A Virgem Maria apareceu a uma imigrante belga
em 1859, em Wisconsin
Durante a leitura do decreto, ontem, durante
uma Missa especial no Santuário de Champion, Dom David Ricken, bispo de Green
Bay, disse: "Declaro, com certeza moral e de acordo com as normas da
Igreja, que os acontecimentos, aparições e locuções dadas a Adele Brise, em
outubro de 1859, apresentam a substância de caráter sobrenatural, e eu, pela
presente, aprovo tais aparições como dignas de fé - ainda que não obrigatórias
- para os fiéis cristãos".
A declaração de ontem converteu o santuário de
Nossa Senhora do Socorro de Champion no primeiro e único lugar nos Estados
Unidos de uma aparição da Virgem Maria oficialmente aprovada.
Deslumbrante
As aparições - foram três - ocorreram em 1859.
Nossa Senhora falou com Adele Brise (1831-1896), uma jovem imigrante de origem
belga.
Foi no começo de outubro quando Brise viu a
Virgem pela primeira vez: uma Senhora vestida de branco deslumbrante, com uma
faixa amarela na cintura e uma coroa de estrelas na cabeça.
A visão desapareceu lentamente depois de alguns
instantes, sem falar com Brise.
No domingo seguinte, 9 de outubro, Brise estava
indo à Missa quando a Senhora voltou. Depois da Missa, Brise teve a
oportunidade de perguntar ao seu confessor sobre as aparições, e ele lhe disse
que, se era uma mensageira do céu, ela a veria novamente. Ele a encorajou a
perguntar-lhe, em nome de Deus, quem era e o que queria dela.
No caminho de volta para casa, Nossa Senhora
apareceu novamente e Brise fez o que seu confessor tinha recomendado.
"Eu sou a Rainha do Céu, que reza pela
conversão dos pecadores, e desejo que faças o mesmo - respondeu a Senhora à
pergunta de Brise. Recebeste a Sagrada Comunhão nesta manhã e isso é bom. Mas
deves fazer mais. Faze uma confissão geral e oferece a Comunhão pela conversão
dos pecadores. Se não se converterem e fizerem penitência, meu Filho vai ser
obrigado a castigá-los."
Uma das mulheres que estavam com Brise lhe
perguntou com quem ela estava falando e por que elas não conseguiam ver ninguém.
"Ajoelhem-se - disse Brise -, a Senhora
disse que é a Rainha do Céu." Diante disso, a Senhora olhou amavelmente
para as companheiras de Brise e disse: "Bem-aventurados os que creem sem
ver".
A Senhora continuou: "O que fazes aqui
parada, enquanto tuas companheiras trabalham na vinha do meu Filho?".
"O que mais posso fazer, querida
Senhora?", perguntou Brise.
"Reúne as crianças deste país selvagem e
mostra-lhes o que deveriam saber para salvar-se."
"Mas como lhes ensinarei o que eu mesma
sei tão pouco?", replicou Brise.
"Ensina-lhes seu catecismo, como fazer o
sinal da cruz e como se aproximar dos sacramentos; isso é o que eu desejo que
faças - disse a Senhora. Vai e não tenhas medo. Eu te ajudarei."
O pai de Brise construiu uma pequena capela no
local e ela continuou cumprindo o mandato de Nossa Senhora, uma missão que
continuou até sua morte, em 1896.
A aprovação de Dom Ricken chegou depois de uma
investigação de quase dois anos - desde janeiro de 2009 - sobre os
acontecimentos e suas consequências.
A diocese de Green Bay postou em seu site
material sobre aparições na Igreja.
Os documentos esclarecem que é o bispo
diocesano, e não a Santa Sé ou a conferência episcopal, o responsável por
julgar a autenticidade das aparições que supostamente acontecem em sua diocese.
Também se observa que nem todas as supostas
aparições são aprovadas pela Igreja, e que nos Estados Unidos, por exemplo,
supostas aparições em Necedah (Wisconsin) e Bayside (Nova York) foram
examinadas e declaradas falsas.
"Ninguém pode provar o sobrenatural -
recorda a declaração. A Igreja julga as aparições com base na sua coerência com
as Sagradas Escrituras, com a Sagrada Tradição e com os ensinamentos da Igreja,
nos benefícios espirituais subsequentes na vida das pessoas, e se há algo na
vida do vidente que desmente a credibilidade do relato."
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