FONTE: "O DIABO, LUTERO E O PROTESTANTISMO" por Pe. Júlio Maria, S.D.N. 1. A crônica dos monges do
convento do Lutero refere que um dia, ao recitarem o ofício, ao ser lida no Evangelho
a história do surdo-mudo possesso pelo demônio, de repente o nosso herói caiu
no chão, e, em contorções horríveis, exclamou: Não sou eu! Não sou (o possesso)
(Grisar 44). 2. Fato curioso, que se poderia
qualificar como o da obsessão do apóstatas, é o pensamento de Satanás, a
persegui-lo, e a quem atribui todos os seus reveses: ele vê demônios em toda
parte: - um ruído nas galerias da igreja de Erfurt, durante o seu sermão; a
quês de umas pedras, em Gotha, durante a sua palestra; um incômodo, que o
impediu de continuar viagem, tudo isso ele considerou produzido pela ação dos
poderes infernais. 3. Dois pontos sobressaem em
Lutero, quando de sua permanência no castelo de Wartburgo: a sua idéia com
relação ao demônio e as grandes tentações de que foi acometido. Em suas cartas
a cada passo refere-se às suas relações com o diabo, enquanto ali esteve. Não
só diz ele ter ouvido ali o demônio, no tremendo barulho que o parecia
perseguir dia e noite, mas assevera tê-lo visto, sob a sensível aparência de um
cão preto, dentro do seu quarto. Deste espetáculo terrível
Lutero nos dará uma idéia, mais tarde, em suas conversas de taberna:
"Quando estava em meu Patmos”, diz ele, “tinha fechado, dentro dum
armário, um saco de nozes de avelãs. Certa noite, apenas me deitara, começou um
barulho infernal nestas novzes que, uma por uma, foram lançadas com força,
contra as vigas do forro. Senti sacudirem-me a cama, e ouvi nas escadas um
ruído, como se lançassem para baixo uma grande quantidade de vasos. Entretanto,
a escada havia sido retirada, para ninguém poder subir ao meu quarto, estando
presa à parede com uma corrente de ferro" (Wette Erl. 59 p.340), (FATO
contado pelo próprio reformador em Eisleben, em 1546). O encontro do cão preto
se deu em circunstâncias estranhas: o bicho teria procurado um lugar no leito
de Lutero, que jeitosamente o teria retirado dali, jogando-o fora, através da
janela, sem o menor ganido da parte do animal. Foi, parece, um diabinho manso e
inofensivo que se deixou lançar assim para fora. Nada mais se pôde encontrar do
cão, após a queda, nem mesmo vestígios. Lutero tinha a certeza de se tratar de
um diabo, em carne, pelo e osso (Köstlin-Karveran I. 440, 1903). 4. Referem ainda que um dia
apareceu-lhe o demônio em pessoa, talvez para parabenizá-lo pela obra encetada,
toda em benefício de satanás; nesta ocasião, tomado de horror e de medo, num
acesso de raiva, teria Lutero jogado contra o demônio um tinteiro. A tinta não
sujou a carapinha do capeta, mas foi o recipiente quebrar-se de encontro à
parede, onde ficaram os sinais distintivos do seu conteúdo – uma grande mancha
negra. 5. Seja como for, Lutero via
demônios em toda parte. No opúsculo contra o duque de Brunswick, o demônio teve
a honra de ser nomeado 146 vezes; no livro dos Concílio em 4 linhas fala Lutero
15 vezes a respeito de diabos. Os adversários da reforma têm o “coração
satanizado e super-satanizado" Noutra parte ufana-se Lutero de nunca ter
descontentado o príncipe das trevas que o acompanha sempre. Tal disposição
doentia, aumentada pelo isolamento em que vivia, como pela lembrança dos
últimos acontecimentos, da sua excomunhão pelo Papa, da condenação pelo Edito
de Worms, dos perigos que o ameaçavam, da incerteza do futuro, tudo isto devia
necessariamente aumentar a demasiada tensão dos nervos e exaltar a imaginação
ardente. Seja como for, por certo estava ele com direito a uma aparição do
espírito das trevas, a fim de parabenizá-lo pela obra diabólica de revolta que
estava efetuando no mundo, e pela perdição de milhares de almas que tal empresa
iria acarretar. Se o demônio não lhe apareceu, não é porque lhe tenha faltado
vontade para tal, mas apenas porque Deus não permitiu. 6. Ele escreve a
Melanchton:"Corporalmente estou com saúde e sou bem tratado, porém as
tentações e o pecado não me deixam em paz" (Cartas II.189). “Acredite-me,
nesta solidão aborrecedora, estou sujeito às tentações de mil demônios... É
muito mais fácil lutar contra homens que são diabos em carne, do que contra os
poderes da milícia que habita o ar” (Eph. VI. 12). Caio muitas vezes, mas a mão
do Senhor me levanta de novo! (Carta III.240. A. Gerbal). É, então, que ele
dirige a Melanchton o famoso ditado: PECA FORTITER, CREDE FORTIUS – (peca
fortemente, mas crê mais fortemente ainda). É aí, sobretudo, na ociosidade de
seu desterro, que Lutero começa a entregar-se desabridamente às paixões
vergonhosas da luxúria, como o atesta a sua correspondência íntima. Em 1522 ele
escreveu a seu amigo Spalatino a carta mais falhofeira e vergonhosa que se pode
imaginar onde se lê: "Sou um famoso namorador... Admiro-me que, escrevendo
tantas vezes sobre o matrimônio, et misceor feminis, não tenha ainda virado
mulher e tenha casado com uma delas”. “Entretanto, se queres o meu exemplo, tem
o seguinte: TIVE JÁ TRÊS ESPOSAS AO MESMO TEMPO, e as amava tão ardentemente
que perdi duas delas, que foram procurar outros maridos..”. “Quanto a ti, és um
namorador mole não tendo sequer a coragem de ser marido de uma só" (De
Wette II. 646). 7. "Quando o diabo te vexar
com pensamento", diz ele, "palestra com os amigos, bebe mais
largamente, joga, brinca ou ocupa-te em alguma coisa. De quando em quando se
deve beber com maior abundância, jogar, divertir-se, e mesmo fazer algum pecado
em ódio e acinte ao diabo, para não lhe darmos azo de pertubar-nos a
consciência com ninharias. Quando te disser o diabo: Não bebas, responde-lhe:
Por isso mesmo que me proíbes, é que hei de beber, e em nome Jesus Cristo
beberei mais copiosamente... Por que pensar que eu bebo assim com mais
largueza, cavaqueio com mais liberdade, banqueteiome com mais freqüência, senão
para vexar e ridicularizar o demônio que me quer vexar e ridicularizar?...
“TODO O DECÁLOGO SE NOS DEVE APAGAR DOS OLHOS E DA ALMA, a nós tão perseguidos
e molestados pelo diabo” (De Wette IV. 188). 8. Münzer não poupou Lutero. Eis
um simples tópico escrito contra ele, zombando de seu orgulho: “Com toda a sua
hipócrita humildade ele se apresenta como um papa, que entrega aos príncipes
conventos e igrejas. Fala da “nossa proteção”, como se fosse um príncipe. E,
seu orgulho apresenta-se, como se houvesse nascido estrela. O pretensiosíssimo
sábio e doutor, o mentiroso Lutero, caça e persegue os demais. Como cão do
inferno ou uma serpente que se arrasta por cima dos rochedos”. Em outro lugar
ele chama Lutero: “A virgem Martin”... Que virgem pura... o monge sem vergonha
partidário dos ricos e suculentos festins”. Lutero não se deixou suplantar em
insultos, pois nisto era invencível. A discussão tornou-se, sobretudo violenta
contra Zwínglio. Mandaram-se ambos, devotamente, ao diabo, cada qual com maior
vontade. (Audin: Luther II. p. 356). Em uma conferência, que tiveram em
Marburg, insultaram-se com horríveis anátemas, tratando-se de: diabo, filho de
satã, etc... E talvez os dois tivessem razão. “Zwínglio é um individuo
satanizado, insatanizado, supersatanizado”, dizia o chefe da reforma. “Lutero
está possuído do demônio, parece uma porco grunhindo, num jardim de flores”,
retorquia Zwínglio. Ao saber da morte de Zwínglio que tombara no campo de
batalha quando, à frente de suas tropas, tentava invadir a Suíça para
protestantizá-la, o chefe exclamou: “É bom que Zwínglio a Carlostadt fique
esmagados... Zwínglio morreu como um assassino, porque quis forçar os outros a
abraçarem os seus erros (Schlaginhhaufen Aufzeichnungem p. I). E, assim por
diante. Contentemos-nos com esta amostra da linguagem desabrida dos primeiros
protestantes. 9. O ICONOCLASTA CARLOSTADT: Eis
outro monstro protestante, notório discípulo do reformador, cuja doutrina
aplicou antes dele. Foi obrigado a fugir, tornando-se depois inimigo de seu
mestre, pelas divergências ideológicas. O seu verdadeiro nome era André
Bodenstein. Era um padre apóstata, Arcediago de Wittemberg e que levou, como o
seu mestre, igual vida de mancebia pública. No ano de 1521 Carlostadt, o monge
apóstata Dídimo, e mais um troço de estudantes e camponeses fanatizados,
penetraram nas igrejas, pulverizaram as imagens e estátuas, desmantelaram aos
altares, cometendo toda a sorte de roubos sacrílegos; arrasaram mais de mil
conventos; incendiaram mais de 300 igrejas e destruíram inúmeros tesouros de
manuscritos das bibliotecas. Foi a chamada guerra dos camponeses, que se
estendeu a diversas províncias da Alemanha. Neste luta fratricida morreram mais
de 50.000 homens, iludidos pelos cruéis anabatistas, que procuravam
restabelecer a república, sem poder civil e sem autoridade eclesiástica. Cada
qual devia viver sem regra, sem lei, no mais absoluto comunismo, NÃO SÓ QUANTO
AOS BENS DA FORTUNA, MAS ATÉ QUANTO ÀS MULHERES. Do alto do púlpito, Dídimo
aconselhou aos pais de família afastasse os filhos dos estudos de humanidades;
Carlostadt declarou guerra a todos os conhecimentos humanos: era a dissolução
das Universidades, que logo começaram a desmembrar-se. Melanchton, falando de
Carlostadt, diz que: ”... era um homem brutal, desprovido de talento e
conhecimentos, e que, muito longe de ter o espírito de Deus, não conhecia nem
praticava os deveres inerentes à vida civilizada. Dava provas evidentes de
impiedade, condenava todas as leis estabelecidas pelo pagõas e tomava como
regra única a lei de Moisés”. Lutero, mais expressivo ainda, ao julgar este seu
fiel discípulo: “Carlostadt”, disse ele, “se entregou ao seu modo de pensar
reprovado. Penso que o pobre do homem tem o diabo na barriga (sic). Tenha Deus
piedade de seu pecado que é de morte” (Audin: Hist. Luth. P.457). Quando
Nicolau Stock começou a seita dos anabatistas, Carlostadt abraçou-a. Os
luteranos dizem dele: “Não se pode negar que Carlostadt tenha sido estrangulado
pelo demônio”. É o bastante para se julgar o que foi o feroz herege. 10. CALVINO: O calvinista Galiffe fala
assim de seu pai e mestre: “Calvino é um homem sedento de sangue, criminalmente
famoso, sobremaneira intolerante, a cujas vistas ninguém podia ocultar-se; era
difícil a alguém livrar-se de sua inexorável vingança” (Gal. Not. Glenealog.
Ed. 1836 t. III. P. 21). Bucero, amicíssimo de Calvino, atesta que era escrito
maledicente e a figura mais triste da reforma. Suas cartas provam arrogância e
orgulho desmedidos, e quem o contradissesse era mimoseado com os epítetos de:
PORCO, NASNO, CÃO, TOURO, BÊBADO, ENDEMONIADO. A Westphale, luterano, que o
chamou declamador, ele respondeu nestes termos: “Tua escola é um fétido
chiqueiro... ouves-me, cão? Ouves-me, frenético? Ouves-me, animal?” Querendo
dar-se ares de taumaturgo, pretendeu realizar um dia publicamente um milagre,
fazendo reviver um companheiro das suas devassidões, chamado Brulé. Para isso,
este se fingira de morto, e sua mulher, cúmplice da hipocrisia, ficou chorando
perto do pretenso cadáver do marido, na ocasião em que Calvino passava por ali.
Soluçado, a mulher dirigiu-se a Calvino, comunicando-lhe a morte de seu marido.
Este consolou-a, dizendo que ia ressuscitar o defunto, para provar a sua missão
de reformador. Aproximando-se do morto simulado, ordenou, em nome de Deus, que
ele se levantasse; mas... Infelizmente, por castigo de Deus, o homem ficara
realmente morto. A mulher, exasperada, proclamou em altas vozes a sacrílega
hipocrisia. (Narrada pelo santo Cardeal Belarmino). A história do médico Servet
dá testemunho do espírito vingativo do apóstata. Servet (Miguel Vilanova) havia
escrito uma livro contra os erros de Calvino. Este jurou matá-lo. Enviou uma
carta ao cardeal Tournon, vice-rei da França, acusando Servet de heresia, o que
fez exclamar o Cardeal: “Um herege acusando outro”. Pouco depois Servet foi
preso em Viena, por ordem de Calvino, e, poucos dias após, condenado à morte, a
fogo lento, e executado com grande satisfação do herege. O seu mestre, que lhe
havia inspirado a heresia, fala dele neste termos: “Calvino é violento e
perverso, mas, tanto melhor, é este o homem de que precisamos para dar impulso
à nossa reforma”. Calvino é a mais asquerosa figura que apresentou a pretensa
reforma protestante: verdadeiro monstro de corrupção e de hipocrisia. Todos os
seus passos eram calculados, e dizia-se que os seus olhos, despedindo uma chama
impura, lançavam olhares mortais. O fim de Calvino foi a digna conclusão de uma
tal vida. Vivera na lama, morreu na podridão. Eis com que termos ela foi
descrita pelo protestante Schlussemburg: “Tal foi o golpe com que Deus feriu
Calvino, com a sua mão poderosa, que ele exalou miseravelmente sua má alma,
desesperado de sua salvação, invocando os demônios e proferindo imprecações as
mais execráveis, e blasfêmias as mais horrorosas”. “Ele morreu de febre
maligna, devorado, de modo mais ignóbil e degradante, por um formigueiro de
vermes, e consumido por abscessos ulcerosos, cujo infecto nenhum dos
assistentes podia suportar” (Th. Calvino 1594, t.2l. p. 72). Esta narração é
confirmada por um discípulo de Calvino, João Harem, testemunha ocular de sua
morte e que assim se refere: “Calvino morreu como desesperado, tendo uma dessas
mortes vergonhosas e degradantes com que Deus pune os ímpios e os reprovados,
depois de ter sido atormentado por longos e horríveis sofrimentos: eu o posso
atestar, em verdade, porque vi com meus próprios olhos seu fim funesto e
trágico”(Horenius, vida de Calvino) Diz ainda o mesmo Horenius: “Calvino,
infeliz Calvino! Só quem estiver cego deixará de ter na história as passagens
mais infamantes que pesam sobre esse homem fundador do presbiterinismo”. 11. ZWINGLIO; Insurgiu-se contra a
autoridade eclesiástica e passou a viver escandalosamente, com uma mulher
perdida de nome Ana Reinard, viúva de um magistrado, e desta mulher teve um
filho (Darras; Hist. Egr. t. 33). Acompanhado de grande número
de camponeses protestantizados, Zwinglio entrou nas igrejas e destruiu as
imagens e estátuas dos santos e os altares, revolucionando a Suiça toda. Em 11 de outubro de 1531
morreu o apóstata, ferido na batalha de Cappel, por ele provocada, para invadir
4 distritos católicos; neste combate tomou parte ativa; seu corpo foi apanhado
e carbonizado pelos vencedores. Assim terminou o escândalo do
turbulento chefe e fundador do protestantismo na Suiça. Zwinglio foi um dos que mais
atacaram as prerrogativas de Maria Santíssima, negando-lhe a possibilidade de
ser virgem. Lutero, apreciando o seu digno
êmulo e discípulo, disse: “Não posso ler os livros desse
homem. São claramente opotos à Igreja. Não somente são condenáveis, mas ainda
se tornam causa da perdição para muito infelizes”, “Zwinglio”, diz ele em outra
parte, “morreu e foi condenado”. Note-se que Zwinglio é considerado uma estrela
brilhantíssima da seita e um dos seus fundadores, isto é, um homem que dizem
ter sido mandado por Deus para extirpar os abusos da Igreja Católica e
restabelecer, em toda a sua pureza, a moral evangélica. 12. MARTINHO BUCERO era frade
dominicano; para seguir Lutero, abandonou o hábito e casou-se “A FIM DE
MORTIFICAR A CARNE” Morreu de peste. Como professor de teologia na Inglaterra,
para onde chamara Cranmer, ensinou que DEUS É O VERDADEIRO AUTOR DO PECADO e a
ele é que devem ser imputadas as faltas dos homens. CAPITÃO era cônego e até
deão do Cabido de Mogúncia, quando se declarou pela reforma. Era muito amigo de
Ecolampádio, cuja mulher desposou quando ele faleceu, sem dúvida como bom
evangélico, “UT SUSCITARET SEMEN FRATRI SUO” (para lhe dar descendentes).
AMSDORF, a quem Lutero tinha feito bispo, foi o chefe da SEITA ANTINOMIANA que
rejeitava o DECÁLOGO, por bastar a fé e que tudo justifica. Eis em que termos
os teólogos protestantes expõem o ensino antinomiano: “Ainda que sejas uma
prostituta ou um debochado, adúltero ou pecador impenitente, é bastante teres
fé, e estarás no caminho da salvação. Embora cheio de pecados até ao pescoço,
se creres, serás salvo. Manda os mandamentos ao diabo”. “Só a incredulidade
torno o homem mau, e, como só a fé justifica, ninguém peca senão pela
incredulidade” (De Antinomia p.90 e 98) Morreu, lamentando-se de que todos os
vícios e particularmente a bebedeira, a libertinagem e a usura se tivessem
assenhoreado do povo evangélico (De Antinomia p. 68 e 77). ECOLAMPÁDIO,
tornando-se apóstata, fugiu do convento, fez-se discípulo de Zwínglio e logo se
apaixonou por uma moça com que se casou sacrilegamente, o que fez Erasmo dizer:
“Parece que a reforma tem por fim tirar o hábito de alguns monges e casar
alguns padres. Esta grande tragédia termina sempre por acontecimento cômico,
pois tudo acaba no casamento, como nas comédias” (Dillinger. A Reforma t. II,
p. 113). Desde esse tempo, sua vida foi um tecido de dissimulações, morrendo
subitamente, ao lado da mulher com quem se unira. “Tal foi”, disse Lutero, “o
triste fim de ECOLAMPÁDIO, enganado pelo diabo em punição aos seus deboches”
(Bossuet Hist. Várias I. II. parágr. 26) THEODORO BEZA, “alter ego” de Calvino,
nascido em Vezelay de Borgonha, teve Wolmar por mestre, e desde muito moço
mostrou-se o libertino que viria a ser. Fugiu de Paris com madame Cláudia,
mulher de um alfaiate, e com ela se casou em Genebra, estando ainda vivo o
primeiro marido dela. Esta mulher teve de sofrer muito por causa do número não
vulgar DAS VIRTUOSAS que freqüentavam a casa de seu marido (Audin, Hist.
Lutero, t. II, p.286). Finalmente HESHUSIUS escreve a respeito de Beza o
seguinte: “Beza, por causa de seus depravados costumes, foi a desonra das
honestas disciplinas; não satisfeito de, como animal imundo, se enlodar no
lamaçal das mais vergonhosas torpezas, quis ainda contaminar com suas infâmias
os ouvidos da mocidade estudiosa” (C.Schlusselburg). “Tomás Cranmer (o braço
direito de Henrique VIII), antes de ser sacerdote, foi casado.”, diz Cobbet,
“Depois de ordenado e feito VOTO DE CELIBATO, residindo na Alemanha, e tendo-se
feito protestante, casou-se, ou, melhor, “juntouse” a uma mulher” (Filemann
Heshusius, “Da Verdadeira e Sã Confissão”). Foi nomeado bispo de Cantorbery,
iludindo a Sá Romana e declarando que a nada obrigava o seu juramento de
obediência. Foi um adulador das paixões e caprichos de Henrique VIII. Em 1535
proclamou a nulidade do casamento da Ana Bolena, como antes declarara nulo o de
Catarina de Aragão. E, 1540 anulou ainda outro casamento de Henrique com Ana de
Cleves e, em 1541, mais um do rei com Catarina Howard. 13. Lutero, diz o protestante
Plank, morreu de uma doença que provinha de não poder mais o seu corpo servir
de asilo a uma alma, desde muito dilacerada pelas paixões mais vis. (História
da origem da reforma por Dr. G. T. Palnk: ed. 1816 P. II. p. 507). Calvino,
escreve Horenius, acabando a vida no desespero, morreu de torpe e
vergonhosíssima doença. .. Isto eu posso certificar com toda a verdade, porque
vi, com meus olhos, o seu fim funesto e trágico. (João Horenius: Vida de
Calvino). Zwínglio, por testemunho de Lutero, morreu e foi condenado.
(Hospinianus: carta VI. 190). Carlostadt, dizem os luteranos, foi estrangulado
pelo demônio. Henrique VIII, conforme conta o inglês Cobbet, alguns anos antes
de morrer, vítima de sua devassidão e intemperança, ficou reduzido a uma massa
de carne putrefata... e, quando estava para morrer ninguém se atreveu a
desengana-lo. e faleceu sem que o suspeitasse (Cobbel: Op. cit. carta VI. 190).
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