Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 01 de janeiro de 2009
Santa Faustina Kowalska
“Nestes dois
últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O
Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos
nestes dias. Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da
misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista”
(Diário, 926).
Santa Margarida Maria Alacoque
Escreveu: “Numa
outra vez, no tempo de carnaval, apresentou-me, após a santa comunhão, sob a
forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos. O
Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste: Não
haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na
minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo, agora?”
(Escritos Espirituais).
São Francisco de Sales
Dizia: “O carnaval:
tempo de minhas dores e aflições”.
Naqueles dias, esse santo fazia o
retiro espiritual para reparar as graves desordens e o procedimento licencioso
de tantos cristãos.
São Vicente Ferrer
Dizia: “O carnaval é um
tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm
à rédea solta para a perdição”.
O Servo de Deus, João de Foligno
Dava ao
carnaval o nome de: “Colheita do diabo”.
Santa Catarina de Sena
Referindo-se ao
carnaval, exclamava entre soluços: “Oh! Que tempo diabólico!”
São Carlos Borromeu
Jamais podia compreender
como os cristãos podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo.
Santo Afonso Maria de Ligório
Escreve: “Não é
sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo
predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos,
nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os
nossos obséquios; porquanto, os pecadores, nestes dias mais do que em outros
tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os
cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas,
o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio. Eles o trairão, já não
às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua
traição! Eles o trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis
ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer e por um divertimento
momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua
Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o
cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo,
quem te bateu? Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos
tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância
diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim
não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte
palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis contra o
Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é
uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Nestes dias Jesus será
crucificado centenas e milhares de vezes” (Meditações).
Santa Teresa dos Andes
Escreveu: “Nestes três
dias de carnaval tivemos o Santíssimo exposto desde a uma, mais ou menos, até
pouco antes das 6 h. São dias de festa e ao mesmo tempo de tristeza. Podemos
fazer tão pouco para reparar tanto pecado...” (Carta 162).
Savonarola e o Protesto contra o Carnaval
Conta-se que, em represália aos excessos do
carnaval florentino, organizou Savonarola em 1496 uma procissão de 10.000
jovens, que desfilou pelas ruas principais da cidade cantando hinos religiosos
de penitência. Chegando a uma praça, onde se erguera uma grande pirâmide de
livros maus, recolhidos com antecedência, a um sinal dado, colocaram-lhes fogo.
Ao mesmo tempo soavam as trombetas da “Signoria”, repicavam os sinos de São
Marcos e a multidão prorrompia em aclamações. Encerrou-se a função com uma
missa solene no meio da praça, onde foi erguido um grande Crucifixo.
Será que os Excelentíssimos senhores Bispos e
os Reverendíssimos senhores padres fazem o mesmo hoje? Será que possuem essa
coragem e convicção?
São Pedro Claver
Um oficial espanhol viu um dia São Pedro
Claver com um grande saco às costas.
— Padre, aonde vai com esse saco?
— Vou fazer carnaval; pois não é tempo de
folgança?
O oficial quer ver o que acontece:
acompanha-o. O Santo entra num hospital. Os doentes
alvoroçam-se e fazem-lhe festa; muitos o rodeiam, porque o Santo, passando com
eles uma hora alegre, lhes reparte presentes e regalos até esvaziar
completamente o saco.
— E agora? – pergunta o oficial.
— Agora venha comigo; vamos à igreja rezar
por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus
livremente por ser tempo de carnaval.
Santo Afonso Maria de Ligório
“Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos
exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender que é Jesus
Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos
homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como
dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto
o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares
de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por
pessoas que lhe estão consagradas. Jesus Cristo não é mais suscetível de dor;
mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia
de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas.
É por isso que os santos, a fim de
desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de
modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos
de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo do
carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do
Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres
pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de
expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo
com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo
para visitar com ele os santuários e realizar exercícios de devoção. O mesmo
praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida
que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo.
Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um
pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão
frequente.
Numa palavra, todos os santos, porque amaram
a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de
carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os
santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros
tempos, na presença de Jesus Sacramentado ou bem recolhido em tua casa, aos pés
de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas.
O meio para adquirires um tesouro imenso de
méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus
Cristo em sua pobreza e fazer-lhe companhia neste tempo em que é mais
abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios
que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas suas almas prediletas!”
(Meditações).
CARNAVAL: Semana de FOLIA desenfreada
No tempo do carnaval, Nosso Senhor Jesus
Cristo renova a sua sangrenta Paixão; por isso, Ele repete com toda verdade as
suas palavras dilaceradoras: “Troçarão de mim, cuspir-me-ão no rosto,
matar-me-ão na cruz”.
Todos os pecados de gula não são, porventura,
o cálice amargo renovado para Ele? Todas as imodéstias no vestir, os olhares
impuros, as ações obscenas não repetem porventura o despimento das suas vestes e a sua bárbara flagelação? E as máscaras que escondem o rosto para não
sentir o rubor de certas baixezas, não são semelhantes às vendas por dentro das
quais os soldados escondem a cabeça majestosa de Deus, para ficarem mais livres
de injuriá-lo?
E toda blasfêmia, e todo grito imundo, e todo
riso descomposto, não assemelham às cusparadas com que foi conspurcada a face
do Senhor?
Sim! Para Jesus a semana do carnaval é uma
nova semana da Paixão; e os pecados do carnaval pesam-lhe nos ombros, como um
dia lhe pesou a cruz na qual devia morrer.
Por sorte, neste mundo não há apenas judeus,
nem apenas soldados brutais cujo mau coração se alegra com martirizar um
inocente, nem todos são como Pilatos, nem todos são como Herodes ou Caifás: há
também almas boas, como Verônica, que enxugam o rosto do Salvador das lágrimas
e do sangue; há também homens generosos, como Cireneu, que o ajudam a carregar
a sua cruz.
Nunca, como na semana do carnaval, Jesus é
feito sinal de contradição: de um lado a loucura desenfreada, de outro o amor
fiel.
Terrível é a semana do carnaval. Nela as
almas, como numa carruagem, voam ansiosas aos prazeres pecaminosos. Do fundo
delas uma voz se levanta e protesta: “Pára: na estrada destes divertimentos há
estendido o Corpo de Cristo, teu Rei, morto na cruz”. “Não importa! Respondem
elas. – Contanto que eu possa desfrutar, avante...!” E passam adiante, e, com o
calcanhar pisam as mãos chagadas, os pés chagados e o coração chagado do
Crucificado.
Mas é uma necessidade divertirmo-nos um
pouco, antes de entrarmos nos dias severos da quaresma. Os que assim argumentam
são, pois, aqueles que transgridem todos os jejuns, as penitências e as orações
do tempo quaresmal. E, além disso, como podem chamar-se divertimentos as
embriaguezes, as noitadas, os bailes e todas as desonestidades com e sem
máscara? “Não divertimentos – clama São João Crisóstomo – mas sim, pecados e
delitos”.
Bem acertaram os Padres antigos quando
disseram que a barafunda do carnaval é uma invenção do diabo. E que os que se
chafurdam dentro dela são todos cristãos que, na prática ao menos, querem
desbatizar-se. Quando eles foram levados à pia sagrada, o ministro de Deus lhes
disse: “Renuncias ao demônio e às suas pompas?” “Renuncio”, foi respondido. Mas
eis que nestes dias, muitíssimos arrancam do seu coração as renúncias e o
batismo, e, tornados pagãos, lançam-se no culto dos sentidos e nas pompas
demoníacas.
Há outros que argumentam assim: “Não acho
nada de mal em ir a certas representações, aos clubes dançantes ou cantantes,
aos bailes de máscaras...”
Pobres católicos! Mister faz realmente dizer
que perderam o senso do bem e do mal.
Tertuliano conta um episódio que pode nos
ensinar muitíssimo, mesmo nos nossos dias. Uma senhora, apenas entrando em
certo teatro, foi invadida pelo demônio. Arrastada perante o Bispo, este,
exorcizando-a, forçou o Espírito maligno a dizer por que ousara molestar aquela
mulher, que era boa e religiosa. “Se fiz isto – respondeu o demônio – tinha o
direito de fazê-lo. Invadi-a porque a
surpreendi no que é meu” (De Spect., cap. 26).
Pensai então, católicos, que pecado cometem
esses pais indignos que levam seus filhos pequenos às reuniões carnavalescas,
ou a elas deixam ir suas filhas! Aquelas mães da Síria que lançavam as suas
criaturas na boca inflamada do deus Baal, no dia do juízo terão mais
misericórdia do que estas mulheres cristãs que lançam seus filhos na boca
ardente do fogo eterno.
Elas não têm tempo nem vontade de lavá-las
aos Sacramentos de Deus, e, no entanto, permitem que elas vão – ou, pior,
as acompanham – aos sacramentos do demônio.
Assim chamava Santo Agostinho aos divertimentos carnavalescos, porque, em vez
de nos fazerem amigos de Deus, eles nos fazem amigos do demônio; em vez de nos
darem a graça, dão-nos a desgraça; em vez de nos abrirem a porta do Paraíso,
escancaram-nos a porta do inferno.
Quanto às máscaras, direi só uma coisa: “A
primeira pessoa neste mundo a mascarar-se foi Satanás, quando se disfarçou sob
a forma de serpente, para arruinar Eva e todos nós que viemos depois” (Pe. João
Colombo).
Santo Ambrósio exortava, no princípio do
carnaval, aos católicos do seu tempo da seguinte maneira. O herói Ulisses, voltando de Tróia
conquistada, devia passar pela ilha das sereias: dali elevava-se sempre uma
canção fascinante, aliciadora e irresistível. Mas todo nauta que cedia à
lisonja daquela música ia à ruína; e o recife já estava todo branco de ossadas
humanas. Para vencer a tentação, o astuto herói fez-se amarrar ao mastro da
nau, e pediu aos companheiros que não o desamarrassem senão depois de passado o
perigo. Só assim pôde salvar e rever Ítaca, seu reino e seu domicílio. Católicos, o carnaval pode ter para nós uma
voz de sereia, irresistivelmente aliciadora: quem cede vai de encontro aos
brancos escolhos da eterna ruína. Amarremos nossa alma ao mastro da Cruz da
qual pende Deus que morre pela nossa salvação; meditemos o seu gemido e também
nós nos salvaremos de todo perigo.
CARNAVAL: água lodosa
Na História Sagrada conta-se o caso de uma
cidade onde as águas se haviam tornado lodosas e impotáveis. Os habitantes
correram ao profeta Eliseu, que, mandando trazer a si um vaso cheio de sal
derramou-o nas fontes poluídas. Desde esse momento as águas tornaram a fluir
límpidas e potáveis (2 Rs 2, 19-21).
No tempo do carnaval, as águas do mundo
tornam-se realmente lodosas, e exalam miasmas pestíferas de corrupção. Os bons
católicos forçados a viver no meio dele estão em grave perigo de contágio, se
não recorrerem à desinfecção. E eis que a Santa Igreja imita o gesto do profeta
Eliseu, e com maternal preocupação derrama nas almas o sal que purifica e que
preserva. Este sal é a lembrança da Paixão de Nosso Senhor.
Num trecho do Evangelho, Nosso Senhor prediz
aos Apóstolos a sua crucifixão iminente. O Mestre ia para a Páscoa em
Jerusalém, e sabia que fazia uma viagem sem retorno na sua vida. Ao longo da
estrada Ele tomou à parte os Doze e levantou para eles o véu que ocultava o seu
fim próximo. “Chegado é o momento em que as profecias sobre o Filho do homem
devem verificar-se. Dentro em pouco Ele será dado em poder dos romanos: e eis que
já vejo que o escarnecem, que lhe cospem no rosto, que o flagelam até o sangue;
depois de o flagelarem, conduzem-no à morte. Contudo, não passarão três dias e
Ele ressuscitará”.
Destas misteriosas e dolorosas previsões os
Apóstolos não compreendiam nada; se alguma coisa compreendiam, não queriam
acreditá-la, tanto ela lhes parecia horrível. Eram cegos na alma como o era no
corpo o infeliz que eles haviam encontrado nas vizinhanças de Jericó, ao qual
Jesus dera a vista com um milagre.
Também os Apóstolos se lhes abririam depois
os olhos para entenderem o mistério da cruz. Também os nossos olhos foram
abertos à luz da fé. Por isso, na terça-feira, que o mundo chama “gorda” por
causa dos prazeres sensuais e das loucas alegrias a que muitos se abandonam, refletindo
nas palavras do Senhor sobre a sua paixão, devemos sentir-nos comovidos. Deve
jorrar-nos do coração a prece de Santo Agostinho: “Senhor, faze-me sentir toda
a tua dor e todo o amor que experimentaste na tua paixão: toda a dor, para que
eu aceite toda a minha dor neste mundo; e todo o amor para que eu recuse todo
amor mundano”.
O que deve ser feito nos DIAS da FESTA de
SATANÁS, isto é, do CARNAVAL?
1. Mortificar a língua, isto é, conversar
moderadamente.
2. Jejuar. Evitar comer carne, frutas, doces
e refrigerantes.
3. Usar o cilício uma hora por dia.
4. Não olhar programas televisivos.
5. Meditar a Sagrada Paixão de Nosso Senhor
em São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.
6. Participar da Santa Missa todos os dias e
oferecer a Comunhão reparadora.
7. Visitar a Jesus Sacramentado aos menos 5
vezes ao dia.
8. Rezar o Santo Terço diante do crucifixo.
9. Confessar-se.
10. Não participar da maldita “Cristoteca”
nem do “Carnaval de Jesus”. Quem promove essas COISAS, usa do MANTO e do NOME
SANTÍSSIMO de JESUS para esconder as suas paixões vergonhosas.
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