ANTES
DE SER EXPOSTO DEFINITIVAMENTE À VENERAÇÃO DOS FIÉIS, O CORPO DE SANTA
BERNADETE PASSOU POR TRÊS EXUMAÇÕES, AONDE FOI SUBMETIDO A UMA SÉRIE DE EXAMES
-Relatório
dos Drs David e Jordan, que conduziram a primeira exumação:
“O
caixão foi aberto na presença do Bispo e do Prefeito de Nevers, seus principais
representantes e diversos religiosos. Não notamos nenhum odor. O corpo estava
vestido com o Hábito da Ordem a que pertencia Bernadette. O Hábito estava úmido.
Apenas a face, mãos e antebraços estavam descobertos." "A cabeça
estava inclinada para a esquerda. A face estava lânguida e branca. A pele
estava apegada aos músculos e estes apegados aos ossos. As cavidades oculares
estavam cobertas pelas pálpebras[...] Nariz dilatado e enrugado. Boca levemente
aberta e se podia ver os dentes no lugar. As mãos, cruzadas sobre o peito,
estavam perfeitamente preservadas, bem como suas unhas. As mãos seguravam um
terço. Podia se observar as veias no antebraço." "Os pés estavam
enrugados e as unhas intactas Quando o Hábito foi removido e o véu levantado de
sua cabeça, pode se observar um corpo rígido, pele esticada[...] Seu cabelo
estava com um corte curto e bem preso à cabeça. As orelhas estavam em perfeito
estado de conservação[...] O abdome estava esticado, assim como o resto do
corpo. Ao ser tocado, tinha um som como de papelão. O joelho direito estava
mais largo que o esquerdo. As costelas e músculos se observavam sob a pele[...]
"O corpo estava tão rígido que podia ser virado para um lado e para o
outro[...]"
Em
23 de outubro de 1909 é aberto o processo ordinário na Sagrada Congregação de
Ritos, em 13 de agosto de 1913 segue-se o processo apostólico sob o controle
direto da Santa Sé.
Dez
anos depois da primeira exumação, em 1919, houve uma nova exumação do corpo de
Santa Bernadete, conduzida pelos Doutores Talon e Comte, com a presença do
Bispo da cidade de Nevers, bem como do Comissário de Polícia e representantes
da municipalidade e da Igreja. A situação encontrada foi exatamente a mesma da
primeira exumação.
Parte
do relatório do Dr. Comte, sobre esta segunda exumação:
“Deste
exame, concluo que permanece intacto o corpo da Venerável Bernadette, esqueleto
completo, músculos atrofiados, mas bem preservados; apenas a pele, que estava
enrugada, pelos efeitos da umidade do caixão.[...] O corpo não estava em
putrefação nem decomposição, o que seria esperado como normal, após quarenta
anos de seu sepultamento."
Uma
terceira exumação foi efetuada em 12 de Junho de 1925, para a retirada das “Relíquias”,
logo após sua beatificação. A canonização viria oito anos mais tarde, em 1933.
Sobre esta última exumação, escreveu o Dr. Comte em seu relatório:
“Eu
queria abrir o lado esquerdo do tórax para retirar algumas costelas e então
remover o coração, o qual eu tinha certeza que estaria intacto. Porém, como o
tronco estava levemente apoiado no braço esquerdo, haveria dificuldade em ter
acesso ao coração. Como a Madre Superiora expressou o desejo de que o coração
de Santa Bernadette não fosse retirado, bem como também este era o desejo do
Bispo, mudei de ideia de abrir o lado esquerdo do tórax e apenas retirei duas
costelas do lado direito, que estavam mais acessíveis. O que mais me impressionou
durante esta exumação foi o perfeito estado de conservação do esqueleto,
tecidos fibrosos, musculatura flexível e firme, ligamentos e pele após quarenta
e seis anos de sua morte. Após tanto tempo, qualquer organismo morto tenderia a
desintegrar-se, a se decompor e adquirir uma consistência calcária. Contudo, ao
cortar, eu percebi uma consistência quase normal e macia. Naquele momento, eu
fiz esta observação a todos os presentes de que eu não via aquilo como um fenômeno
natural.”
Uma
urna de cristal foi confeccionada para guardar o corpo de Santa Bernadete. As
freiras cobriram seu rosto e as mãos com uma camada fina de cera e, desse
jeito, foi colocada dentro da urna. Esta urna com seu corpo ainda incorruptível
encontra-se desde 3 de agosto de 1925 na Igreja de Saint Gildard, em Nevers,
França. As Irmãs de Nevers não enclausuraram sua urna, estando livre para
visitação e encorajam os visitantes a se aprofundarem mais no estudo do exemplo
de vida e mensagens deixadas pela Irmã Santa.
Texto:
Murilo Evangelista.
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