“Apesar de absorto nos augustos mistérios, cumpria
escrupulosamente as cerimônias, nada julgando de somenos nas coisas de Deus.
Inflamava-se-lhe paulatinamente o rosto e lágrimas copiosas umedeciam os
paramentos sagrados. Com o decorrer dos tempos, diminuíram as lágrimas,
particularmente nas aridezes e desolações espirituais. Porém, jamais deixou de
chorar depois da Consagração.”
Este grande Santo, fundador da Congregação da Paixão de
Jesus Cristo, comumente conhecidos como os passionistas, nasceu com o nome de
Francisco Danei Massari, em Ovada, Itália, aos 3 de Janeiro de 1694.
Apaixonado pela Paixão de Cristo, dedicou-se a uma vida de
solidão e pobreza e idealizou a fundação de uma congregação. Foi ordenado
sacerdote pelas mãos do Papa Bento XIII em 07/06/1727, na Basílica de São
Pedro, onde futuramente foi canonizado, em 1866, pelo Papa Pio IX. As Regras
foram aprovadas pelo Papa Bento XIV em 1741.
Gostaria de transcrever algumas passagens de uma biografia
sua, em que se fala de seu amor zeloso pela Sagrada Liturgia.
Há quem tente identificar o zelo pelas rubricas com um
espírito distante do amor ao próximo ou superficial na vida espiritual. Neste
caro Santo encontramos o contrário: uma profunda caridade para com o próximo,
aliada a uma vida intensamente mística e um zelo ardente pela Sagrada Liturgia.
Seja ele um modelo para todos os sacerdotes de Cristo!Eu diria que esta é a
forma mais completa e autêntica da ARS CELEBRANDI! São Paulo da Cruz, rogai por
nós!
O SANTO NO ALTAR
O nosso santo é, pois, sacerdote!... Vai tomar nas mãos o
sangue do Cordeiro divino e oferecer a Vítima imaculada... Tudo eram
transportes de alegria e êxtases de amor... (...) Imaginemos com que fé e amor
subiria Paulo ao altar!
Apesar de absorto nos augustos mistérios, cumpria
escrupulosamente as cerimônias, nada julgando de somenos nas coisas de Deus.
Inflamava-se-lhe paulatinamente o rosto e lágrimas copiosas umedeciam os
paramentos sagrados. Com o decorrer dos tempos, diminuíram as lágrimas,
particularmente nas aridezes e desolações espirituais. Porém, jamais deixou de
chorar depois da Consagração.
Qual a fonte misteriosa e inesgotável dessas lágrimas?
Ouçamo-lo em palestra com seus filhos.Acompanhai a Jesus em sua Paixão e Morte,
porque a missa é a renovação do Sacrifício da Cruz. Antes de celebrardes
revesti-vos dos sofrimentos de Jesus Crucificado e levai ao altar as
necessidades de todo o mundo.
Quando celebrava, afigurava-se-lhe estar no Calvário, ao pé
da Cruz, em companhia da Mãe das Dores e do Discípulo predileto, a contemplar
Jesus em suas penas. Essa a causa de tantas lágrimas, verdadeiro sangue da alma
que, mesclado com o Sangue divino do Cordeiro, eram oferecidas ao Eterno Pai
para aplacá-Lo e atrair sobre os homens graças e benefícios.
Revestir-se de Jesus Crucificado antes do santo Sacrifício,
Paulo o fazia diariamente, pois não subia ao altar sem macerar com disciplina
terminada em agudas pontas, enquanto meditava a dolorosa Paixão do Senhor,
unindo-se espiritual e corporalmente aos tormentos do seu Deus. Terminada a
santa missa, retirava-se a lugar solitário, entregando-se aos mais vivos
sentimentos de gratidão e amor.
E prescreveu nas santas Regras este método de preparação e
ação de graças à santa missa.
Ao comentar as palavras do Evangelho COENACULUM STRATUM,
dizia ser o cenáculo o coração do padre, cuja integridade deve ser defendida a
todo custo, mantendo-se sempre acesas as lâmpadas da fé e da caridade.
Comparava também o coração sacerdotal ao sepulcro de N. Senhor, sepulcro
virgem, onde ninguém fora depositado. E acrescentava: O coração do sacerdote
deve ser puro e animado de viva fé, de grande esperança, de ardentíssima
caridade e veemente desejo da glória de Deus e da salvação das almas.
Zeloso da rigorosa observância das rubricas, corrigia as
menores faltas. Velava outrossim pelo asseio das alfaias sagradas. Tudo o que
serve ao santo Sacrifício, dizia, deve ser limpo, sem a menor mancha. Vez por
outra mostrou N. Senhor com prodígios quão agradável lhe era a missa celebrada
pelo seu fiel servo.
Celebrava certo dia na capela do mosteiro de Santa Luzia, em
Corneto. Tinha como ajudante o ilustre personagem Domingos Constantini. Pouco
antes da Consagração, envolveu-o tênue nuvem de incenso, embalsamando o
santuário de perfume desconhecido, enquanto o santo se elevava a cerca de dois
palmos acima do supedâneo. Terminada a Consagração, envolto sempre naquela
misteriosa nuvem, alçou-se novamente ao ar, com os braços abertos. Dir-se-ia um
Serafim em oração.
O piedoso Constantini de volta à casa, maravilhado, relatou
o fato, glorificando a Deus, tão admirável nos seus santos.
Fonte: Pe. Luís Teresa de Jesus Agonizante, Vida de São
Paulo da Cruz, Capítulo XII.
Fonte: http://derradeirasgracas.com
Espacojames - Leia mais:
http://www.espacojames.com.br/?cat=1&id=9750#ixzz1ve1Bi2Ik
Nenhum comentário:
Postar um comentário