Minha lista de blogs

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O ÍCONE (QUADRO) de NOSSA SENHORA do PERPÉTUO SOCORRO e a sua DEVOÇÃO !!!




Um mercador de Creta havia roubado belo ícone da Virgem Maria, com o Menino Jesus nos braços, com a intenção de vendê-lo. Chegando a Roma, o homem ficou gravemente enfermo. Em sonho, viu a Virgem que o convidava a colocar o ícone num lugar honroso, para que lá ele fosse venerado:

“Atenção! Muitas vezes eu pedi que me retirassem desta casa, e vós não crestes em mim. É necessário, agora, fazê-lo o mais rapidamente possível, para que eu possa encontrar um lugar digno para que eu venha a ser venerada.”

Ele contou tudo a seu hospedeiro (anfitrião) romano e, logo depois, faleceu. 

Sua filha recebeu a visão da Virgem Maria, que lhe disse: “Procure a sua mãe e o seu avô e diga-lhes: Maria Santíssima do Perpétuo Socorro vos está advertindo e pedindo que a tirem desta casa; caso contrário, vós todos irão desaparecer.”

O ícone foi colocado numa Igreja, em Roma, onde foi venerado durante três séculos e, em seguida, confiado aos Redentoristas, pelo Papa. Eles distribuíram cópias com o teor de sua devoção, para as famílias e paróquias, no momento em que realizavam missões populares.

Jean Mathiot. Chrétiens Magazine n° 282, page 18, Octobre 2015.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O MONTE CARMELO (Israel):



Monte Carmelo é uma montanha na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo. O seu nome (Karmel) significa "jardim" ou "campo fértil". A grande cidade israelita de Haifa localiza-se parcialmente sobre o Monte Carmelo, além de algumas outras cidades menores, como Nesher e Tirat Hakarmel.

Este trata-se do local onde se deu o duelo espiritual entre o profeta Elias e os profetas de Baal. Foi no Monte Carmelo que Elias provou aos homens que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus, e não Baal.

Monte Carmelo na história bíblica

Na história apresentada pela bíblia, o Monte Carmelo é citado como o sendo o local onde Elias desconcertou os profetas Baal, levando de novo o povo de Israel à obediência ao Senhor. Foi também no Monte Carmelo que, segundo a Bíblia, Elias fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os 50 soldados com o seu capitão, que o rei [ Acazias ] tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude ter este feito parar os seus mensageiros que iam consultar Baal: Zebube, deus de Ecrom." (2Reis 1:9-15).
A bíblia ainda cita esta montanha como o local em que a mulher sunamita que perdera seu filho, foi encontrar-se com o profeta Eliseu (2Reis 4:8-31) para entender a sua perda.

---x-x-x-x-x---

HISTÓRIA DO CARMELO



O Monte Carmelo é uma montanha que está na cordilheira de mesmo nome, em Israel (antiga Palestina), com 34 quilômetros de extensão limitando-se ao norte com Haifa, cidade marítima, pelo sul com as terras de Cesaréia, pelo leste com a planície do Esdrelon, e a oeste com o mar Mediterrâneo. O ponto mais elevado da cordilheira tem aproximadamente 525 metros acima do nível do mar, e é denominado Monte do Sacrifício. Pela sua notável posição geográfica, entre duas planícies e o mar, desde a Idade da Pedra, as suas numerosas grutas serviram de habitação, conforme estudos antropológicos que foram realizados nos esqueletos ali encontrados. Na lista das cidades de Tutmósis III (século XV antes de CRISTO) o Carmelo é chamado de “Cabo Santo”, nome que se supõe de um culto antigo que se fazia por lá, em honra do próprio Monte ou de seu Baal (conforme M. Avi-Yonah, em seu livro: “Mount Carmel and the God of Baalbek”). Na História Sagrada o Monte ficou famoso, por causa da disputa entre o profeta Elias e os sacerdotes fenícios de Baal. Nele os sacerdotes sacrificavam em honra de sua divindade Baal, da mesma forma que Elias fazia os sacrifícios em honra de DEUS. E foi neste mesmo lugar que o profeta, diante das autoridades e do povo de Israel, provou a impotência e ineficácia do deus Baal e mostrou a grandeza e o valor do verdadeiro DEUS. O fato aconteceu assim:

No fim do século IX aC, (874-853 antes de CRISTO), Acab reinava loucamente Israel junto com sua sanguinária esposa Rainha Jezabel, que logo mandou matar todos os profetas de DEUS e destruiu os altares de sacrifícios, trazendo para Israel os sacerdotes de Baal de Tiro, permitindo e incrementando o culto aquela divindade. O SENHOR mandou-lhe um pesado castigo, infringindo uma terrível seca ao país, deixando Israel sem condições de produzir alimentos e com uma minguada quantidade de água para o consumo humano, para o gado e a criação em geral. No final do terceiro ano de seca, DEUS chamou o profeta Elias e mandou que avisasse Acab, que ia acabar com a seca. O SENHOR, misericórdia infinita, infundiu luz na mente do profeta para ele alertar ao Rei e a Rainha sobre aquele modo insensato de viver e administrar o reino.

Acab recebeu Elias com frieza, censurando-o: “Ai está o flagelo de Israel”! (1 Rs 18, 17). O profeta respondeu: “Não sou eu o flagelo de Israel, mas tu e tua família, por que abandonaste DEUS e seguiste os baals. Pois bem, manda que se reúna junto a mim, no Monte Carmelo, todo o Israel, com os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, que comem à mesa de Jezabel”. (1 Rs 18, 18) Elias quis provar ao Rei que o deus Baal não atuava e não tinha qualquer força, e assim, queria lhe mostrar o verdadeiro poder Divino.

Todo o povo foi reunido no Monte Carmelo e Elias se aproximando perguntou: “Até quando permanecerão na dúvida? Se JAVÉ é DEUS segui-o, mas se é Baal, segue-o”. (1 Rs 18, 21) E o povo não pode lhe responder. Então Elias mandou os quatrocentos e cinquenta sacerdotes de Baal esquartejar um novilho e colocá-lo sobre a lenha, no altar de sacrifícios, sem por fogo. Ele faria a mesma coisa com outro novilho. Depois mandou que eles invocassem o nome do deus deles e ele também ia fazer a mesma coisa. O deus que respondesse enviando fogo para queimar o sacrifício (holocausto) era o DEUS verdadeiro. Os sacerdotes rezaram, chamaram a sua divindade e até gemeram, desde a manhã até o meio dia e o deus Baal não respondeu. Elias então zombou, mandando que eles gritassem mais alto, podia ser que Baal estivesse tirando uma soneca! E nada aconteceu com o novilho deles. Então Elias pediu ao povo para se aproximar e na hora da oferenda, rezou: “JAVÉ, DEUS de Abraão, de Isaac e de Israel, hoje todos ficarão sabendo que TU és DEUS em Israel, que sou TEU servo e que é por TUA ordem que fiz todas essas coisas. Responda-me JAVÉ, responda-me, para que este povo reconheça que TU és JAVÉ, o DEUS, e que convertes os corações deles”! (1 Rs 18, 36-37) Então imediatamente caiu o fogo de JAVÉ e consumiu o holocausto (novilho) e toda a lenha, para que todos conhecessem quem era o verdadeiro DEUS e se convertessem. O povo admirado presenciou tudo e respeitosamente todos se prostraram com o rosto no chão dizendo e repetindo: “JAVÉ que é o DEUS! JAVÉ que é o DEUS”. Os profetas e sacerdotes de Baal foram todos presos e mortos. (1 Rs 18, 39-40)

Elias se aproximou do Rei Acab e recomendou que ele voltasse e ficasse no palácio: “Sobe, come e bebe, pois estou ouvindo o barulho da chuva”. E a seguir, o profeta subiu ao cume do Monte Carmelo para rezar, e então, viu se elevar do mar uma pequena nuvem como se fosse à mão de uma pessoa. Num instante o Céu escureceu e caiu uma forte chuva beneficiando toda a região. (1 Rs 18, 16-45)

Ao longo da sua vida, o profeta sempre revelou um imenso e ilimitado amor a DEUS, que lhe dava forças e a inspiração necessária à sua caminhada existencial. Recebeu do Altíssimo, uma quantidade preciosa de dons e virtudes , que impulsionava as suas atitudes, estando sempre pronto a agir dentro da justiça e do direito. O seu exemplo foi seguido por muitos, fundando uma admirável escola de profetas, da qual, o profeta Eliseu foi o seu primeiro discípulo.

Por outro lado, aquela nuvem benfazeja e em forma de mão enviada por DEUS, que deu origem aquela caridosa e providencial chuva, passou a ser interpretada como uma preciosa Intercessora, que trabalhou maravilhosamente a serviço do SENHOR e em benefício do povo, e por isso mesmo, foi compreendida como sendo obra da própria MÃE DE DEUS.

Quando os Cruzados chegaram à Terra Santa, no século XII, divulgou-se que encontraram vivendo no Monte Carmelo, uma colônia de eremitas que afirmavam ter o profeta Elias como fundador e patrono, e a MÃE DE DEUS como a VIRGEM DO CARMELO. O grupo foi aumentando com a adesão de cruzados, que não queriam continuar com a guerra e almejavam a paz e uma existência mais dedicada às orações.

No meio dos cruzados, entre os anos 1153 e 1159, também estava Bertoldo um soldado idealista  que veio da Europa. Inspirado no profeta Elias, foi para o Monte Carmelo, e lá, com o auxílio de companheiros e de eremitas que viviam no local, construiu uma pequena Ermida perto da gruta de Elias e próximo a algumas ruínas existentes.

Provavelmente em 1209, aqueles homens almejando organizar a Comunidade em que viviam, pediram ao Bispo Alberto, Patriarca de Jerusalém, que era um homem piedoso e de reconhecida sabedoria e prudência, que lhes fizesse uma Regra de vida, a qual receberam com respeito e a seguiram com muita devoção. Posteriormente fizeram aquele documento chegar às mãos de Sua Santidade o Papa Honório III, que o aprovou integralmente no dia 30 de Janeiro de 1226.

Naquele local ermo, vivendo abrigados na própria natureza, aqueles homens puderam cultivar ardorosamente a devoção a VIRGEM MARIA, manifestando a grandeza de seu amor. Inicialmente ao ar livre, unidos ao redor da rústica Ermida, junto à fonte de Elias, onde piedosamente rezavam a VIRGEM DO CARMELO, exaltando e louvando a bondade Divina. Na continuidade dos anos construíram um modesto Mosteiro que atendeu as suas necessidades.

Entretanto a ameaça otomana estava sempre presente, lutando contra os cristãos das Cruzadas e não desistindo de dominar a Terra Santa, mantinham uma sangrenta e impiedosa luta. Em consequência, alguns soldados cruzados, que já viviam com os eremitas do Monte Carmelo, com receio do inimigo mortal, desde o ano 1220 começaram a regressar aos seus países de origem na Europa.

Pelo ano 1222, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra, alguns daqueles eremitas que habitavam o Monte Carmelo. Simão Stock, que vivia no interior do país e era um homem de oração, austero e penitente, assim que soube se uniu a eles. Segundo uma lenda que se mantém viva até hoje, o fato de Simão se ter unido aquele grupo mariano foi em consequência de uma forte inspiração. Enquanto rezava, lhe foi sugerido que se unisse a aqueles eremitas devotos de MARIA que vinham do Oriente Médio.

No ano de 1238, quando finalmente a Terra Santa caiu em poder dos muçulmanos, a maioria dos eremitas fugiu para as suas pátrias: Itália, Grécia, França, Inglaterra, e aqueles que ficaram, imaginando que poderiam continuar no Monte sem qualquer dificuldade, foram massacrados pelos turcos.

Na Europa, nas diversas regiões onde se fixaram aqueles eremitas, eles foram se reunindo em pequenos grupos, cada um procurando se adaptar ao novo ambiente, vivendo do modo que todos viviam, trabalhando incansavelmente para alcançar os seus ideais e objetivos. E dessa maneira, com esforço e dedicação também deram vida a uma força interior idealizadora, que se mantinha acesa em seus corações, a qual deu origem a Ordem Carmelita.

Por causa da devoção que tinham a NOSSA SENHORA, ficou popularmente conhecida como a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada VIRGEM MARIA do Monte Carmelo ou Ordem do Carmo, ou simplesmente Carmelitas.

A Ordem Carmelita cresceu e se espalhou por muitos países. No século XVI, na Espanha, houve uma renovação liderada por Santa Teresa d'Ávila com o precioso auxílio de São João da Cruz, famosos místicos da Ordem do Carmo, dando origem aos Carmelitas Descalços. È um estilo de vida diferente do anterior, acrescentando novos elementos à formação religiosa, criando o que é denominado “Carisma Teresiano”. Por outro lado, a palavra “Descalço”, na Idade Média, era usada para expressar a pobreza, o despojamento interior que fazia parte das ordens reformadas. Por essa razão, vivendo o novo Carisma a Comunidade Religiosa adotou também o nome Descalço, com o mesmo objetivo de cultivar a pobreza e o despojamento interior. Todavia embora com sua denominação própria de "Carmelitas Descalços", pertencem a mesma Ordem do Carmo.

Atualmente, o espírito Carmelita também é vivido por leigos nas Ordens Terceiras, nas Confrarias e Fraternidades do Escapulário, na Juventude Carmelitana Missionária, Infância Missionária Carmelitana e nas diversas congregações que estão agregadas à Ordem do Carmo.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

DOM BOSCO descreve MAOMÉ e a sua RELIGIÃO !!!



Nasceu este famoso impostor em Meca, cidade da Arábia, de família pobre, de pai gentio e mãe judia.

Errando em busca de fortuna, encontrou-se com uma viúva negociante em Damasco, que o nomeou seu procurador e mais tarde casou-se com ele.

Como era epilético, soube aproveitar-se desta enfermidade para provar a religião que tinha inventado e afirmava que suas quedas eram outros tantos êxtases, durante os quais falava com o arcanjo Gabriel.

A religião que pregava era uma mistura de paganismo, judaísmo e cristianismo. Ainda que admita um só Deus, não reconhece a Jesus Cristo como filho de Deus, mas como seu profeta.

Como dissesse com jactância que era superior ao divino Salvador, instavam com ele para que fizesse milagres como Jesus fazia; porém ele respondia que não tinha sido suscitado por Deus para fazer milagres, mas para restabelecer a verdadeira religião mediante a força.

Ditou suas crenças em árabe e com elas compilou um livro que chamou Alcorão, isto é, livro por excelência; narrou nele o seguinte milagre, ridículo em sumo grau.

Disse que tendo caído um pedaço da lua em sua manga, ele soube fazê-la voltar a seu lugar; por isso os maometanos tomaram por insígnia a meia lua.

Sendo conhecido por homem perturbador, seus concidadãos trataram de dar-lhe morte; sabendo disto o astuto Maomé fugiu e retirou-se para Medina com muitos aventureiros que o ajudaram a apoderar-se da cidade.

Esta fuga de Maomé se chamou Egira, isto é, perseguição; e desde então começou a era muçulmana, correspondente ao ano 622 de nossa era.

O Alcorão está cheio de contradições, repetições e absurdos. Não sabendo Maomé escrever, ajudaram-no em sua obra um judeu e um monge apóstata da Pérsia chamado Sérgio.

Como o maometismo favorecesse a libertinagem teve prontamente muitos sequazes; e como pouco depois se visse seu autor à frente de um formidável exército de bandidos, pode com suas palavras e ainda mais com suas armas introduzi-lo em quase todo o Oriente.

Maomé depois de ter reinado nove anos tiranicamente, morreu na cidade de Medina no ano 632.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

APARIAÇÕES de NOSSA SENHORA no WISCONSIN (EUA) em 1859


A Virgem Maria apareceu a uma imigrante belga em 1859, em Wisconsin

Durante a leitura do decreto, ontem, durante uma Missa especial no Santuário de Champion, Dom David Ricken, bispo de Green Bay, disse: "Declaro, com certeza moral e de acordo com as normas da Igreja, que os acontecimentos, aparições e locuções dadas a Adele Brise, em outubro de 1859, apresentam a substância de caráter sobrenatural, e eu, pela presente, aprovo tais aparições como dignas de fé - ainda que não obrigatórias - para os fiéis cristãos".

A declaração de ontem converteu o santuário de Nossa Senhora do Socorro de Champion no primeiro e único lugar nos Estados Unidos de uma aparição da Virgem Maria oficialmente aprovada.

Deslumbrante

As aparições - foram três - ocorreram em 1859. Nossa Senhora falou com Adele Brise (1831-1896), uma jovem imigrante de origem belga.

Foi no começo de outubro quando Brise viu a Virgem pela primeira vez: uma Senhora vestida de branco deslumbrante, com uma faixa amarela na cintura e uma coroa de estrelas na cabeça.

A visão desapareceu lentamente depois de alguns instantes, sem falar com Brise.

No domingo seguinte, 9 de outubro, Brise estava indo à Missa quando a Senhora voltou. Depois da Missa, Brise teve a oportunidade de perguntar ao seu confessor sobre as aparições, e ele lhe disse que, se era uma mensageira do céu, ela a veria novamente. Ele a encorajou a perguntar-lhe, em nome de Deus, quem era e o que queria dela.

No caminho de volta para casa, Nossa Senhora apareceu novamente e Brise fez o que seu confessor tinha recomendado.

"Eu sou a Rainha do Céu, que reza pela conversão dos pecadores, e desejo que faças o mesmo - respondeu a Senhora à pergunta de Brise. Recebeste a Sagrada Comunhão nesta manhã e isso é bom. Mas deves fazer mais. Faze uma confissão geral e oferece a Comunhão pela conversão dos pecadores. Se não se converterem e fizerem penitência, meu Filho vai ser obrigado a castigá-los."

Uma das mulheres que estavam com Brise lhe perguntou com quem ela estava falando e por que elas não conseguiam ver ninguém.

"Ajoelhem-se - disse Brise -, a Senhora disse que é a Rainha do Céu." Diante disso, a Senhora olhou amavelmente para as companheiras de Brise e disse: "Bem-aventurados os que creem sem ver".

A Senhora continuou: "O que fazes aqui parada, enquanto tuas companheiras trabalham na vinha do meu Filho?".

"O que mais posso fazer, querida Senhora?", perguntou Brise.

"Reúne as crianças deste país selvagem e mostra-lhes o que deveriam saber para salvar-se."

"Mas como lhes ensinarei o que eu mesma sei tão pouco?", replicou Brise.

"Ensina-lhes seu catecismo, como fazer o sinal da cruz e como se aproximar dos sacramentos; isso é o que eu desejo que faças - disse a Senhora. Vai e não tenhas medo. Eu te ajudarei."

O pai de Brise construiu uma pequena capela no local e ela continuou cumprindo o mandato de Nossa Senhora, uma missão que continuou até sua morte, em 1896.

A aprovação de Dom Ricken chegou depois de uma investigação de quase dois anos - desde janeiro de 2009 - sobre os acontecimentos e suas consequências.

A diocese de Green Bay postou em seu site material sobre aparições na Igreja.

Os documentos esclarecem que é o bispo diocesano, e não a Santa Sé ou a conferência episcopal, o responsável por julgar a autenticidade das aparições que supostamente acontecem em sua diocese.

Também se observa que nem todas as supostas aparições são aprovadas pela Igreja, e que nos Estados Unidos, por exemplo, supostas aparições em Necedah (Wisconsin) e Bayside (Nova York) foram examinadas e declaradas falsas.


"Ninguém pode provar o sobrenatural - recorda a declaração. A Igreja julga as aparições com base na sua coerência com as Sagradas Escrituras, com a Sagrada Tradição e com os ensinamentos da Igreja, nos benefícios espirituais subsequentes na vida das pessoas, e se há algo na vida do vidente que desmente a credibilidade do relato."

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ORÍGENES (ὨΡΙΓΈΝΗΣ) de ALEXANDRIA ou ORÍGENES de CESAREIA ou ORÍGENES, O CRISTÃO (ALEXANDRIA, EGITO, A.D.: 185 - 253, sec. II)



SANTÍSSIMA TRINDADE

Orígenes como é comum nos escritores cristãos influenciados pelas doutrinas derivadas de Platão coloca as idéias platônicas na Mente Divina, na Sabedoria de Deus. O Filho de Deus, Segunda pessoa da Trindade, é a Sabedoria bíblica: Mente de Deus, substancialmente subsistente:

Deus sempre foi Pai, e sempre teve o Filho unigênito, que, conforme tudo o que expusemos acima, é chamado também de sabedoria (…) nesta sabedoria que sempre estava com o Pai, estava sempre contida, preordenada sob a forma de idéias, a criação, de modo que não houve momento em que a idéia daquilo que teria sido criado não estivesse na sabedoria… (Orígenes. Os princípios, livro I, 4, 4-5.).

Influenciado pelo medioplatonismo e pelo início do neoplatonismo Orígenes admite certa subordinação do Filho ao Pai, é importante ressaltar que tal subordinação foi exagerada por seus adversários. E que apesar de discordar da perfeita paridade entre o Pai e o Filho, na História da Filosofia de Giovanni Reale afirma que Orígenes defende que o Pai e o Filho possuem a mesma essência.

Ao contrário dos homens que tornaram-se filhos de Deus pela adoção do Espírito: "Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai!" (Romanos 8,15).

Orígenes afirma que Cristo é Filho por natureza, "o Filho unigênito do Pai". (Orígenes. Os princípios, livro I, 4, 4-5).

O que vai configurar o pensamento do Primeiro Concílio de Niceia, com a ressalva que Cristo Se fez menor do que o Pai quando Se encarnou até a morte na cruz, quando ressuscita ao terceiro dia e Se senta segundo Suas palavras à direita do Poder (Mt 26, 64).

MARIA NO CRISTIANISMO

O pensamento de Orígenes chama bastante atenção no que diz respeito a esse tema, pois alem de afirmar a virgindade de Maria, realça os olhos com que naturalidade afirma também a imaculada conceição de Maria: "Desposada com José, mas não carnalmente unida. A Mãe deste foi Mãe imaculada, Mãe incorrupta, Mãe intacta. A Mãe deste, de qual este? A Mãe do Senhor, Unigênito de Deus, do Rei universal, do Salvador e Redentor de todos." (Orígenes - Homilia inter collectas ex variis locis).

PRIMADO DE PEDRO

Conforme fragmento conservado na "História Eclesiástica" de Eusébio, III, Orígenes conta como foi o martírio do apóstolo Pedro em Roma: "Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo".

E professa também o Primado de Pedro: "E Pedro, sobre quem a Igreja de Cristo foi edificada, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão. (…)" (In Joan. T.5 n.3).

BATISMO

Orígenes também atesta que a Igreja como sempre fez deve batizar as crianças: "A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos". (Epist. ad Rom. Livro 5,9).

A CONTRA CELSO E A EXEGESE ALEGÓRICA

Orígenes dedicou uma de suas obras contra Celso, considerado um dos primeiros críticos da doutrina do cristianismo. Do que sabemos de Celso foi o próprio Orígenes quem nos deu a conhecer, inclusive a sua obra a Alêthês Lógos (O logos verdadeiro) e o livro "Discurso contra os Cristãos", obra em que Celso coloca claramente a forma como o judaísmo e Cristianismo se tornaram cópias de outras religiões, tanto na questão dos mitos da arca de Noé como a circuncisão onde Celso firma que os Judeus receberam essa tradição dos egípcios.

A partir de Orígenes, sabemos ainda apenas que ele é do século II, e que escreveu a sua obra por volta de 178, e, portanto, sob o reinado do imperador Marco Aurélio (que se deu de 161 a 180).

A Alêthês Lógos, de Celso, coloca em questão vários assuntos da crença relacionados à criação e à unidade de Deus, à encarnação e ressurreição de Jesus, aos profetas, aos milagres, etc. Ela questiona também assuntos da vida religiosa, não só sobre a moral, mas também sobre a participação da Igreja e dos cristãos na vida política e social.

Na seqüência, Spinelli analisa esses vários pontos que a Contra Celso de Orígenes se propõe a combater. A obra exegética de Orígenes se concentra sobretudo no tratado que ele desenvolveu. Sobre os princípios (Perì archôn). A exegese difundida e aplicada por ele está apoiada no que o judeu Fílon de Alexandria (20 a.C a 42 d.C.) concebeu como interpretação alegórica dos textos sagrados do judaísmo.

Filon era de opinião de que o texto bíblico, de um modo geral, carecia de ser interpretado historicamente (no sentido da crítica das fontes, da origem do texto e de seu contexto). Dado que as palavras tinham um sentido escondido, mas admirável e profundo, era necessário adentrar-se nessa profundeza, a fim de trazer à tona, além do sentido magnífico, todo o seu valor… É nessa mesma perspectiva de Fílon (representante da Escola Bíblica Judaica), e no ambiente das escolas exegéticas de Alexandria… que se desenvolveu a exegese de Orígenes.

SÃO JUSTINO MÁRTIR ou SÃO JUSTINO de Nablus (A.D.: 100 - 165, sec II)



BATISMO

Vamos expor de que modo, renovados por Cristo, nos consagramos a Deus. Todos os que estiverem convencidos e acreditarem no que nós ensinamos e proclamamos, e prometerem viver de acordo com essas verdades, exortamo-los a pedir a Deus o perdão dos pecados, com orações e jejuns; e também nós oraremos e jejuaremos unidos a eles. Em seguida, levamo-los ao lugar onde se encontra água; ali renascem do mesmo modo que nós também renascemos: recebem o batismo da água em nome do Senhor Deus Criador de todas as coisas, de nosso Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo. Com efeito, foi o próprio Jesus Cristo que afirmou: Se não renascerdes, não entrareis no reino dos céus (cf. Jô 3,3.5). É evidente que não se trata, uma vez nascidos, de entrar novamente no seio materno. (Justino, "61", I Apologia, pp. 6, 419-22.)

Os que são batizados por nós são levados para um lugar onde haja água e são regenerados da mesma forma como nós o fomos. É em nome do Pai de todos e Senhor Deus, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo que recebem a loção na água. Este rito foi-nos entregue pelos apóstolos. (Justino (151 dC), I Apologia, 61.)

O CULTO PERPÉTUO DOS CRISTÃOS

Os apóstolos em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de Mim. Isto é o Meu Corpo [Lc 22,19; Mc 14,22]; e tomando igualmente o cálice e dando graças, disse: Este é o Meu Sangue [Mc 14,24], e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais deixamos de recordar estas coisas entre nós. (Justino, "66-67", I Apologia, pp. 6, 427-31.)

O DIA DO CULTO DOS CRISTÃOS

Justino afirma que os cristãos guardavam como dia sagrado a Deus o Domingo, pois foi neste dia que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos:

Reunimo-nos todos no dia do Sol [o primeiro dia da semana era denominado de dia de Sol no Império Romano até o século IV], não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol, aparecendo aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração. (Justino, "66-67", I – Apologia, pp. 6, 427-31.)

DESCRIÇÃO DO CULTO DOS CRISTÃOS

No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite. Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.

Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de orar, apresentam-se pão, vinho e água. Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos.

Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados. (Justino, "66-67", I Apologia, pp. 6, 427-31.)

EUCARISTIA

A Fé dos cristãos primitivos na eucaristia: Corpo e Sangue de Cristo:

Designamos este alimento eucaristia. A ninguém é permitido dele participar, sem que creia na verdade de nossa doutrina, que já tenha recebido o batismo de remissão dos pecados e do novo nascimento, e viva conforme os ensinamentos de Cristo. Pois não tomamos estas coisas como pão ou bebida comuns; senão, que assim como Jesus Cristo, feito carne pela palavra de Deus, teve carne e sangue para salvar-nos, assim também o alimento feito eucaristia (...) é a Carne e o Sangue de Jesus encarnado. Assim nos ensinaram. (Justino, Primeiro livro das Apologias, pp. 65-67.)

NOSSA SENHORA

Justino afirma que Jesus nasceu duma virgem (Maria), e que descende do rei Davi:
Dizia-se [Jesus] portanto, filho do homem, seja em razão de seu nascimento de uma Virgem que, como assinalei, era da raça de Davi, de Jacó, de Isaac e de Abraão, etc…
— mártir, Justino, "94-100", Diálogo com Trifão, pp. VI, 701ss.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SÃO ESTANISLAU KOSTKA (Polônia- sec. XVI)



Fonte: Arautos do Evangelho.

Seguir com fidelidade e alegria o chamado de Deus, enfrentando para isso todas as dificuldades, é antes uma obra da graça que de nossa vontade.

Carmela Werner Ferreira

Enquanto o povo olhava admirado para Jesus, recebendo com avidez as palavras cheias de graça e de verdade que saiam de seus lábios, levantou-se um doutor da Lei e fez-Lhe esta pergunta: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas" (Mt 22, 36-38. 40).

Esse divino ensinamento, transmitido de geração em geração desde os tempos de Moisés e confirmado como o mais excelente entre todos pelo próprio Salvador, continuará vigorando em todo o seu esplendor até a consumação dos séculos. É o mandamento principal, à luz do qual todos os outros se explicam e cuja ausência desarticula a perfeição do Decálogo, porque é ao seu redor que gravita o sentido da existência humana.

Muito embora os cristãos que professam sua fé com honestidade de consciência nunca ponham em dúvida essa lição do Evangelho, acabam por deparar com dificuldades à hora de aplicá-la em suas vidas concretas. Facilmente o coração do homem se prende às aparências sensíveis que o cercam, deixando de escolher a "melhor parte". Poderão ser as seduções das riquezas, o afago das honras ou a mentira dos vícios que desvirtuarão um coração a princípio bem intencionado, porém voltado antes para a Terra que para o Céu.

Há, ademais, na vida de todos nós, um momento crucial do qual ninguém está isento e onde se define, para sempre, a intensidade com que se pratica o maior dos mandamentos: é a hora em que se manifesta a vocação de cada um.

Para cada alma, um chamado

Todos os cristãos recebem na pia batismal um chamado específico, pessoal e conferido diretamente pelo próprio Deus, sempre acompanhado pelo maternal olhar da Santíssima Virgem. Ao longo da vida, cedo ou tarde, ele se manifesta de modo claro e irresistível, sussurrando no profundo dos corações: "Este é o desígnio que a misericórdia de Deus lhe reservou. Abrace-o, pois é no seu cumprimento que está a felicidade".

Seguir com fidelidade e alegria esse chamado de Deus, qualquer que seja ele, é antes uma obra da graça que de nossa vontade. Tão proeminente é nossa insuficiência, que se estivermos reduzidos às próprias forças, certamente seremos vencidos pela miséria humana.

Tampouco são as teorias ou textos doutrinários, sozinhos, que levam nossa vontade a abraçar as vias da Providência, pois já dizia São Paulo que "a letra mata, mas o Espírito vivifica" (II Cor 3, 6). Entre os fatores capazes de conduzir as almas à correspondência da sua vocação, pode mos citar dois decisivos: as moções interiores de cunho sobrenatural e os bons exemplos recebidos.

Entre esses últimos, a vida dos santos ocupa um destacado lugar, pois eles foram generosos e fiéis no seu "sim", motivo pelo qual são apresentados pela Santa Igreja como modelos a serem imitados. Conheçamos a vida de um deles: jovem, rico e poderoso, porém cônscio de que acima de tudo, está a vontade de Deus. Seu nome é Estanislau Kostka.

Três cruzes misteriosas

O dia 28 de outubro de 1550 foi de grande festa no castelo de Kostkow, em Prasnitz, Polônia. O senador João Kostka anunciava orgulhoso o nascimento de seu filho Estanislau aos grandes do reino, que acorriam ao castelo para contemplar o pequeno anjo dormitando em berço de ouro. Aquele nascimento, entretanto, estava envolto num suave mistério: o bebê trazia no peito três cruzes rubras, de inexplicável origem. O pai queria forçosamente interpretá-las como um sinal das façanhas e glórias militares que o pequeno obteria para aumentar as grandezas da família, assinalada entre as mais nobres e influentes da Polônia. Já a mãe, Margarida Kriska, tinha um coração religioso, e entrevia nesse aquele que era um menino predestinado por Deus.

Os acontecimentos dariam sobrada razão à mãe virtuosa. No menino transparecia toda espécie de qualidades de espírito, e pairava ao seu redor uma aura de inocência e louçania. Bastava falar de qualquer assunto religioso que seus olhos brilhavam de contentamento, desejando sofregamente que lhe ensinassem as coisas do Céu.

Igualmente, não podia suportar que proferissem qualquer palavra contrária à glória de Deus em sua presença. Conta-se que num fausto banquete oferecido pelo senador Kostka, um príncipe aficionado às novas idéias da Reforma Protestante, não se contendo, estalou em impropérios contra a Igreja Romana e o próprio Deus. Viu-se, então, o menino cair desmaiado diante de todos. Consternados, os convivas perguntavam donde provinha tal mal-estar, e calavam de estupor ao saber que diante do pequeno Estanislau não se podia ofender a Deus.

Entre os pais do santo menino havia uma profunda divergência quanto à análise que faziam do próprio filho. Enquanto a mãe se encantava por ver desabrochar em sua alma uma elevada vocação, o pai obstinava-se em construir em sua imaginação façanhas e vitórias portentosas como jamais se vira, a não ser nos feitos de seus antepassados. Como de Paulo, o filho mais velho, ele percebia não poder esperar muito, era de Estanislau que, julgava, lhe viria a glória imortal: "Este é um Kostka genuíno. Ele será meu sucessor".
Os estudos em Viena

Paulo e Estanislau haviam recebido uma boa formação intelectual com Bilinski, o preceptor escolhido para iniciá-los nas ciências clássicas. Agora era necessário encaminhá-los para estudar em um grande estabelecimento, a altura do nome da família. A escolha recaiu sobre o Colégio Jesuíta de Viena, da Polônia a mais próxima instituição da Companhia, para onde acorriam numerosos jovens de vários países.

Assim, aos 16 anos de Paulo e 14 de Estanislau, eles se despediram da casa paterna e partiram para terra estrangeira, a fim de completar a instrução acadêmica. Ambos prometeram à virtuosa mãe que jamais se entregariam a nenhum pecado, pois a pior desgraça que lhes podia acometer seria ofender a Deus. A promessa de Estanislau era sincera e profunda, enquanto Paulo dava mostras de cumprir uma mera formalidade.

De fato, vendo os irmãos lado a lado, como eram diferentes! Em nada eram harmônicos. Estanislau amava o recolhimento, ao passo que Paulo era adepto das diversões pecaminosas. Com muita propriedade, as figuras de Esaú e Jacó pareciam reviver nos filhos do senador.

"Ad maiora natus sum"

A vida em Viena foi repleta de graças e cruzes. O carisma dos filhos de Santo Inácio tocou a fundo o jovem Estanislau. Admirava os jesuítas de toda alma, encantava-se com a pureza de sua doutrina e a comple ta adesão aos conselhos evangélicos daqueles sacerdotes flexíveis ao sopro do Espírito Santo. Não demorou em desejar ser como eles, pois a seus olhos, era na Companhia de Jesus que estava o mais alto ideal que pudesse abraçar. Foi da forte convicção de que havia nascido para coisas maiores que surgiu sua divisa: "Ad maiora natus sum".

De outro lado, como foi preciso recorrer à proteção do Céu para perseverar na prática das virtudes! Várias vezes Paulo, movido pelo ódio à sua integridade, desferia-lhe golpes brutais deixando-o desfalecido e ensangüentado. Assim se expressou Bilinski no depoimento do processo de beatificação: "Paulo jamais disse uma palavra amável a seu santo irmão. Todavia, tanto ele quanto eu tínhamos completa consciência da santidade de todos os atos de Estanislau".

Nossa Senhora veio curá-lo

No terceiro ano da estadia em Viena a saúde de Estanislau sucumbiu ao peso da vida sacrificada que levava, e ele adoeceu gravemente. Espalhou-se o rumor de que corria risco de morte, e Paulo desesperou- se ao pensar em voltar para casa com o irmão morto. O santo doente implorou, então, a presença de um sacerdote e o Viático, pois a cada hora diminuíam-lhe, sensivelmente, as forças físicas. Kimberker, o dono da faustosa pensão onde se hospedavam, negou-lhe taxativamente este supremo consolo, sob pena de expulsá-los de seus aposentos caso um sacerdote católico adentrasse àquele recinto.

A esse duro golpe, a Fé de Estanislau não esmoreceu. Rezou fervorosamente e confiou contra toda esperança. Qual não foi seu estupor ao ver numa manhã aproximarem- se três refulgentes anjos acompanhados de Santa Bárbara, trazendo-lhe a Sagrada Comunhão e cumulando sua alma de consolações e alegrias! Se a maldade dos homens lhe negara o que havia de mais sagrado, não seria a Providência Divina que o deixaria desamparado. Pouco depois ele viu aproximar- se de seu leito a figura soberana da Santíssima Virgem, que tra zia nos braços seu Divino Filho e lhe sorria. Num gesto maternal, ela depositou o Infante nos braços do pobre enfermo, e o Menino Jesus o cobriu de afagos. Naquele momento, todas as perseguições esvaeceram- se, os incontáveis sofrimentos pareceram-lhe como pó... Sim, valia a pena sofrer todas as privações para gozar daquele convívio celestial! Sentindo as forças voltarem-lhe repentinamente, ele ouviu a voz suavíssima da Rainha dos Céus:

- "Agora que te curei, entra na Companhia de meu Filho! É Ele que o quer!".
Resta apenas um caminho: o "impossível"

O assombro que sua cura milagrosa provocou não foi pequeno. Revigorado e indescritivelmente feliz, Santo Estanislau pediu admissão ao Padre Provincial da Áustria, que não podia desprezar os sinais inequívocos de sua vocação. Contudo, recebê-lo sem o consentimento paterno seria uma imprudência que acarretaria trágicas conseqüências. Foi-lhe negado o acesso à congregação em que Nossa Senhora o mandara entrar. Que aflitivo paradoxo...

A chama de entusiasmo e fervor que a visita celestial acendeu-lhe na alma foi tão grande que não se apagaria diante dessa primeira negativa. Ele estava disposto a bater em quantas casas dos jesuítas houvesse no mundo, certo de que alguma delas haveria de recebê-lo. Se o pai não o autorizava a seguir o chamado celestial, só lhe restava uma saída para levar ao perfeito cumprimento o mandato de Maria Santíssima: fugir.

Numa madrugada soturna, disfarçado de peregrino e sem ter levantado qualquer tipo de suspeita, Estanislau partiu para a Alemanha. Foi a pé de Viena a Dillengen. Lá, finalmente pôde ser compreendido por São Pedro Canísio, que o admitiu na Companhia de Jesus, julgando, porém, que a permanência na Alemanha não o deixa seguro da tirania de seu pai. O local mais indicado era Roma, onde São Francisco de Borja, o Superior Geral, haveria de protegê-lo. Foi assim que ele partiu para atravessar os Alpes, os Apeninos, e chegar à Cidade Eterna, após dois meses de caminhada heróica e incansável. Transpôs, sem titubear, praticamente metade da Europa!

Atingiu a perfeição de uma longa existência

Aos dias de incomparável alegria passados no noviciado, seguiram-se as ameaças vindas da Polônia. O pai, sem conter o ódio, exigiu seu retorno a qualquer custo, pois ter um filho sacerdote seria "uma desonra para a família".

Entretanto, bem diversos eram os desígnios de Deus. Nossa Senhora aparecera-lhe em Roma, e viera chamá- lo, dizendo que lhe restava pouco tempo de vida. Sua alma já estava pronta para o Céu!

Assim, numa festa da Santíssima Virgem, ele comentou que muito em breve haveria de morrer. Ninguém acreditou. Subitamente, de um leve mal-estar, desencadeou-se no noviço uma forte febre e ele expirou santamente na festa da Assunção de Maria Santíssima, 15 de agosto de 1568.

Como estava equivocado o nobre senador da Polônia! Deus havia reservado ao jovem Estanislau uma glória insuperável e eterna. Se hoje no mundo inteiro sua família é conhecida, e se tem a honra de figurar de forma indelével na memória da Santa Igreja, não é senão porque ali fulgurou o brilho da santidade de seu filho. Santo Estanislau Kostka provou para os jovens de todos os tempos que um homem vale na medida em que corresponde generosamente ao chamado de Deus e deseja as coisas do Alto.

(Revista Arautos do Evangelho, Ag/2008, n. 80, p. 34 à 37)

sábado, 7 de novembro de 2015

MISSA GREGORIANA em FORTALEZA/CE: Dia de Santa Terezinha do Menino Jesus (2015)

DURANTE A SANTA MISSA:






EXPOSIÇÃO das SANTAS RELÍQUIAS:






segunda-feira, 2 de novembro de 2015

SÃO CIRILO de ALEXANDRIA - e a ORAÇÃO MARIANA mais ANTIGA dos PRIMEIROS CRISTÃOS (ano 431 A.D.)


São Cirilo de Alexandria, por ocasião do final do Concílio de Éfeso, no ano 431 (no qual se proclamou a maternidade divina de Maria), deixou-nos o mais célebre louvor mariano da Antiguidade:

“Nós Vos saudamos, ó Maria, Mãe de Deus,
venerável tesouro de toda a terra,
lâmpada inextinguível, coroa da virgindade,
cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível,
morada d’Aquele que nenhum lugar pode conter,
Mãe e Virgem, por meio da qual nos santos Evangelhos
é chamado bendito O que vem em nome do Senhor.

Nós vos saudamos, ó Maria, que trouxestes
no Vosso seio virginal Aquele que é imenso e infinito.
Por Vós, a Santa Trindade é glorificada e adorada.
Por Vós, a Cruz preciosa é adorada no mundo inteiro.
Por Vós, o Céu exulta.

Por Vós, se alegram os anjos e os Arcanjos.
Por Vós, o diabo tentador foi precipitado no inferno.
Por Vós, a criatura do gênero humano, sujeito à insensatez da idolatria,
chega ao conhecimento da verdade.
Por Vós, o santo batismo purifica os que creem.
Por Vós, nos vem o óleo da alegria.
Por Vós, os povos são conduzidos à penitência.