Na localidade italiana de Andria se conserva um espinho que segundo a tradição foi parte da coroa de Cristo. Quando o dia da Anunciação, 25 de março, coincide com a sexta-feira Santa como acontece este ano 2016, o chamado Espinho Sagrado derrama sangue. E hoje, o prodígio se repetiu. Somente dois anos em cada século o 25 de março coincide com a Sexta-feira Santa. A última vez foi no ano 2005, poucos dias antes da morte de São João Paulo II. A próxima vez será no ano 2157: https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=TJoPS5VVT68
Site dedicado à Devoção do Misericordioso Coração de Jesus, Doloroso e Imaculado Coração de Maria, Coração Virginal de São José, verdadeira Santa Igreja de Cristo e ao Motu Proprio SUMMORUM PONTIFICUM de S.S. Papa Bento XVI referente as Celebrações Liturgicas na Forma Extraordinária do Rito Romano ou Rito Dâmaso-Gregoriano, no Brasil e no mundo, promoção e divulgação do sacro Canto Gregoriano.
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sábado, 26 de março de 2016
terça-feira, 15 de março de 2016
O PODER de PROTEÇÃO do SINAL da SANTA CRUZ !!!
Em 1647, em Nattremberg, na
Alemanhã, umas feiticeiras foram presas por ordem das autoridades públicas, por
terem feito malefícios à população.
Em julgamento, elas afirmaram
que as suas artimanhas não funcionavam onde houvesse a imagem da Santa Cruz.
E contaram que nunca haviam
conseguido fazer mal algum à Abadia de Metten, da ordem de São Bento, onde
acreditavam que estava exposta alguma cruz.
Quando as autoridades
averiguaram a Abadia, descobriram não uma Cruz, mas diversas inscrições da
Medalha de São Bento em muitas paredes do local...
Foi nessa ocasião que
descobriram o poder da Medalha de São Bento contra todas as armadilhas do demônio!
Quando descobriram o poder das
inscrições nas paredes, toda a população passou a usar medalhas cunhadas com as
inscrições.
Até que esta prática se
dispersou por toda a Europa até chegar no Brasil!
SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O FUNDAMENTO EVANGÉLICO PARA INVADIR AS TERRAS DOS MUÇULMANOS.
Diálogo entre São Francisco de Assis e o Sultão
al-Malik al-Kamil em 1219, perto de Damieta, Egito.
“O sultão lhe apresentou outra questão:
− “Vosso Senhor ensina no Evangelho que vós não
deveis retribuir mal com mal, e não deveis recusar o manto que quem vos quer
tirar a túnica, etc. Então, vós, cristãos não deveríeis invadir as nossas
terras, etc.”.
“Respondeu o bem-aventurado Francisco:
− “Me parece que vós não tendes lido todo o
Evangelho. Em outra parte, de fato, está dito: Se teu olho te escandaliza,
arranca-o e joga-o longe de ti (Mt. 5,25).
“Com isto quis nos ensinar que também no caso
de um homem que fosse nosso amigo ou parente, que nos amássemos como a pupila
do olho, nós devemos estar dispostos a separa-lo, e afastá-lo de nós, até
arrancá-lo de nós, se tenta nos afastar da fé e do amor de nosso Deus.
“Exatamente por isto os cristãos agem de acordo
com a Justiça quando invadem vossas terras e vos combatem, porque vós
blasfemais contra o Nome de Cristo e vos empenhais em afastar de Sua religião
todos os homens que podeis.
“Se, pelo contrário, vós quiserdes conhecer,
confessar e adorar o Criador e Redentor do mundo eles vos amariam como a si próprios”.
“Todos os presentes ficaram tomados de admiração
pela resposta dele”.
(Fonte: “Fonti Francescane”, Seção terceira –
Outros testemunhos franciscanos, número 2691).
domingo, 6 de março de 2016
O PRIMEIRO DEVOTO DE NOSSA SENHORA !!!
Procure recolher-se um pouco, leitor, e fazer
uma meditação sobre
a fisionomia e o perfil moral deste grande
Santo, ao qual
o próprio Filho de Deus quis ser submisso.
José António Dominguez
Quando falamos por telefone com alguém que não
conhecemos ainda, ocorre, por vezes, um curioso fenômeno psicológico. Quase de
forma instintiva, procuramos de algum modo imaginar o perfil físico e moral da
pessoa com a qual estamos em contacto. Pelas inflexões de voz, pela forma de
rir, pelo modo de conversar, é fácil fazer uma idéia de nosso interlocutor. E,
subconscientemente, uma simpatia ou antipatia se estabelece. Quando, por fim, o
encontramos, há simultaneamente uma surpresa e uma confirmação. Certos aspectos
dele são novos, e causam-nos admiração, enquanto outros correspondem àquilo que
imaginávamos, à distância.
Morte de São José - Duomo de San Nicolas_.jpg
São José viveu contemplando Jesus e Maria
e foi assistido por Eles na hora da morte
A fisionomia dos Santos
Algo de análogo pode acontecer quando pedimos a
intercessão de algum Santo. À distância, entre o Céu e a terra (essa distância
não se mede em metros, mas varia de acordo com a firmeza de nossa fé...),
procuramos imaginar como seria ele. Às vezes, ao tomar conhecimento da sua
vida, exclamamos interiormente "Este é o protetor de que eu
precisava!..." E recorremos com mais fé ao seu auxílio.
Por quê?
Há entre o Santo e nós certa semelhança de
situações da existência. Por exemplo, ele passou por dificuldades análogas, vai
compreender melhor as nossas carências e debilidades. Pode haver até alguma
semelhança psicológica... Estabelece-se, assim, uma simpatia que tem ao mesmo
tempo algo de natural e de sobrenatural.
As boas imagens dos Santos postas à veneração
dos fiéis devem ajudar-nos a compor mais facilmente seu perfil psicológico e
sobrenatural. A fotografia veio quase dispensar o trabalho dos pintores e
escultores, para os de nossa época. Mas nos mil e novecentos anos anteriores da
História da Igreja, quantas fisionomias de Santos que gostaríamos de ter
conhecido...
A primeira delas é a de Nosso Senhor Jesus
Cristo, da qual só ficou um esboço (mas que esboço divino!...) no Santo Sudário.
E como seria a fisionomia de Nossa Senhora?
Em vez de contentar-nos com as figuras
reproduzidas pela iconografia católica, poderíamos nos recolher um pouco e
fazer uma meditação um tanto diferente: tentar imaginar em nosso interior a
fisionomia e o perfil moral de um bem-aventurado.
Façamos a experiência com um grande Santo,
certamente o maior que já existiu e existirá, depois de Nossa Senhora: seu castíssimo
esposo, São José.
Constante contemplador de Jesus e de Maria
Sim, leitor, como imagina você a figura
majestosa e paternal de São José?
Segundo São Tomás de Aquino, todas as criaturas
existentes no universo poderiam ter sido criadas por Deus de modo mais
perfeito, exceto três: Jesus Cristo, a Virgem Maria e a visão beatífica. Jesus,
sendo Deus, não podia ter a mínima imperfeição. Para ser sua Mãe, é natural que
Ele escolhesse a criatura humana mais perfeita possível. Deste modo, se
somarmos as perfeições de todos os Anjos e de todos os Santos, teremos apenas
uma idéia pálida das riquezas sobrenaturais que adornam a alma de Maria.
Mas Deus não iria escolher para esposo de sua Mãe
Virginal, para seu pai adotivo, alguém que não estivesse à altura de tal missão.
Tinha de ser um homem proporcionado a essa esposa, pelo seu amor de Deus, pela
sua justiça, pela sua pureza, por sua sabedoria, por todas as qualidades. Esse
homem é São José.
Sao Jose.jpg
Vitral da Paróquia de Thannenkirch, França
Ambos eram da Casa de David. Talvez até
tivessem certa semelhança física, entre si. E não é inverossímil imaginar São
José com alguns traços fisionômicos do Rei Profeta, seu glorioso antepassado,
do qual diz a Sagrada Escritura: "louro, de belos olhos e mui formosa aparência
(...) valente e forte, fala bem, tem um belo rosto, e o Senhor está com
ele" (I Sam 16, 12 e 18).
Sob o ponto de vista sobrenatural, São José
alcançou o mais alto píncaro da santidade e não pode ter deixado de praticar a
devoção a Nossa Senhora no grau mais perfeito, e participar das virtudes altíssimas
de sua esposa virginal. Sua vida foi uma constante contemplação de Maria e de
Jesus. Por isso ele pode ser considerado o padroeiro e modelo das almas
contemplativas e dos devotos de Maria.
O exemplo de Santa Teresa
Mas, depois desta descrição, sentimos tanta
desproporção com São José... Onde encontrar algum ponto de afinidade com tão
grande Santo, para confiarmos em sua poderosa intercessão?
Uma de suas maiores devotas, Santa Teresa de
Jesus, dizia querer "convencer todas as pessoas a serem devotas deste
glorioso Santo, pela comprovação que fiz dos dons que ele alcança de
Deus".
E acrescentava: "Tomei como protetor e
senhor o glorioso São José. Não me lembro, até agora, de lhe ter pedido alguma
coisa e não ser atendida. Fico espantada com os favores que recebi de Deus por
intercessão deste bem-aventurado Santo e dos perigos dos quais me livrou, tanto
de corpo como de alma.
"A outros Santos, parece que lhes deu o
Senhor poder para socorrer em um só tipo de necessidade. Este glorioso Santo,
tenho comprovado que socorre em todas as necessidades. Deus quer dar a entender
que, assim como foi submisso a São José aqui na Terra, também no Céu Jesus faz
tudo quanto ele lhe pede."
A devoção dos Sete Domingos
Uma das devoções a São José mais divulgadas é a
dos Sete Domingos em honra de suas sete dores e sete alegrias, que transcrevemos
nas páginas seguintes. Por meio dela, leitor, não só você obterá graças por
intercessão de São José, como também, meditando nos sete momentos-auge de sua
vida, ele lhe abrirá os segredos de sua alma virginal, dando a conhecer algo de
sua fisionomia e de suas grandes virtudes. A primeira delas, seu amor ardentíssimo
a Nossa Senhora, pois são José é o primeiro devoto da Virgem Maria.
Sete Domingos em honra de São José ou Coroa das
Sete
Dores e dos Sete Gozos de São José
ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Deus e Senhor meu, em Quem creio e espero e a
Quem amo sobre todas as coisas, entre a multidão de meus pecados me confundo, e
com sincero arrependimento peço-Vos perdão e clemência. Pesa-me de Vos ter
ofendido, e proponho, com a vossa Divina Graça, nunca mais tornar a Vos
ofender. Tende piedade de mim, Senhor. Escutai os meus rogos e não permitais
que eu me separe de Vós. E vós, bondoso São José, intercedei por mim para que
Jesus perdoe os meus pecados e derrame sobre minha alma os tesouros de sua
Santa Graça para que eu possa fazer, com fruto, os Sete Domingos, em vossa
honra e bem de minha alma. Lembrai-vos, meu doce protetor, que nenhum dos que têm
implorado vosso auxílio tem ficado sem consolo. Animado desta confiança, venho à
vossa presença neste dia, suplicando-vos as graças de que necessito e que
espero conseguir de Jesus e Maria. Amém.
ORAÇÕES PARA CADA DOMINGO
I Domingo
Ó Esposo puríssimo de Maria Santíssima,
glorioso São José, assim como foi grande a amargura de vosso coração na
perplexidade de abandonardes a vossa castíssima Esposa, assim foi indizível a
vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.
Por esta Dor e por este Gozo, vos pedimos a graça de consolardes agora e nas
extremas dores, nossa alma, com a alegria de uma vida justa e de uma santa
morte semelhante à vossa, assistidos por Jesus e por Maria.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José, rogai por nós.
II Domingo
Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que
fostes escolhido como Pai adotivo do Verbo Humanado, a Dor que sentistes ao ver
nascer em tanta pobreza o Deus Menino, se vos mudou em júbilo celeste ao
ouvirdes a angélica harmonia e ao contemplardes a glória daquela brilhantíssima
noite. Por esta Dor e por este Gozo, vos suplicamos a graça de nos alcançardes
que, depois da jornada desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a
gozar os resplendores da glória celeste.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José, sustentador do Filho de Deus, rogai
por nós.
III Domingo
Ó obedientíssimo das divinas Leis, glorioso São
José, o sangue preciosíssimo que na Circuncisão derramou o Redentor-Menino vos
trespassou o coração, mas o nome de Jesus vo-lo reanimou, enchendo-o de
contentamento. Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos viver sem pecado, a
fim de expirar cheios de júbilo, com o nome de Jesus no coração e nos lábios.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José obedientíssimo, rogai por nós.
IV Domingo
Ó fidelíssimo Santo, glorioso São José, que
também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, se a profecia de Simeão
a respeito do que Jesus e Maria teriam de padecer vos causou mortal angústia,
também vos encheu de sumo Gozo pela salvação e gloriosa Ressurreição que, como
igualmente predisse, teria de resultar para inumeráveis almas.
Por esta Dor e por este Gozo, obtende-nos que
sejamos do número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da
Santíssima Virgem sua Mãe, hão de ressuscitar gloriosamente.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José fidelíssimo, rogai por nós.
V Domingo
Ó vigilantíssimo custódio, íntimo familiar do
Filho de Deus Encarnado, glorioso São José, quanto sofrestes para alimentar e
servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga com Ele para o Egito. Mas
qual não foi também vosso Gozo por terdes sempre convosco o mesmo Deus e por
verdes cair por terra os ídolos egípcios.
Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos que,
afastando para longe de nós o infernal tirano, especialmente com a fuga das
ocasiões perigosas, sejam derrubados de nossos corações todos os ídolos dos
afetos terrenos, e que, inteiramente dedicados ao serviço de Jesus e de Maria,
para Eles somente vivamos e na alegria de seu amor expiremos.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José castíssimo, rogai por nós.
VI Domingo
Ó anjo da Terra, glorioso São José, que cheio
de pasmo vistes o Rei do Céu submisso a vossos mandados, se a vossa consolação,
ao reconduzi-Lo do Egito, foi turbada pelo temor de Arquelau, filho de Herodes,
contudo, sossegado pelo Anjo, permanecestes alegre em Nazaré com Jesus e Maria.
Sagrada Familia.jpg
"Fostes escolhido como Pai do Verbo
Humanado"
(Vitral da Catedral de Dijon, França)
Por esta Dor e por este Gozo, alcançai-nos a
graça de desterrar do nosso coração todo temor nocivo, de gozar a paz de consciência,
de viver seguros com Jesus e Maria, e também de morrer assistidos por Eles.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José, casto guarda da Virgem, rogai por nós.
VII Domingo
Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São
José, perdestes sem culpa o Menino Jesus, e para maior angústia houvestes de
buscá-Lo por três dias, até que, com sumo júbilo, gozastes do que era a vossa
vida, achando-O no Templo entre os doutores.
Por esta Dor e por este Gozo, vos suplicamos,
com o coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento para que nunca nos
suceda perder a Jesus por culpa grave. Mas, se por desgraça O perdermos, com tão
intensa dor O procuremos, que O achemos favorável, especialmente em nossa
morte, para podermos glorificá-Lo no Céu e lá cantarmos eternamente suas
divinas misericórdias.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
São José fortíssimo, rogai por nós.
ORAÇÃO FINAL
Ó Deus, que por vossa inefável providência Vos
dignastes escolher o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima,
concedei-nos, nós Vo-lo pedimos, que venerando-o aqui na Terra como protetor,
mereçamos tê-lo no Céu como nosso intercessor. Vós que viveis e reinais por
todos os séculos dos séculos. Amém.
(Revista Arautos do Evangelho, Março/2004, n.
27, p. 18-19)
O GRANDE PROTETOR DA IGREJA !!!
Em tempos difíceis para a Igreja, Pio IX,
desejando confiá-la à especial proteção do Santo Patriarca José, declarou- o
"Patrono da Igreja Católica".
Esse Sumo Pontífice sabia que não estava a
levar a efeito um gesto peregrino, porque, em virtude da excelsa dignidade
concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, "a Igreja, depois da
Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de
louvores o Bem- aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a
ele que recorreu". (São João Paulo II, Exortação Apostólica Redemptoris
Custos) - (Revista Arautos do Evangelho, Março/2011, n. 111, p. 02).
A MISSÃO EXCEPCIONAL DE SÃO JOSÉ !!!
No silêncio de Belém, durante a estadia no
Egito e na pequena casa de Nazaré, São José terá recebido mais graças que
jamais a qualquer outro santo seria dado receber.
Coube a São João Batista a missão de anunciar a
vinda imediata do Messias. Pode-se pois dizer que ele foi o maior dos
precursores de Jesus no Antigo Testamento. É assim que Santo Tomás entende a
palavra de Jesus em São Mateus (11,São José..jpg 11): "Em verdade, vos
digo, entre os nascidos de mulheres não surgiu alguém maior do que João Batista".
Mas, logo a seguir, acrescenta Nosso Senhor:
"Entretanto, o menor no reino dos céus é maior que ele". O reino dos
céus é a Igreja da terra e do céu: é o Novo Testamento, mais perfeito como
estado do que o Antigo, embora certos justos do Antigo tenham sido mais santos
que muitos do Novo. E quem na Igreja é o menor? Estas são palavras misteriosas
que têm sido diversamente interpretadas. Fazem pensar nestas outras
pronunciadas mais tarde por Jesus: "Aquele que dentre vós for o menor este
é o maior" (Lc 9, 48). O menor, quer dizer o mais humilde, o servidor de
todos; é, pela conexão e proporção das virtudes, o que tem mais alta caridade.
Quem na Igreja é o mais humilde? Sem dúvida, é aquele que não foi nem Apóstolo,
nem Evangelista, nem mártir (pelo menos exteriormente), nem pontífice, nem
padre, nem doutor, mas que conheceu e amou o Cristo Jesus não menos por certo
que os apóstolos, os evangelistas, os mártires, os pontífices e os doutores: é
o humilde operário de Nazareth, o humilde José. Os Apóstolos foram incubidos de
fazer com que os homens conhecessem o Salvador, para pregar-lhes o Evangelho a
fim de salvá-los. Sua missão, como a de São João Batista, é da ordem da graça
necessária a todos para a salvação. Mas há uma ordem ainda superior à da graça.
É aquela que é constituída pelo próprio mistério
da Encarnação, ou seja, a ordem da união hipostática ou pessoal da Humanidade
de Jesus com o próprio Verbo de Deus. A esta ordem superior se prende a missão
singular de Maria, a maternidade divina e também, de certa forma, a missão
oculta de José. Este assunto foi exposto de diversas maneiras por São Bernardo,
São Bernardino de Siena, o dominicano Isidoro de Isolanis, Suarez e muitos
autores recentes.
Bossuet diz admiravelmente no seu primeiro
panegírico desse grande santo: "Dentre todas as vocações noto duas, nas
Escrituras, que parecem diametralmente opostas: uma é a dos Apóstolos; a
segunda, a de José. Jesus é revelado aos Apóstolos para que o anunciem por todo
o universo; e é revelado a José para que silencie e o esconda. Os Apóstolos são
luzeiros para mostrarem Jesus ao mundo inteiro. José é um véu para encobri-lo;
e sob esse véu misterioso oculta-se-nos a virgindade de Maria e a grandeza do
Salvador das almas. Aquele que glorifica os Apóstolos concedendo-lhes a honra
da pregação, glorifica José pela humildade do silêncio". A hora da
manifestação do mistério do Natal ainda não era chegada, essa hora deveria ser
preparada por trinta anos de vida oculta.
A perfeição consiste em cumprir a vontade de
Deus, cada um segundo sua vocação. Mas a vocação toda excepcional de José
supera por certo, no silêncio e na obscuridade, a dos maiores Apóstolos: pois
ela se relaciona mais de perto com o mistério da Encarnação redentora. José,
depois de Maria, esteve mais próximo que ninguém do próprio Autor da graça.
Assim pois, no silêncio de Belém, durante a estadia no Egito e na pequena casa
de Nazaré ele terá recebido mais graças que jamais a qualquer outro santo seria
dado receber.
Qual a missão especial de José com relação a
Maria?
Consistiu ela sobretudo em preservar a
virgindade e a honra de Maria, contraindo com a futura Mãe de Deus um
verdadeiro matrimônio, mas absolutamente santo. Conforme relata o Evangelho de
São Mateus (1, 20): "O anjo do Senhor, que apareceu em sonho a José lhe
diz: "José, filho de Daví, não temas receber Maria como tua esposa, pois o
que nela se gerou é obra do Espírito Santo". Maria é perfeitamente sua
esposa. Trata-se de um matrimônio verdadeiro (cf. Santo Tomás, III, q. 29, a.
2), mas inteiramente celeste e que devia ter fecundidade inteiramente divina. A
plenitude inicial de graça dada à Virgem em vista da maternidade divina fazia
apelo em certo sentido ao mistério da Encarnação. Conforme diz Bossuet: "A
virgindade de Maria atraiu Jesus do céu... Se sua pureza a tornou fecunda, não
hesitarei, no entanto, em afirmar que José teve sua parte nesse grande milagre.
Pois tal pureza angélica, apanágio da divina Maria, foi também o desvelo do
justo José".
Era a união sem mácula e inteiramente
respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existira, em ambiente
extremamente simples, qual o de um pobre artesão de aldeia. Assim, José se
aproximou mais intimamente do que qualquer outro santo daquela que é a Mãe de
Deus, daquela que é também a Mãe espiritual de todos os homens e dele próprio
José, daquela que é Co-Redentora, Mediadora universal, dispensadora de todas as
graças. Por todos esses títulos José amou Maria com o mais puro e devotado
amor; era de certo um amor teologal, porquanto ele amava a Virgem em Deus e por
Deus, por toda a glória que ela dava a Deus. A beleza de todo o universo nada
era em face da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo,
que encantava os anjos e ao próprio Senhor enchia de júbilo.
Qual foi a missão excepcional de José perante o
Senhor?
Em verdade, o Verbo de Deus feito carne foi
confiado a ele, José, de preferência a qualquer outro justo dentre os homens de
todas as gerações. O santo velho Simeão teve o menino Jesus em seus braços por
alguns instantes e viu nele a Casamento de Nossa Senhora e São José..jpgsalvação
dos povos - "lumen ad revelationem gentium" - mas José velou todas as
horas, noite e dia, sobre a infância de Nosso Senhor. Muitas vezes teve em suas
mãos aquele em quem via seu Criador e Salvador. Recebeu dele graças sobre graças
durante os vários anos em que viveu com ele na maior intimidade do dia-a-dia.
Viu-o crescer. Contribuiu para sua educação humana. Jesus lhe foi submisso. É
comumente chamado de "pai nutrício do Salvador"; porém em certo
sentido foi mais que isso, pois como nota Santo Tomás é acidentalmente que após
o casamento um homem se vem a tornar "pai nutrício" ou "pai
adotivo", enquanto que não foi absolutamente de forma acidental que José
ficou encarregado de zelar por Jesus. Ele foi criado e posto no mundo
precisamente para tal fim. Esta foi a sua predestinação. Foi em vista de tal
missão divina que a Providência lhe concedeu todas as graças recebidas desde a
infância: graça de piedade profunda, de virgindade, de prudência, de fidelidade
perfeita. Sobretudo, nos desígnios eternos de Deus, toda a razão de ser da união
de José com Maria era a proteção e a educação do Salvador; Deus lhe deu um coração
de pai para velar pelo menino Jesus. Esta a missão principal de José, em vista
da qual ele recebeu uma santidade proporcionada a seu papel no mistério da
Encarnação, mistério que domina a ordem da graça e cujas perspectivas são
infinitas.
Este último ponto foi bem esclarecido por Mons.
Sinibaldi em sua recente obra La Grandeza di San Giuseppe, p. 33-36, na qual
mostra que São José foi predestinado desde toda a eternidade para tornar-se o
esposo da Virgem Santíssima e explica, com Santo Tomás, a tríplice conveniência
dessa predestinação.
O Doutor Angélico a demonstrou ao indagar (III
q. 29, a. 1) se o Cristo deveria nascer de uma virgem que tivesse contraído um
verdadeiro casamento. E concluiu que devia ser assim, tanto para o próprio
Cristo, como para sua Mãe, e também para nós.
Isso convinha grandemente ao próprio Nosso
Senhor para que ele não fosse considerado, até que chegasse a hora da manifestação
do mistério do seu nascimento, como um filho ilegítimo, e também para que ele
fosse protegido em sua infância. Para a Virgem não era menos conveniente, a fim
de que ela não fosse considerada culpada de adultério e como tal viesse a ser
lapidada pelos judeus, conforme notou São Jerônimo, e ainda para que ela própria
fosse protegida em meio às dificuldades e à perseguição que iria começar com o
nascimento do Salvador. Foi outrossim, acrescenta Santo Tomás, muito
conveniente para nós, porquanto pelo testemunho insuspeito de São José tomamos
conhecimento da concepção virginal do Cristo: segundo a ordem das coisas
humanas, representou para nós esse testemunho um admirável apoio ao de Maria.
Enfim, era soberanamente conveniente para que nós encontrássemos em Maria ao
mesmo tempo o perfeito modelo das virgens como das esposas e mães cristãs.
Explica-se assim, segundo muitos autores, que o
decreto eterno da Encarnação- estabelecendo a maneira como hic et nunc esse
fato se devia realizar e em quais circunstâncias determinadas - envolva não
somente Jesus e Maria mas também José. Desde toda eternidade, com efeito,
estava decidido que o Verbo de Deus feito carne nasceria milagrosamente de
Maria sempre virgem, unida ao justo José pelos laços de um matrimônio
verdadeiro. A execução desse decreto providencial é assim referida em São Lucas
(1, 27): "Missus est Angelus Gabriel a Deo, in civitatem Galileae, cui
nomen Nazareth, ad virginem desponsatam viro, cui nomen erat Joseph, de domo
David, et nomen virginis Maria". [O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a
uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão por
nome José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria].
São Bernardo chama São José de "magni
consilii coadjutorem fidelis simum" (coadjutor fidelíssimo do magno
conselho").
Por isso é que Mons. Sinibaldi, após Suarez e
muitos outros, afirma, ibid., que o ministério de José é em certo sentido
confinante, em seu nível, com a ordem hipostática. Não que José tenha cooperado
intrinsecamente, como instrumentoSão Jose.jpgfísico do Espírito Santo, para a realização
do mistério da Encarnação, pois nesse acontecimento seu papel é muito inferior
ao de Maria, Mãe de Deus; entretanto, ele foi predestinado para ser, na ordem
das causas morais, o guardião da virgindade e da honra de Maria, ao mesmo tempo
que o protetor de Jesus menino. É preciso precaver-se aqui contra certos
exageros que falseariam a expressão desse grande mistério; o culto devido a São
José não vai além especificamente do de dulia prestado aos outros santos, mas
tudo faz pensar que ele merece receber, mais do que todos os outros santos,
esse culto de dulia. Por isso é que a Igreja, em suas orações menciona o nome
de José imediatamente após o de Maria e antes do dos Apóstolos na oração A
cunctis (a todos nós...), por meio da qual se implora a proteção de todos os
Santos. Se São José não é mencionado no Canon da missa, há todavia para ele um
prefácio especial e o mês de março lhe é consagrado.
Num discurso pronunciado na Sala Consistorial
no dia da festa de São José, em 19 de março de 1928, S.S. Pio XI comparava
nestes termos a vocação de São José com a de São João Batista e com a de São
Pedro: "Fato sugestivo é ver-se sugirem, bem vizinhas e brilharem quase
contemporâneas, certas figuras tão magníficas. Primeiro, São João Batista que
se ergue no deserto com sua voz, ora grave ora suave, como leão que ruge e como
o amigo do Esposo, que se rejubila pela glória do Esposo, para afinal oferecer à
face do mundo a maravilhosa glória do martírio. Depois, Pedro que ouve do
divino Mestre estas sublimes palavras, pronunciadas também elas à face do mundo
e dos séculos: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha
Igreja; ide e pregai ao mundo inteiro", missão grandiosa, divinamente
resplandecente. Entre essas duas missões aparece a de São José: missão
recolhida, calada, quase despercebida, que não se evidenciaria senão alguns séculos
mais tarde; um silêncio ao qual sucederia, mas muito tempo depois, um sonoro
canto de glória. Pois, onde mais profundo o mistério, mais espesso o véu que o
encobre, e maior o silêncio, é justamente ai que mais alta é a missão, como
mais brilhante o cortejo das virtudes exigidas e dos méritos requeridos para,
por feliz necessidade, com elas se conjugarem. Missão única, muito alta, a de
guardar o Filho de Deus, o Rei do mundo, e de guardar a virgindade e a
santidade de Maria; missão única, a de ter participação no grande mistério
ocultado aos olhos dos séculos, e de assim cooperar na Encarnação e na Redenção!
Toda a santidade de José consiste precisamente no cumprimento, fiel até o escrúpulo,
dessa missão tão grande e tão humilde, tão alta e tão escondida, tão esplêndida
e tão envolta em trevas".
(Trecho de "Les trois ages de la vie
interieure", trad. Permanência. publicado em Revista Permanência, Junho de
77).
O PODER DE INTERCESSÃO DE SÃO JOSÉ !!!
Há certos homens, ao longo da História, cuja
grandeza ultrapassa qualquer lenda. Homens que parecem ser objeto de uma
especial predileção de um Deus comprazido em adornar suas almas com o brilho
das virtudes e de raríssimos dons.
Desde toda a eternidade, quando a Encarnação do
Verbo foi determinada pela Santíssima Trindade, Deus Pai quis que a chegada de
seu Filho ao mundo fosse revestida com a suprema pulcritude que convém a um
Deus. Apesar dos aspectos de pobreza e humildade com os quais haveria de se
mostrar, Ele deveria nascer de uma Virgem concebida sem pecado original,
reunindo em si as alegrias da maternidade e a flor da virgindade. Mas era
indispensável a presença de alguém capaz de assumir a figura de pai perante o
Verbo de Deus feito homem. Para isso, bem podemos aplicar as palavras ditas
pelaSAO JOSE..jpgEscritura sobre o Rei Davi: "O senhor procurou um homem
segundo seu coração". Este homem foi São José.
Para formarmos uma ideia de quem foi São José,
precisamos considerar que ele foi esposo de Nossa Senhora e pai adotivo do
menino Jesus. O esposo deve ser proporcionado à esposa. Ora, quem é Nossa
Senhora? Ela é, de longe, a mais perfeita de todas as criaturas, a obra-prima
do Altíssimo. Se somarmos as virtudes de todos os anjos, de todos os santos e
todos os homens até o fim do mundo, não teremos sequer uma pálida ideia da
sublime perfeição da Mãe de Deus. O homem escolhido para ser o esposo dessa
excelsa criatura devia possuir uma virtude maior que a dos antigos patriarcas.
Eis a grandeza de alma que devia ter o Esposo da Mãe de Deus!
Sua missão, como pai do Menino Jesus, consistiu
em ser a imagem de Deus Pai aos olhos do próprio Filho de Deus! Na simplicidade
da vida cotidiana, São José exercia como chefe da Sagrada Família, uma
verdadeira autoridade sobre o Filho de Deus.
Quem iria responder às perguntas de Deus? Esta
graça só foi concedida a São José, varão humilde e puro. Imaginemos o Menino
Jesus parado diante dele e indagando como fazer tal coisa. E São José, mera
criatura, ciente de que é Deus quem pergunta, dá o conselho!
Consideremos São José como modelo de castidade
e de força; um varão de santidade inimaginável, no qual Deus reuniu, como num
sol, tudo quanto os demais santos juntos têm de luz e esplendor.
Todas as glórias se acumularam neste varão
incomparável.
Houve, também, no Antigo Testamento um
personagem chamado José, filho do Patriarca Jacó que chegou a ser vice-rei do
Egito. Em tempo de fome, o Faraó mandava os egípcios se dirigirem ao sábio José
para que ele distribuísse os alimentos, dizendo-lhes: "Ide a José"!
Da mesma maneira, podemos ouvir a voz de Deus que nos diz durante nossas
dificuldades: "Ide a José"! Assim como José foi vice-rei do Egito e o
mais importante do reino depois do Faraó, Deus constituiu São José, vice-rei da
Igreja, quer dizer, senhor e cabeça de sua casa, custódio e administrador de
todos os seus bens.
Quem poderá calcular o poder de intercessão de
São José junto à Maria Santíssima e a seu Divino Filho? Seu patrocínio e poder
de intercessão são superiores aos de todos os demais santos, sem dúvida alguma.
São José tudo pode diante do Divino Redentor.
Certamente, Jesus, que lhe foi submisso durante
sua vida terrena, seguirá sendo-lhe obediente por toda a eternidade...
Imploremos, sempre, sua poderosa intercessão!
Por Ir. Cintia Louback, EP - (Do Instituto Filosófico-Teológico Santa Escolástica)
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