por Padre Paulo Ricardo
"Uma onda de otimismo contagiou o mundo por volta da
década de 60 do século passado. Pessoas do mais incontestável amor à Igreja,
estavam sinceramente convencidas de que as multidões acorreriam rapidamente ao
grêmio da Santa Madre se a mensagem evangélica fosse apresentada de modo mais
positivo, de uma maneira que os homens fossem capazes de compreender.
Como se o
problema estivesse somente numa compreensão equivocada do ensino da Igreja.
Como se a má vontade não pudesse oferecer resistência à graça divina, ou como
se não houvesse espíritos malignos voando pelo mundo para perder as almas dos
filhos de Deus.
Hoje, olhando para o passado, é-nos possível dizer que o
resultado deste método – universalmente adotado nas últimas décadas – foi uma
incontestável catástrofe completa.
Não ocorreu a primavera que era esperada, e
a boa vontade dos homens não foi capaz de sobrepujar o tradicional ranço
anti-católico que é um reflexo daquela inimizade estabelecida por Deus entre os
Seus filhos e os filhos da Serpente após o Pecado Original.
No entanto, os
Bispos que possuímos hoje são exatamente aqueles que estavam no seminário
àquela época!
E como as posições da juventude são difíceis de se abandonar,
aquele otimismo ainda domina os corações da maior parte dos nossos prelados.
E não podemos bater de frente com eles.
Não é católico e não
é inteligente combater os nossos bispos, ainda que eles não nos compreendam.
Não podemos nos indispôr com eles, pois isso só nos tolherá as (já exíguas)
possibilidades de ação dentro da Igreja: seremos um católico a menos.
E hoje,
talvez mais do que nunca, é preciso perseverar. Porque a primavera não veio, e
ainda estamos no mais tenebroso inverno."
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