Sempre que o óleo dos candeeiros acesos da
capela da Virgem era renovado ele o esfregava em suas feridas...
Em 1640 o jovem operário agrícola da cidade
de Calandra, Miguel Juan Pellicer, de 17 anos, estava a conduzir uma atrelagem,
quando caiu do reboque e uma das rodas atingiu-lhe a perna, esmagando o “centro
da tíbia”. Com dores insuportáveis, Miguel foi de carona para Zaragoza, para se
colocar sobre a proteção da Virgen del Pilar. Após cinquenta dias, o jovem
chegou à Basílica. Extremamente cansado e sentindo a morte próxima, arrastou-se
até o santuário e pediu à Virgem: “Salva-me, pois estou morrendo!”
Operado, sua perna foi amputada, quatro dedos
acima do joelho. Depois da cirurgia retornou ao santuário para agradecer à
Virgem por lhe ter salvado a vida. Porém, o camponês não tinha mais condições
de trabalhar e passou a pedir esmola em frente ao Santuário de Nossa Senhora do
Pilar. Sempre que o óleo dos candeeiros acesos da capela da Virgem era
renovado, Miguel Juan espalhava um pouco dele sobre as cicatrizes, apesar de o
cirurgião o ter aconselhado a não fazer isso.
Uma noite, já de volta à sua cidade, após ter
invocado a Virgem do Pilar, Juan Miguel adormeceu. Ao despertar uma enorme
surpresa o aguardava: ele estava perfeito, com as duas pernas! E não somente
isso, mas aquela que reapareceu era exatamente a sua perna, a que tinha sido
amputada havia dois anos e meio. Uma comissão foi instituída para verificação
dos fatos e incumbida de desenterrar, o mais rápido possível, o membro
enterrado no cemitério. Porém, a perna não estava mais ali.
A notícia se espalhou por toda a Espanha e
culminou com a realização do grandioso santuário atual, desígnio de peregrinos
de todas as categorias que, na Padroeira da Espanha – colocada há dois mil anos
sobre a sua pilastra – encontram conforto e bênção.
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