Nascido em 1912, nosso venerável
mártir era filho de lavradores profundamente religiosos e desde cedo nutriu o
desejo de um dia tornar-se sacerdote.
No ano de 1924 entrou no Seminário
de Málaga, com 12 anos de idade, dando bons exemplo de conduta e inteligência.
Seu sonho começou a parecer um
horizonte embaçado quando, em 1931, os incêndios de igrejas também em Málaga
obrigaram-no a fugir para seu povoado natal. Retorna posteriormente para ajudar
na reconstrução do seminário e uma aparente paz sobrevém por algum tempo.
Em 1936, é ordenado diácono no
dia 06 de março, na Catedral. Era este o último passo antes de ser ungido e
consagrado para, enfim, consagrar as espécies eucarísticas, oferecer o Santo
Sacrifício e administrar os demais sacramentos para a santificação das ovelhas
de Cristo.
Eclodiu a guerra e os
seminaristas foram enviados novamente para seus povoados de origem. O diácono
Juán volta para Yunquera.
Mesmo no clima perigoso da época,
não quis ocultar quem era e até nas ruas andava de batina. Isto lhe valeu que
no dia 7 de novembro uma vizinha o "denunciasse" aos milicianos.
Estes vieram e o levaram para o calabouço municipal de Álora.
No dia 7 - hoje completando 80
anos - foi preso por ser católico o jovem diácono de 24 anos. Passou oito dias
sob intensas humilhações, torturas e exposições a situações vexatórias e
pecaminosas. Metiam-lhe farpas por baixo das unhas, davam descargas elétricas
em seus órgãos genitais e faziam passeios zombeteiros pelas ruas, levando-o.
Estando ele no cárcere, punham
junto dele mulheres na intenção de fazê-lo fornicar, pecar contra a castidade.
Nenhuma conseguiu aproximar-se dele. No último dia de cárcere (o dia 15 de
novembro) levaram até ele uma bela jovem de 16 anos que, igualmente rechaçada,
não foi capaz de convencê-lo a pecar. Um miliciano entrou em sua cela e, a
sangue frio, ensandecido por vigorosas provas de pureza, castrou-o com uma
navalha de barbear, entregando seus testículos à jovem e ordenando-a que
passeasse com eles entre o povo.
A insanidade e crueldade deste
escárnio causou repugnância mesmo nos indiferentes e alguns vizinhos tentavam
chegar ao valoroso diácono para forçá-lo a renegar a fé para que não fosse
morto. Ele apenas dizia que não renegaria o tesouro de sua fé nem mesmo para
salvar a sua vida.
Os sádicos milicianos, em sua
fúria claramente diabólica, tomaram o santo diácono já ferido, abriram-no de
baixo até em cima com golpes de machado ou facão, esmagaram suas víceras,
encheram seu ventre de gasolina e atearam fogo naquele corpo virginal. Do meio
deste inferno de dores, engolido pelas chamas, ainda conseguiu dizer: "Eu
vos perdôo e peço a Deus que vos perdoe"! E mais: "Já o estou vendo!
Já o estou vendo!", ao que um de seus verdugos retrucou: "Quem estás
vendo tu, ó desgraçado?", descarregando sua pistola na cabeça do jovem clérigo.
Ainda vários dias depois de
sua morte, antes que conseguissem enterrar seus restos, os malditos assassinos
ainda desferiam tiros em seu corpo, como que revoltados contra o eco daquelas últimas
palavras, palavras de quem perdoava e de quem já entrava na glória do Céu, na
visão do Santíssimo Redentor! Eis aí um novo Santo Estêvão!
O diácono Juán Duarte Martín
foi beatificado no dia 28 de outubro de 2007, no pontificado do Papa Bento XVI,
com outros 497 mártires da Guerra Civil.
Completar-se-á 80 anos deste
martírio, deste testemunho. Os socialistas e anarquistas fizeram, como já dito,
milhares de outras vítimas, que foram assassinadas de diversos modos, muitas
delas bradando "Viva Cristo Rei"!
O cristianismo segue sendo
perseguido ao redor do mundo. Há inimigos antigos e novos.
Louvado seja nosso Senhor
Jesus Cristo!
Bendita seja a grande Mãe de
Deus, Maria Santíssima!
Bem-aventurado Juán Duarte
Martín, rogai por nós!
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