As Quatro Têmporas tratam de
tempos litúrgicos aos quais a Igreja dedica a penitência, a oração e a esmola.
Provavelmente relacionada ao trabalho dos homens dos campos, que tinham suas
vidas mudadas de acordo com as Estações do Ano. Acredita-se que teriam surgido
com a cristianização da Europa pagã por volta dos séculos III e IV. O Papa Gregório
fixou as Têmporas da seguinte forma:
- · 3ª Semana do Advento (Têmporas do Advento)
- · 1ª Semana da quaresma (Têmporas da Quaresma)
- · Semana de Pentecostes (Têmporas de Pentecostes)
- · Semana do 17º Domingo depois de Pentecostes (Têmporas de Setembro)
Para termos uma noção mais
simplificada sobre as têmporas, seria basicamente uma mini-quaresma, quatro
vezes ao ano. Nesse período, dedicamos nossas práticas de piedade pedindo perdão
pelos pecados cometidos, e em ação de graças pelos dons concedidos por Ele a nós.
Foi o Papa Gregório VII (†1085)
quem fixou, em 1078, as Têmporas da forma como descrito acima. As primeiras notícias
sobre as Têmporas são dadas por Santo Filástrio, Bispo de Brescia (morto em 387
d.C.) (De haeres., 119), pondo-as entre as maiores festas cristãs. Eram
chamadas de “ieiunium vernum”, “ieiunium aestivum”, “ieiunium autumnale” et “ieiunium
hiemale”, (digiuno di primavera, d’estate, di autunno e d’inverno). De Roma, as
Têmporas se difundiram em todo o Ocidente. A Igreja Ortodoxa nunca as observou.
A Gallia (França) e a Espanha só as conheceram a partir do século VIII. Na
Britannia (Inglaterra), surgiram curiosamente antes, e fontes cristãs atribuem
o fato à presença de Santo Agostinho da Cantuária, um romano diretamente
subordinado ao Papa Gregório Magno.
A regra que fixa a ordenação
do clero nas Quatro Têmporas se encontra nos documentos tradicionalmente
associados ao Papa Gelásio I (492-496). Nas Igreja primitiva, as ordenações
ocorriam conforme a necessidade. Crê-se que Gelásio foi o primeiro que quis
estabelecer as ordenações a tempos particulares. Encontra-se essa regra
estabelecida por Egberto, Arcebispo de York, nos anos 735-766, e
definitivamente sancionada como lei da Igreja no Pontificado de Papa Gregório
VII, por volta de 1085. Basicamente, trata-se, como vimos, de uma “Miniquaresma”,
quatro vezes ao ano, durante a qual nos dedicamos às práticas de piedade para
pedirmos o perdão dos pecados cometidos e rezamos em ação de graças pelos dons
que Deus nos concedeu.
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