A Synaxe da Mãe de Deus
caracteriza-se, provavelmente, como a mais antiga das festas marianas (século
V) e celebra Maria como "Paraíso espiritual do 'Segundo Adão', Templo da
Divindade, Ponto que religa a Terra ao Céu, Escada por meio da qual Deus desce
à Terra e o homem sobe ao Céu, a Mãe de Deus que se tornou mais venerada que os
Querubins, os Serafins e todas as outras Potestades celestes; tendo abrigado o
Cristo, seu seio tornou-se mais vasto do que o Céu", pois, a partir de
então, ele tornou-se o Trono de Deus. Graças a Maria, o homem foi elevado a um
posto mais alto que o dos Anjos e a glória da Divindade resplandeceu no corpo.
Diante de tal mistério, o
espírito humano, enleado, prefere prosternar-se no silêncio e na fé,
"pois, onde quer que seja, onde Deus quiser, a ordem da natureza perde a
sua força e torna-se vencida". José, o Silencioso, iluminado pela estranha
luz que brilhava nas trevas da gruta, contempla a Virgem Santíssima, tranqüila
e radiante, sentada junto à Criança, que ela mesma envolvera em faixas e
colocara no presépio.
Um novo modo de existência se
abre para a natureza humana, porquanto Deus escolheu a virgindade para nascer
corporalmente neste mundo, assim também, foi por meio da virgindade que Ele
quis aparecer, nascer e crescer de forma espiritual, na alma de cada cristão
que seguirá em sua vida o modelo da conduta da Mãe de Deus." "Maria,
Tu, que maravilhosamente criaste o homem, mais maravilhosamente, ainda, restabeleceste
a sua dignidade"
Segundo São Gregório o Teólogo -
Discurso 38 sobre a Natividade.
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O QUE É SINAXE:
Termo quase desconhecido antes do aparecimento
do cristianismo, tornou-se palavra técnica na liturgia bizantina para indicar,
tanto a assembléia dos fiéis quanto a Eucaristia, mais exatamente a comunhão.
SINAXE e o homônimo SINAGOGA provém da mesma
raíz grega. Os primeiros cristãos, para diferenciar suas assembléias das dos
judeus, e, depois das dos hereges, adotaram uma diferente desinência (conforme
epif., PANAR. 30,18).
São Cirilo de Jerusalém distingue claramente
as assembléias que se realizavam no domingo e no dia da Ascenção do Senhor, da
qual fixa a ordem das leituras (Cat. XIV, 24), daquelas das quais dava suas
instruções catequéticas. Enquanto Crisóstomo não parece manter esta distinção,
Basílio fala de uma sinaxe visível e de uma sinaxe espiritual dos fiéis que
servem a Deus em espírito e verdade, e que chama de santa (Hom. 1 in psalmum
28).
O termo indica ainda a participação dos fiéis
na celebração dos Santos Mistérios e na sua íntima união com Cristo, e ainda,
mas distanciando-se da acepção original, a forma de oração ou de culto dos
monges e das monjas (Apophthegmata Patrum: PG 65,220). No ambiente monástico
latino aparece tardiamente com o significado de Colecta e indica tanto a
celebração litúrgica, que tem o ponto culminante na Eucaristia, quanto a
celebração composta pela oração e a salmodia. (Reg. São Benedeto XVII, 17) .
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