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sábado, 26 de março de 2016

RELÍQUIA da SANTA PAIXÃO de CRISTO Nosso Senhor JESUS: "O ESPINHO da COROA de CRISTO JESUS que SANGRA"


Na localidade italiana de Andria se conserva um espinho que segundo a tradição foi parte da coroa de Cristo. Quando o dia da Anunciação, 25 de março, coincide com a sexta-feira Santa como acontece este ano 2016, o chamado Espinho Sagrado derrama sangue. E hoje, o prodígio se repetiu. Somente dois anos em cada século o 25 de março coincide com a Sexta-feira Santa. A última vez foi no ano 2005, poucos dias antes da morte de São João Paulo II. A próxima vez será no ano 2157: https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=TJoPS5VVT68

terça-feira, 15 de março de 2016

O PODER de PROTEÇÃO do SINAL da SANTA CRUZ !!!



Em 1647, em Nattremberg, na Alemanhã, umas feiticeiras foram presas por ordem das autoridades públicas, por terem feito malefícios à população.

Em julgamento, elas afirmaram que as suas artimanhas não funcionavam onde houvesse a imagem da Santa Cruz.

E contaram que nunca haviam conseguido fazer mal algum à Abadia de Metten, da ordem de São Bento, onde acreditavam que estava exposta alguma cruz.

Quando as autoridades averiguaram a Abadia, descobriram não uma Cruz, mas diversas inscrições da Medalha de São Bento em muitas paredes do local...

Foi nessa ocasião que descobriram o poder da Medalha de São Bento contra todas as armadilhas do demônio!

Quando descobriram o poder das inscrições nas paredes, toda a população passou a usar medalhas cunhadas com as inscrições.


Até que esta prática se dispersou por toda a Europa até chegar no Brasil!

SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O FUNDAMENTO EVANGÉLICO PARA INVADIR AS TERRAS DOS MUÇULMANOS.


Diálogo entre São Francisco de Assis e o Sultão al-Malik al-Kamil em 1219, perto de Damieta, Egito.
“O sultão lhe apresentou outra questão:
− “Vosso Senhor ensina no Evangelho que vós não deveis retribuir mal com mal, e não deveis recusar o manto que quem vos quer tirar a túnica, etc. Então, vós, cristãos não deveríeis invadir as nossas terras, etc.”.
“Respondeu o bem-aventurado Francisco:
− “Me parece que vós não tendes lido todo o Evangelho. Em outra parte, de fato, está dito: Se teu olho te escandaliza, arranca-o e joga-o longe de ti (Mt. 5,25).
“Com isto quis nos ensinar que também no caso de um homem que fosse nosso amigo ou parente, que nos amássemos como a pupila do olho, nós devemos estar dispostos a separa-lo, e afastá-lo de nós, até arrancá-lo de nós, se tenta nos afastar da fé e do amor de nosso Deus.
“Exatamente por isto os cristãos agem de acordo com a Justiça quando invadem vossas terras e vos combatem, porque vós blasfemais contra o Nome de Cristo e vos empenhais em afastar de Sua religião todos os homens que podeis.
“Se, pelo contrário, vós quiserdes conhecer, confessar e adorar o Criador e Redentor do mundo eles vos amariam como a si próprios”.
“Todos os presentes ficaram tomados de admiração pela resposta dele”.
(Fonte: “Fonti Francescane”, Seção terceira – Outros testemunhos franciscanos, número 2691).

domingo, 6 de março de 2016

SÃO JOSÉ ROGAI POR NÓS !!!!





O PRIMEIRO DEVOTO DE NOSSA SENHORA !!!



Procure recolher-se um pouco, leitor, e fazer uma meditação sobre
a fisionomia e o perfil moral deste grande Santo, ao qual
o próprio Filho de Deus quis ser submisso.

José António Dominguez

Quando falamos por telefone com alguém que não conhecemos ainda, ocorre, por vezes, um curioso fenômeno psicológico. Quase de forma instintiva, procuramos de algum modo imaginar o perfil físico e moral da pessoa com a qual estamos em contacto. Pelas inflexões de voz, pela forma de rir, pelo modo de conversar, é fácil fazer uma idéia de nosso interlocutor. E, subconscientemente, uma simpatia ou antipatia se estabelece. Quando, por fim, o encontramos, há simultaneamente uma surpresa e uma confirmação. Certos aspectos dele são novos, e causam-nos admiração, enquanto outros correspondem àquilo que imaginávamos, à distância.

Morte de São José - Duomo de San Nicolas_.jpg
São José viveu contemplando Jesus e Maria
e foi assistido por Eles na hora da morte
A fisionomia dos Santos

Algo de análogo pode acontecer quando pedimos a intercessão de algum Santo. À distância, entre o Céu e a terra (essa distância não se mede em metros, mas varia de acordo com a firmeza de nossa fé...), procuramos imaginar como seria ele. Às vezes, ao tomar conhecimento da sua vida, exclamamos interiormente "Este é o protetor de que eu precisava!..." E recorremos com mais fé ao seu auxílio.

Por quê?

Há entre o Santo e nós certa semelhança de situações da existência. Por exemplo, ele passou por dificuldades análogas, vai compreender melhor as nossas carências e debilidades. Pode haver até alguma semelhança psicológica... Estabelece-se, assim, uma simpatia que tem ao mesmo tempo algo de natural e de sobrenatural.

As boas imagens dos Santos postas à veneração dos fiéis devem ajudar-nos a compor mais facilmente seu perfil psicológico e sobrenatural. A fotografia veio quase dispensar o trabalho dos pintores e escultores, para os de nossa época. Mas nos mil e novecentos anos anteriores da História da Igreja, quantas fisionomias de Santos que gostaríamos de ter conhecido...

A primeira delas é a de Nosso Senhor Jesus Cristo, da qual só ficou um esboço (mas que esboço divino!...) no Santo Sudário. E como seria a fisionomia de Nossa Senhora?

Em vez de contentar-nos com as figuras reproduzidas pela iconografia católica, poderíamos nos recolher um pouco e fazer uma meditação um tanto diferente: tentar imaginar em nosso interior a fisionomia e o perfil moral de um bem-aventurado.

Façamos a experiência com um grande Santo, certamente o maior que já existiu e existirá, depois de Nossa Senhora: seu castíssimo esposo, São José.

Constante contemplador de Jesus e de Maria

Sim, leitor, como imagina você a figura majestosa e paternal de São José?

Segundo São Tomás de Aquino, todas as criaturas existentes no universo poderiam ter sido criadas por Deus de modo mais perfeito, exceto três: Jesus Cristo, a Virgem Maria e a visão beatífica. Jesus, sendo Deus, não podia ter a mínima imperfeição. Para ser sua Mãe, é natural que Ele escolhesse a criatura humana mais perfeita possível. Deste modo, se somarmos as perfeições de todos os Anjos e de todos os Santos, teremos apenas uma idéia pálida das riquezas sobrenaturais que adornam a alma de Maria.

Mas Deus não iria escolher para esposo de sua Mãe Virginal, para seu pai adotivo, alguém que não estivesse à altura de tal missão. Tinha de ser um homem proporcionado a essa esposa, pelo seu amor de Deus, pela sua justiça, pela sua pureza, por sua sabedoria, por todas as qualidades. Esse homem é São José.

Sao Jose.jpg
Vitral da Paróquia de Thannenkirch, França
Ambos eram da Casa de David. Talvez até tivessem certa semelhança física, entre si. E não é inverossímil imaginar São José com alguns traços fisionômicos do Rei Profeta, seu glorioso antepassado, do qual diz a Sagrada Escritura: "louro, de belos olhos e mui formosa aparência (...) valente e forte, fala bem, tem um belo rosto, e o Senhor está com ele" (I Sam 16, 12 e 18).

Sob o ponto de vista sobrenatural, São José alcançou o mais alto píncaro da santidade e não pode ter deixado de praticar a devoção a Nossa Senhora no grau mais perfeito, e participar das virtudes altíssimas de sua esposa virginal. Sua vida foi uma constante contemplação de Maria e de Jesus. Por isso ele pode ser considerado o padroeiro e modelo das almas contemplativas e dos devotos de Maria.

O exemplo de Santa Teresa

Mas, depois desta descrição, sentimos tanta desproporção com São José... Onde encontrar algum ponto de afinidade com tão grande Santo, para confiarmos em sua poderosa intercessão?

Uma de suas maiores devotas, Santa Teresa de Jesus, dizia querer "convencer todas as pessoas a serem devotas deste glorioso Santo, pela comprovação que fiz dos dons que ele alcança de Deus".

E acrescentava: "Tomei como protetor e senhor o glorioso São José. Não me lembro, até agora, de lhe ter pedido alguma coisa e não ser atendida. Fico espantada com os favores que recebi de Deus por intercessão deste bem-aventurado Santo e dos perigos dos quais me livrou, tanto de corpo como de alma.

"A outros Santos, parece que lhes deu o Senhor poder para socorrer em um só tipo de necessidade. Este glorioso Santo, tenho comprovado que socorre em todas as necessidades. Deus quer dar a entender que, assim como foi submisso a São José aqui na Terra, também no Céu Jesus faz tudo quanto ele lhe pede."

A devoção dos Sete Domingos

Uma das devoções a São José mais divulgadas é a dos Sete Domingos em honra de suas sete dores e sete alegrias, que transcrevemos nas páginas seguintes. Por meio dela, leitor, não só você obterá graças por intercessão de São José, como também, meditando nos sete momentos-auge de sua vida, ele lhe abrirá os segredos de sua alma virginal, dando a conhecer algo de sua fisionomia e de suas grandes virtudes. A primeira delas, seu amor ardentíssimo a Nossa Senhora, pois são José é o primeiro devoto da Virgem Maria.

Sete Domingos em honra de São José ou Coroa das Sete
Dores e dos Sete Gozos de São José

ORAÇÃO  PREPARATÓRIA

Deus e Senhor meu, em Quem creio e espero e a Quem amo sobre todas as coisas, entre a multidão de meus pecados me confundo, e com sincero arrependimento peço-Vos perdão e clemência. Pesa-me de Vos ter ofendido, e proponho, com a vossa Divina Graça, nunca mais tornar a Vos ofender. Tende piedade de mim, Senhor. Escutai os meus rogos e não permitais que eu me separe de Vós. E vós, bondoso São José, intercedei por mim para que Jesus perdoe os meus pecados e derrame sobre minha alma os tesouros de sua Santa Graça para que eu possa fazer, com fruto, os Sete Domingos, em vossa honra e bem de minha alma. Lembrai-vos, meu doce protetor, que nenhum dos que têm implorado vosso auxílio tem ficado sem consolo. Animado desta confiança, venho à vossa presença neste dia, suplicando-vos as graças de que necessito e que espero conseguir de Jesus e Maria. Amém.

ORAÇÕES PARA CADA DOMINGO

I Domingo

Ó Esposo puríssimo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim como foi grande a amargura de vosso coração na perplexidade de abandonardes a vossa castíssima Esposa, assim foi indizível a vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação. Por esta Dor e por este Gozo, vos pedimos a graça de consolardes agora e nas extremas dores, nossa alma, com a alegria de uma vida justa e de uma santa morte semelhante à vossa, assistidos por Jesus e por Maria.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José, rogai por nós.

II Domingo

Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhido como Pai adotivo do Verbo Humanado, a Dor que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus Menino, se vos mudou em júbilo celeste ao ouvirdes a angélica harmonia e ao contemplardes a glória daquela brilhantíssima noite. Por esta Dor e por este Gozo, vos suplicamos a graça de nos alcançardes que, depois da jornada desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a gozar os resplendores da glória celeste.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José, sustentador do Filho de Deus, rogai por nós.

III Domingo

Ó obedientíssimo das divinas Leis, glorioso São José, o sangue preciosíssimo que na Circuncisão derramou o Redentor-Menino vos trespassou o coração, mas o nome de Jesus vo-lo reanimou, enchendo-o de contentamento. Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos viver sem pecado, a fim de expirar cheios de júbilo, com o nome de Jesus no coração e nos lábios.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José obedientíssimo, rogai por nós.

IV Domingo

Ó fidelíssimo Santo, glorioso São José, que também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, se a profecia de Simeão a respeito do que Jesus e Maria teriam de padecer vos causou mortal angústia, também vos encheu de sumo Gozo pela salvação e gloriosa Ressurreição que, como igualmente predisse, teria de resultar para inumeráveis almas.

Por esta Dor e por este Gozo, obtende-nos que sejamos do número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Santíssima Virgem sua Mãe, hão de ressuscitar gloriosamente.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José fidelíssimo, rogai por nós.

V Domingo

Ó vigilantíssimo custódio, íntimo familiar do Filho de Deus Encarnado, glorioso São José, quanto sofrestes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga com Ele para o Egito. Mas qual não foi também vosso Gozo por terdes sempre convosco o mesmo Deus e por verdes cair por terra os ídolos egípcios.

Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos que, afastando para longe de nós o infernal tirano, especialmente com a fuga das ocasiões perigosas, sejam derrubados de nossos corações todos os ídolos dos afetos terrenos, e que, inteiramente dedicados ao serviço de Jesus e de Maria, para Eles somente vivamos e na alegria de seu amor expiremos.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José castíssimo, rogai por nós.

VI Domingo

Ó anjo da Terra, glorioso São José, que cheio de pasmo vistes o Rei do Céu submisso a vossos mandados, se a vossa consolação, ao reconduzi-Lo do Egito, foi turbada pelo temor de Arquelau, filho de Herodes, contudo, sossegado pelo Anjo, permanecestes alegre em Nazaré com Jesus e Maria.

Sagrada Familia.jpg
"Fostes escolhido como Pai do Verbo
Humanado"

(Vitral da Catedral de Dijon, França)
Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos a graça de desterrar do nosso coração todo temor nocivo, de gozar a paz de consciência, de viver seguros com Jesus e Maria, e também de morrer assistidos por Eles.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José, casto guarda da Virgem, rogai por nós.

VII Domingo

Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, perdestes sem culpa o Menino Jesus, e para maior angústia houvestes de buscá-Lo por três dias, até que, com sumo júbilo, gozastes do que era a vossa vida, achando-O no Templo entre os doutores.

Por esta Dor e por este Gozo, vos suplicamos, com o coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento para que nunca nos suceda perder a Jesus por culpa grave. Mas, se por desgraça O perdermos, com tão intensa dor O procuremos, que O achemos favorável, especialmente em nossa morte, para podermos glorificá-Lo no Céu e lá cantarmos eternamente suas divinas misericórdias.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São José fortíssimo, rogai por nós.

ORAÇÃO FINAL

Ó Deus, que por vossa inefável providência Vos dignastes escolher o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima, concedei-nos, nós Vo-lo pedimos, que venerando-o aqui na Terra como protetor, mereçamos tê-lo no Céu como nosso intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

(Revista Arautos do Evangelho, Março/2004, n. 27, p. 18-19)

O GRANDE PROTETOR DA IGREJA !!!



Em tempos difíceis para a Igreja, Pio IX, desejando confiá-la à especial proteção do Santo Patriarca José, declarou- o "Patrono da Igreja Católica".

Esse Sumo Pontífice sabia que não estava a levar a efeito um gesto peregrino, porque, em virtude da excelsa dignidade concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, "a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem- aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu". (São João Paulo II, Exortação Apostólica Redemptoris Custos) - (Revista Arautos do Evangelho, Março/2011, n. 111, p. 02).

A MISSÃO EXCEPCIONAL DE SÃO JOSÉ !!!



No silêncio de Belém, durante a estadia no Egito e na pequena casa de Nazaré, São José terá recebido mais graças que jamais a qualquer outro santo seria dado receber.

Coube a São João Batista a missão de anunciar a vinda imediata do Messias. Pode-se pois dizer que ele foi o maior dos precursores de Jesus no Antigo Testamento. É assim que Santo Tomás entende a palavra de Jesus em São Mateus (11,São José..jpg 11): "Em verdade, vos digo, entre os nascidos de mulheres não surgiu alguém maior do que João Batista".

Mas, logo a seguir, acrescenta Nosso Senhor: "Entretanto, o menor no reino dos céus é maior que ele". O reino dos céus é a Igreja da terra e do céu: é o Novo Testamento, mais perfeito como estado do que o Antigo, embora certos justos do Antigo tenham sido mais santos que muitos do Novo. E quem na Igreja é o menor? Estas são palavras misteriosas que têm sido diversamente interpretadas. Fazem pensar nestas outras pronunciadas mais tarde por Jesus: "Aquele que dentre vós for o menor este é o maior" (Lc 9, 48). O menor, quer dizer o mais humilde, o servidor de todos; é, pela conexão e proporção das virtudes, o que tem mais alta caridade. Quem na Igreja é o mais humilde? Sem dúvida, é aquele que não foi nem Apóstolo, nem Evangelista, nem mártir (pelo menos exteriormente), nem pontífice, nem padre, nem doutor, mas que conheceu e amou o Cristo Jesus não menos por certo que os apóstolos, os evangelistas, os mártires, os pontífices e os doutores: é o humilde operário de Nazareth, o humilde José. Os Apóstolos foram incubidos de fazer com que os homens conhecessem o Salvador, para pregar-lhes o Evangelho a fim de salvá-los. Sua missão, como a de São João Batista, é da ordem da graça necessária a todos para a salvação. Mas há uma ordem ainda superior à da graça.

É aquela que é constituída pelo próprio mistério da Encarnação, ou seja, a ordem da união hipostática ou pessoal da Humanidade de Jesus com o próprio Verbo de Deus. A esta ordem superior se prende a missão singular de Maria, a maternidade divina e também, de certa forma, a missão oculta de José. Este assunto foi exposto de diversas maneiras por São Bernardo, São Bernardino de Siena, o dominicano Isidoro de Isolanis, Suarez e muitos autores recentes.

Bossuet diz admiravelmente no seu primeiro panegírico desse grande santo: "Dentre todas as vocações noto duas, nas Escrituras, que parecem diametralmente opostas: uma é a dos Apóstolos; a segunda, a de José. Jesus é revelado aos Apóstolos para que o anunciem por todo o universo; e é revelado a José para que silencie e o esconda. Os Apóstolos são luzeiros para mostrarem Jesus ao mundo inteiro. José é um véu para encobri-lo; e sob esse véu misterioso oculta-se-nos a virgindade de Maria e a grandeza do Salvador das almas. Aquele que glorifica os Apóstolos concedendo-lhes a honra da pregação, glorifica José pela humildade do silêncio". A hora da manifestação do mistério do Natal ainda não era chegada, essa hora deveria ser preparada por trinta anos de vida oculta.

A perfeição consiste em cumprir a vontade de Deus, cada um segundo sua vocação. Mas a vocação toda excepcional de José supera por certo, no silêncio e na obscuridade, a dos maiores Apóstolos: pois ela se relaciona mais de perto com o mistério da Encarnação redentora. José, depois de Maria, esteve mais próximo que ninguém do próprio Autor da graça. Assim pois, no silêncio de Belém, durante a estadia no Egito e na pequena casa de Nazaré ele terá recebido mais graças que jamais a qualquer outro santo seria dado receber.

Qual a missão especial de José com relação a Maria?

Consistiu ela sobretudo em preservar a virgindade e a honra de Maria, contraindo com a futura Mãe de Deus um verdadeiro matrimônio, mas absolutamente santo. Conforme relata o Evangelho de São Mateus (1, 20): "O anjo do Senhor, que apareceu em sonho a José lhe diz: "José, filho de Daví, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo". Maria é perfeitamente sua esposa. Trata-se de um matrimônio verdadeiro (cf. Santo Tomás, III, q. 29, a. 2), mas inteiramente celeste e que devia ter fecundidade inteiramente divina. A plenitude inicial de graça dada à Virgem em vista da maternidade divina fazia apelo em certo sentido ao mistério da Encarnação. Conforme diz Bossuet: "A virgindade de Maria atraiu Jesus do céu... Se sua pureza a tornou fecunda, não hesitarei, no entanto, em afirmar que José teve sua parte nesse grande milagre. Pois tal pureza angélica, apanágio da divina Maria, foi também o desvelo do justo José".

Era a união sem mácula e inteiramente respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existira, em ambiente extremamente simples, qual o de um pobre artesão de aldeia. Assim, José se aproximou mais intimamente do que qualquer outro santo daquela que é a Mãe de Deus, daquela que é também a Mãe espiritual de todos os homens e dele próprio José, daquela que é Co-Redentora, Mediadora universal, dispensadora de todas as graças. Por todos esses títulos José amou Maria com o mais puro e devotado amor; era de certo um amor teologal, porquanto ele amava a Virgem em Deus e por Deus, por toda a glória que ela dava a Deus. A beleza de todo o universo nada era em face da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo, que encantava os anjos e ao próprio Senhor enchia de júbilo.

Qual foi a missão excepcional de José perante o Senhor?

Em verdade, o Verbo de Deus feito carne foi confiado a ele, José, de preferência a qualquer outro justo dentre os homens de todas as gerações. O santo velho Simeão teve o menino Jesus em seus braços por alguns instantes e viu nele a Casamento de Nossa Senhora e São José..jpgsalvação dos povos - "lumen ad revelationem gentium" - mas José velou todas as horas, noite e dia, sobre a infância de Nosso Senhor. Muitas vezes teve em suas mãos aquele em quem via seu Criador e Salvador. Recebeu dele graças sobre graças durante os vários anos em que viveu com ele na maior intimidade do dia-a-dia. Viu-o crescer. Contribuiu para sua educação humana. Jesus lhe foi submisso. É comumente chamado de "pai nutrício do Salvador"; porém em certo sentido foi mais que isso, pois como nota Santo Tomás é acidentalmente que após o casamento um homem se vem a tornar "pai nutrício" ou "pai adotivo", enquanto que não foi absolutamente de forma acidental que José ficou encarregado de zelar por Jesus. Ele foi criado e posto no mundo precisamente para tal fim. Esta foi a sua predestinação. Foi em vista de tal missão divina que a Providência lhe concedeu todas as graças recebidas desde a infância: graça de piedade profunda, de virgindade, de prudência, de fidelidade perfeita. Sobretudo, nos desígnios eternos de Deus, toda a razão de ser da união de José com Maria era a proteção e a educação do Salvador; Deus lhe deu um coração de pai para velar pelo menino Jesus. Esta a missão principal de José, em vista da qual ele recebeu uma santidade proporcionada a seu papel no mistério da Encarnação, mistério que domina a ordem da graça e cujas perspectivas são infinitas.

Este último ponto foi bem esclarecido por Mons. Sinibaldi em sua recente obra La Grandeza di San Giuseppe, p. 33-36, na qual mostra que São José foi predestinado desde toda a eternidade para tornar-se o esposo da Virgem Santíssima e explica, com Santo Tomás, a tríplice conveniência dessa predestinação.

O Doutor Angélico a demonstrou ao indagar (III q. 29, a. 1) se o Cristo deveria nascer de uma virgem que tivesse contraído um verdadeiro casamento. E concluiu que devia ser assim, tanto para o próprio Cristo, como para sua Mãe, e também para nós.

Isso convinha grandemente ao próprio Nosso Senhor para que ele não fosse considerado, até que chegasse a hora da manifestação do mistério do seu nascimento, como um filho ilegítimo, e também para que ele fosse protegido em sua infância. Para a Virgem não era menos conveniente, a fim de que ela não fosse considerada culpada de adultério e como tal viesse a ser lapidada pelos judeus, conforme notou São Jerônimo, e ainda para que ela própria fosse protegida em meio às dificuldades e à perseguição que iria começar com o nascimento do Salvador. Foi outrossim, acrescenta Santo Tomás, muito conveniente para nós, porquanto pelo testemunho insuspeito de São José tomamos conhecimento da concepção virginal do Cristo: segundo a ordem das coisas humanas, representou para nós esse testemunho um admirável apoio ao de Maria. Enfim, era soberanamente conveniente para que nós encontrássemos em Maria ao mesmo tempo o perfeito modelo das virgens como das esposas e mães cristãs.

Explica-se assim, segundo muitos autores, que o decreto eterno da Encarnação- estabelecendo a maneira como hic et nunc esse fato se devia realizar e em quais circunstâncias determinadas - envolva não somente Jesus e Maria mas também José. Desde toda eternidade, com efeito, estava decidido que o Verbo de Deus feito carne nasceria milagrosamente de Maria sempre virgem, unida ao justo José pelos laços de um matrimônio verdadeiro. A execução desse decreto providencial é assim referida em São Lucas (1, 27): "Missus est Angelus Gabriel a Deo, in civitatem Galileae, cui nomen Nazareth, ad virginem desponsatam viro, cui nomen erat Joseph, de domo David, et nomen virginis Maria". [O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão por nome José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria].

São Bernardo chama São José de "magni consilii coadjutorem fidelis simum" (coadjutor fidelíssimo do magno conselho").

Por isso é que Mons. Sinibaldi, após Suarez e muitos outros, afirma, ibid., que o ministério de José é em certo sentido confinante, em seu nível, com a ordem hipostática. Não que José tenha cooperado intrinsecamente, como instrumentoSão Jose.jpgfísico do Espírito Santo, para a realização do mistério da Encarnação, pois nesse acontecimento seu papel é muito inferior ao de Maria, Mãe de Deus; entretanto, ele foi predestinado para ser, na ordem das causas morais, o guardião da virgindade e da honra de Maria, ao mesmo tempo que o protetor de Jesus menino. É preciso precaver-se aqui contra certos exageros que falseariam a expressão desse grande mistério; o culto devido a São José não vai além especificamente do de dulia prestado aos outros santos, mas tudo faz pensar que ele merece receber, mais do que todos os outros santos, esse culto de dulia. Por isso é que a Igreja, em suas orações menciona o nome de José imediatamente após o de Maria e antes do dos Apóstolos na oração A cunctis (a todos nós...), por meio da qual se implora a proteção de todos os Santos. Se São José não é mencionado no Canon da missa, há todavia para ele um prefácio especial e o mês de março lhe é consagrado.

Num discurso pronunciado na Sala Consistorial no dia da festa de São José, em 19 de março de 1928, S.S. Pio XI comparava nestes termos a vocação de São José com a de São João Batista e com a de São Pedro: "Fato sugestivo é ver-se sugirem, bem vizinhas e brilharem quase contemporâneas, certas figuras tão magníficas. Primeiro, São João Batista que se ergue no deserto com sua voz, ora grave ora suave, como leão que ruge e como o amigo do Esposo, que se rejubila pela glória do Esposo, para afinal oferecer à face do mundo a maravilhosa glória do martírio. Depois, Pedro que ouve do divino Mestre estas sublimes palavras, pronunciadas também elas à face do mundo e dos séculos: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja; ide e pregai ao mundo inteiro", missão grandiosa, divinamente resplandecente. Entre essas duas missões aparece a de São José: missão recolhida, calada, quase despercebida, que não se evidenciaria senão alguns séculos mais tarde; um silêncio ao qual sucederia, mas muito tempo depois, um sonoro canto de glória. Pois, onde mais profundo o mistério, mais espesso o véu que o encobre, e maior o silêncio, é justamente ai que mais alta é a missão, como mais brilhante o cortejo das virtudes exigidas e dos méritos requeridos para, por feliz necessidade, com elas se conjugarem. Missão única, muito alta, a de guardar o Filho de Deus, o Rei do mundo, e de guardar a virgindade e a santidade de Maria; missão única, a de ter participação no grande mistério ocultado aos olhos dos séculos, e de assim cooperar na Encarnação e na Redenção! Toda a santidade de José consiste precisamente no cumprimento, fiel até o escrúpulo, dessa missão tão grande e tão humilde, tão alta e tão escondida, tão esplêndida e tão envolta em trevas".

(Trecho de "Les trois ages de la vie interieure", trad. Permanência. publicado em Revista Permanência, Junho de 77).

O PODER DE INTERCESSÃO DE SÃO JOSÉ !!!



Há certos homens, ao longo da História, cuja grandeza ultrapassa qualquer lenda. Homens que parecem ser objeto de uma especial predileção de um Deus comprazido em adornar suas almas com o brilho das virtudes e de raríssimos dons.

Desde toda a eternidade, quando a Encarnação do Verbo foi determinada pela Santíssima Trindade, Deus Pai quis que a chegada de seu Filho ao mundo fosse revestida com a suprema pulcritude que convém a um Deus. Apesar dos aspectos de pobreza e humildade com os quais haveria de se mostrar, Ele deveria nascer de uma Virgem concebida sem pecado original, reunindo em si as alegrias da maternidade e a flor da virgindade. Mas era indispensável a presença de alguém capaz de assumir a figura de pai perante o Verbo de Deus feito homem. Para isso, bem podemos aplicar as palavras ditas pelaSAO JOSE..jpgEscritura sobre o Rei Davi: "O senhor procurou um homem segundo seu coração". Este homem foi São José.

Para formarmos uma ideia de quem foi São José, precisamos considerar que ele foi esposo de Nossa Senhora e pai adotivo do menino Jesus. O esposo deve ser proporcionado à esposa. Ora, quem é Nossa Senhora? Ela é, de longe, a mais perfeita de todas as criaturas, a obra-prima do Altíssimo. Se somarmos as virtudes de todos os anjos, de todos os santos e todos os homens até o fim do mundo, não teremos sequer uma pálida ideia da sublime perfeição da Mãe de Deus. O homem escolhido para ser o esposo dessa excelsa criatura devia possuir uma virtude maior que a dos antigos patriarcas. Eis a grandeza de alma que devia ter o Esposo da Mãe de Deus!

Sua missão, como pai do Menino Jesus, consistiu em ser a imagem de Deus Pai aos olhos do próprio Filho de Deus! Na simplicidade da vida cotidiana, São José exercia como chefe da Sagrada Família, uma verdadeira autoridade sobre o Filho de Deus.

Quem iria responder às perguntas de Deus? Esta graça só foi concedida a São José, varão humilde e puro. Imaginemos o Menino Jesus parado diante dele e indagando como fazer tal coisa. E São José, mera criatura, ciente de que é Deus quem pergunta, dá o conselho!

Consideremos São José como modelo de castidade e de força; um varão de santidade inimaginável, no qual Deus reuniu, como num sol, tudo quanto os demais santos juntos têm de luz e esplendor.

Todas as glórias se acumularam neste varão incomparável.

Houve, também, no Antigo Testamento um personagem chamado José, filho do Patriarca Jacó que chegou a ser vice-rei do Egito. Em tempo de fome, o Faraó mandava os egípcios se dirigirem ao sábio José para que ele distribuísse os alimentos, dizendo-lhes: "Ide a José"! Da mesma maneira, podemos ouvir a voz de Deus que nos diz durante nossas dificuldades: "Ide a José"! Assim como José foi vice-rei do Egito e o mais importante do reino depois do Faraó, Deus constituiu São José, vice-rei da Igreja, quer dizer, senhor e cabeça de sua casa, custódio e administrador de todos os seus bens.

Quem poderá calcular o poder de intercessão de São José junto à Maria Santíssima e a seu Divino Filho? Seu patrocínio e poder de intercessão são superiores aos de todos os demais santos, sem dúvida alguma. São José tudo pode diante do Divino Redentor.

Certamente, Jesus, que lhe foi submisso durante sua vida terrena, seguirá sendo-lhe obediente por toda a eternidade...

Imploremos, sempre, sua poderosa intercessão! Por Ir. Cintia Louback, EP - (Do Instituto Filosófico-Teológico Santa Escolástica)