Monte Carmelo é uma montanha
na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo. O seu nome (Karmel)
significa "jardim" ou "campo fértil". A grande cidade
israelita de Haifa localiza-se parcialmente sobre o Monte Carmelo, além de
algumas outras cidades menores, como Nesher e Tirat Hakarmel.
Este trata-se do local onde se
deu o duelo espiritual entre o profeta Elias e os profetas de Baal. Foi no
Monte Carmelo que Elias provou aos homens que o Deus de Israel era o verdadeiro
Deus, e não Baal.
Monte Carmelo na história bíblica
Na história apresentada pela bíblia,
o Monte Carmelo é citado como o sendo o local onde Elias desconcertou os
profetas Baal, levando de novo o povo de Israel à obediência ao Senhor. Foi
também no Monte Carmelo que, segundo a Bíblia, Elias fez descer fogo do céu,
que consumiu por duas vezes os 50 soldados com o seu capitão, que o rei [
Acazias ] tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude ter este feito
parar os seus mensageiros que iam consultar Baal: Zebube, deus de Ecrom."
(2Reis 1:9-15).
A bíblia ainda cita esta
montanha como o local em que a mulher sunamita que perdera seu filho, foi
encontrar-se com o profeta Eliseu (2Reis 4:8-31) para entender a sua perda.
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HISTÓRIA DO CARMELO
O Monte Carmelo é uma montanha
que está na cordilheira de mesmo nome, em Israel (antiga Palestina), com 34
quilômetros de extensão limitando-se ao norte com Haifa, cidade marítima, pelo
sul com as terras de Cesaréia, pelo leste com a planície do Esdrelon, e a oeste
com o mar Mediterrâneo. O ponto mais elevado da cordilheira tem aproximadamente
525 metros acima do nível do mar, e é denominado Monte do Sacrifício. Pela sua
notável posição geográfica, entre duas planícies e o mar, desde a Idade da
Pedra, as suas numerosas grutas serviram de habitação, conforme estudos
antropológicos que foram realizados nos esqueletos ali encontrados. Na lista
das cidades de Tutmósis III (século XV antes de CRISTO) o Carmelo é chamado de “Cabo
Santo”, nome que se supõe de um culto antigo que se fazia por lá, em honra do
próprio Monte ou de seu Baal (conforme M. Avi-Yonah, em seu livro: “Mount
Carmel and the God of Baalbek”). Na História Sagrada o Monte ficou famoso, por
causa da disputa entre o profeta Elias e os sacerdotes fenícios de Baal. Nele
os sacerdotes sacrificavam em honra de sua divindade Baal, da mesma forma que
Elias fazia os sacrifícios em honra de DEUS. E foi neste mesmo lugar que o
profeta, diante das autoridades e do povo de Israel, provou a impotência e
ineficácia do deus Baal e mostrou a grandeza e o valor do verdadeiro DEUS. O
fato aconteceu assim:
No fim do século IX aC,
(874-853 antes de CRISTO), Acab reinava loucamente Israel junto com sua sanguinária
esposa Rainha Jezabel, que logo mandou matar todos os profetas de DEUS e
destruiu os altares de sacrifícios, trazendo para Israel os sacerdotes de Baal
de Tiro, permitindo e incrementando o culto aquela divindade. O SENHOR
mandou-lhe um pesado castigo, infringindo uma terrível seca ao país, deixando
Israel sem condições de produzir alimentos e com uma minguada quantidade de água
para o consumo humano, para o gado e a criação em geral. No final do terceiro
ano de seca, DEUS chamou o profeta Elias e mandou que avisasse Acab, que ia
acabar com a seca. O SENHOR, misericórdia infinita, infundiu luz na mente do
profeta para ele alertar ao Rei e a Rainha sobre aquele modo insensato de viver
e administrar o reino.
Acab recebeu Elias com frieza,
censurando-o: “Ai está o flagelo de Israel”! (1 Rs 18, 17). O profeta respondeu:
“Não sou eu o flagelo de Israel, mas tu e tua família, por que abandonaste DEUS
e seguiste os baals. Pois bem, manda que se reúna junto a mim, no Monte
Carmelo, todo o Israel, com os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, que
comem à mesa de Jezabel”. (1 Rs 18, 18) Elias quis provar ao Rei que o deus
Baal não atuava e não tinha qualquer força, e assim, queria lhe mostrar o
verdadeiro poder Divino.
Todo o povo foi reunido no
Monte Carmelo e Elias se aproximando perguntou: “Até quando permanecerão na dúvida?
Se JAVÉ é DEUS segui-o, mas se é Baal, segue-o”. (1 Rs 18, 21) E o povo não
pode lhe responder. Então Elias mandou os quatrocentos e cinquenta sacerdotes
de Baal esquartejar um novilho e colocá-lo sobre a lenha, no altar de sacrifícios,
sem por fogo. Ele faria a mesma coisa com outro novilho. Depois mandou que eles
invocassem o nome do deus deles e ele também ia fazer a mesma coisa. O deus que
respondesse enviando fogo para queimar o sacrifício (holocausto) era o DEUS
verdadeiro. Os sacerdotes rezaram, chamaram a sua divindade e até gemeram,
desde a manhã até o meio dia e o deus Baal não respondeu. Elias então zombou,
mandando que eles gritassem mais alto, podia ser que Baal estivesse tirando uma
soneca! E nada aconteceu com o novilho deles. Então Elias pediu ao povo para se
aproximar e na hora da oferenda, rezou: “JAVÉ, DEUS de Abraão, de Isaac e de
Israel, hoje todos ficarão sabendo que TU és DEUS em Israel, que sou TEU servo
e que é por TUA ordem que fiz todas essas coisas. Responda-me JAVÉ,
responda-me, para que este povo reconheça que TU és JAVÉ, o DEUS, e que
convertes os corações deles”! (1 Rs 18, 36-37) Então imediatamente caiu o fogo
de JAVÉ e consumiu o holocausto (novilho) e toda a lenha, para que todos
conhecessem quem era o verdadeiro DEUS e se convertessem. O povo admirado
presenciou tudo e respeitosamente todos se prostraram com o rosto no chão
dizendo e repetindo: “JAVÉ que é o DEUS! JAVÉ que é o DEUS”. Os profetas e
sacerdotes de Baal foram todos presos e mortos. (1 Rs 18, 39-40)
Elias se aproximou do Rei Acab
e recomendou que ele voltasse e ficasse no palácio: “Sobe, come e bebe, pois
estou ouvindo o barulho da chuva”. E a seguir, o profeta subiu ao cume do Monte
Carmelo para rezar, e então, viu se elevar do mar uma pequena nuvem como se
fosse à mão de uma pessoa. Num instante o Céu escureceu e caiu uma forte chuva
beneficiando toda a região. (1 Rs 18, 16-45)
Ao longo da sua vida, o
profeta sempre revelou um imenso e ilimitado amor a DEUS, que lhe dava forças e
a inspiração necessária à sua caminhada existencial. Recebeu do Altíssimo, uma
quantidade preciosa de dons e virtudes , que impulsionava as suas atitudes,
estando sempre pronto a agir dentro da justiça e do direito. O seu exemplo foi
seguido por muitos, fundando uma admirável escola de profetas, da qual, o
profeta Eliseu foi o seu primeiro discípulo.
Por outro lado, aquela nuvem
benfazeja e em forma de mão enviada por DEUS, que deu origem aquela caridosa e
providencial chuva, passou a ser interpretada como uma preciosa Intercessora,
que trabalhou maravilhosamente a serviço do SENHOR e em benefício do povo, e
por isso mesmo, foi compreendida como sendo obra da própria MÃE DE DEUS.
Quando os Cruzados chegaram à
Terra Santa, no século XII, divulgou-se que encontraram vivendo no Monte
Carmelo, uma colônia de eremitas que afirmavam ter o profeta Elias como
fundador e patrono, e a MÃE DE DEUS como a VIRGEM DO CARMELO. O grupo foi
aumentando com a adesão de cruzados, que não queriam continuar com a guerra e
almejavam a paz e uma existência mais dedicada às orações.
No meio dos cruzados, entre os
anos 1153 e 1159, também estava Bertoldo um soldado idealista que veio da Europa. Inspirado no profeta
Elias, foi para o Monte Carmelo, e lá, com o auxílio de companheiros e de
eremitas que viviam no local, construiu uma pequena Ermida perto da gruta de
Elias e próximo a algumas ruínas existentes.
Provavelmente em 1209, aqueles
homens almejando organizar a Comunidade em que viviam, pediram ao Bispo Alberto,
Patriarca de Jerusalém, que era um homem piedoso e de reconhecida sabedoria e
prudência, que lhes fizesse uma Regra de vida, a qual receberam com respeito e
a seguiram com muita devoção. Posteriormente fizeram aquele documento chegar às
mãos de Sua Santidade o Papa Honório III, que o aprovou integralmente no dia 30
de Janeiro de 1226.
Naquele local ermo, vivendo
abrigados na própria natureza, aqueles homens puderam cultivar ardorosamente a
devoção a VIRGEM MARIA, manifestando a grandeza de seu amor. Inicialmente ao ar
livre, unidos ao redor da rústica Ermida, junto à fonte de Elias, onde
piedosamente rezavam a VIRGEM DO CARMELO, exaltando e louvando a bondade
Divina. Na continuidade dos anos construíram um modesto Mosteiro que atendeu as
suas necessidades.
Entretanto a ameaça otomana
estava sempre presente, lutando contra os cristãos das Cruzadas e não
desistindo de dominar a Terra Santa, mantinham uma sangrenta e impiedosa luta.
Em consequência, alguns soldados cruzados, que já viviam com os eremitas do
Monte Carmelo, com receio do inimigo mortal, desde o ano 1220 começaram a
regressar aos seus países de origem na Europa.
Pelo ano 1222, dois cruzados
ingleses levaram para a Inglaterra, alguns daqueles eremitas que habitavam o
Monte Carmelo. Simão Stock, que vivia no interior do país e era um homem de oração,
austero e penitente, assim que soube se uniu a eles. Segundo uma lenda que se
mantém viva até hoje, o fato de Simão se ter unido aquele grupo mariano foi em
consequência de uma forte inspiração. Enquanto rezava, lhe foi sugerido que se
unisse a aqueles eremitas devotos de MARIA que vinham do Oriente Médio.
No ano de 1238, quando
finalmente a Terra Santa caiu em poder dos muçulmanos, a maioria dos eremitas
fugiu para as suas pátrias: Itália, Grécia, França, Inglaterra, e aqueles que
ficaram, imaginando que poderiam continuar no Monte sem qualquer dificuldade,
foram massacrados pelos turcos.
Na Europa, nas diversas regiões
onde se fixaram aqueles eremitas, eles foram se reunindo em pequenos grupos,
cada um procurando se adaptar ao novo ambiente, vivendo do modo que todos
viviam, trabalhando incansavelmente para alcançar os seus ideais e objetivos. E
dessa maneira, com esforço e dedicação também deram vida a uma força interior
idealizadora, que se mantinha acesa em seus corações, a qual deu origem a Ordem
Carmelita.
Por causa da devoção que
tinham a NOSSA SENHORA, ficou popularmente conhecida como a Ordem dos Irmãos da
Bem-Aventurada VIRGEM MARIA do Monte Carmelo ou Ordem do Carmo, ou simplesmente
Carmelitas.
A Ordem Carmelita cresceu e se
espalhou por muitos países. No século XVI, na Espanha, houve uma renovação
liderada por Santa Teresa d'Ávila com o precioso auxílio de São João da Cruz,
famosos místicos da Ordem do Carmo, dando origem aos Carmelitas Descalços. È um
estilo de vida diferente do anterior, acrescentando novos elementos à formação
religiosa, criando o que é denominado “Carisma Teresiano”. Por outro lado, a
palavra “Descalço”, na Idade Média, era usada para expressar a pobreza, o
despojamento interior que fazia parte das ordens reformadas. Por essa razão,
vivendo o novo Carisma a Comunidade Religiosa adotou também o nome Descalço,
com o mesmo objetivo de cultivar a pobreza e o despojamento interior. Todavia
embora com sua denominação própria de "Carmelitas Descalços",
pertencem a mesma Ordem do Carmo.
Atualmente, o espírito
Carmelita também é vivido por leigos nas Ordens Terceiras, nas Confrarias e
Fraternidades do Escapulário, na Juventude Carmelitana Missionária, Infância
Missionária Carmelitana e nas diversas congregações que estão agregadas à Ordem
do Carmo.