Em 1531, havia, em Roma, um senhor tão nobre, pelo
nascimento, como vil e depravado pelos costumes. Ele fizera pacto com o
demônio, a quem havia servido como escravo, durante sessenta anos seguidos, com
toda sorte de desordem e de pecados gravíssimos, sem se aproximar dos
sacramentos.
Estando para morrer, Jesus Cristo, para usar com ele de
misericórdia, ordenou a S. Brígida, que pedisse a seu diretor espiritual que o
visitasse, exortando-o a confessar-se. Porém, apenas na terceira visita do
confessor, o enfermo abriu o coração, e, enternecido, começou a chorar,
dizendo: “Mas, como poderei ser perdoado? Durante sessenta anos servi ao
demônio, dele me fiz escravo e tenho a alma carregada de inúmeros pecados!”
“Meu filho ─ respondeu-lhe o Padre, animando-o ─, não
duvides; se te arrependeres, prometo-te o perdão em nome de Deus”. Começando,
então, a ter confiança, disse o infeliz ao confessor: “Meu Pai, eu me julgava
condenado e desesperava da minha salvação; mas, agora, sinto uma profunda dor
dos meus pecados e, visto que a esperança de ser perdoado me é permitida, eu
quero me confessar!”
Com efeito, confessou-se, no mesmo dia, quatro vezes, com
muita contrição. (...) Depois de sua morte, Jesus Cristo falou novamente com S.
Brígida e disse-lhe que aquele pecador fora salvo, que estava no purgatório e
devia a salvação à intercessão da Virgem, sua Mãe, pois apesar da vida perversa
que levara, tinha conservado a devoção às suas dores, recordando-as, sempre,
com compaixão...
Por Santo Afonso Maria de Ligório, em Glórias de Maria.
E segundo Le chapelet des enfants (O terço das crianças)
Nenhum comentário:
Postar um comentário