Pérsia, Índia e inclusive nas Américas.. Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (S. João 20.25). Seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.

São Paulo

São Paulo não conviveu com Nosso Senhor Jesus Cristo; nem por isso deixou de ser mais importante. Pelo contrário, é considerado o responsável pela conversão dos povos gentios e até defendeu esta necessidade junto aos demais apóstolos. Seu nome era Saulo, judeu, um cidadão romano, soldado e chefe de uma guarnição romana. A caminho da cidade de Damasco, Deus falou com ele. A partir daquele dia sua vida mudou e seu nome passou a ser Paulo. Morreu mártir, sendo decapitado no mesmo ano de São Pedro e pelo mesmo motivo, mas em ocasiões diferentes. É o apóstolo dos gentios por causa da sua grande obra missionária nos países gentílicos. Ele foi um dos primeiros a ver que não só os judeus poderiam ser batizados, mas todos: gregos, romanos, egípcios, etc. Escreveu várias cartas para as localidades por onde passara. Foi decapitado em Roma por ordem do imperador Nero.

São Lucas

Era médico. Não conheceu Jesus pessoalmente. Recolheu inúmeros relatos (principalmente dos apóstolos) e escreveu seu Evangelho. Ele também escreveu o Ato dos Apóstolos. Foi enforcado em uma oliveira na Grécia.

São Matias

Escolhido para substituir Judas Iscariotes. Exerceu sua ação apostólica na Judéia, Alexandria e Macedônia. Foi martirizado na Etiópia.

São Tadeu

Não há relatos sobre a sua morte.