Uma “cela monacal” construída no coração
Para vencer as pressões da mãe, que não desistira de seu
intento, a heróica moça cortou sua bela cabeleira, em sinal de completo
desapego e de rompimento com o mundo. Este fato provocou uma feroz reação da
mãe, que, em represália, obrigou-a a fazer todo o serviço da casa, como uma servente,
e tirou-lhe o quartinho onde ela costumava se recolher em oração e penitência.
Mas, como diz São Paulo, “todas as coisas concorrem para o
bem daqueles que amam a Deus” (Rom 8, 28). A perda de sua “cela monacal” levou
a jovem santa a construir para si a “cela do coração”, a respeito da qual ela
própria comentaria mais tarde, numa de suas inúmeras cartas: “Esta cela é uma
moradia que o homem carrega consigo por toda parte. Nela adquirem-se as
verdadeiras e reais virtudes, especialmente a humildade e a ardentíssima
caridade” (Carta 37).
Vendo a fortaleza da filha, que não cedia em suas
convicções e não perdia a alegria, o pai interveio a seu favor, devolvendo-lhe
o pequeno quarto e permitindo-lhe receber o hábito de penitente da Ordem
Terceira de São Domingos, o qual ela anelava com toda a sua alma.
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