As antevisões do Beato
Francisco Palau y Quer O.C.D. (1811-1872) impressionam pela penetração e
riqueza de panoramas.
As suas previsões referentes
aos dias de hoje são surpreendentemente detalhadas, abrangentes, fruto de
longos estudos dos autores sagrados, Doutores e grandes teólogos da Igreja.
O Beato via os eventos
históricos futuros imediatos se desenvolvendo segundo uma sequência
fundamental:
1°. A marcha do mundo em
direção à dissolução social e ao estabelecimento de uma anti-ordem caótica como
fruto de uma Revolução anticristã;
2°. A denúncia dessa
Revolução por um enviado de Deus e seus discípulos, seguida da justa punição
divina da iniquidade;
3°. A restauração da Igreja
e das nações por obra do Espírito Santo e o advento de um período em que as
pessoas imbuídas do espírito do Evangelho dariam uma glória a Deus
historicamente inigualável. Esse período histórico duraria até o fim do mundo.
Lúcifer, autor da revolta no Céu, instiga uma
Revolução análoga na Terra. O bem-aventurado frade deplorava as sucessivas
quebras das instituições fundamentais da ordem cristã como a família e a
propriedade.
Lamentava a demolição da
moralidade e dos estilos de vida tradicionais, minados pela revolução
industrial. Condenava a derrubada das formas tradicionais de governo por
constantes golpes políticos.
Não aceitava que todas essas
demolições convergentes fossem resultado do acaso. Pelo contrário, a variedade
imensa das crises era para ele resultante de uma causa única.
Ele se perguntava se por
detrás delas, no comando, não havia alguma inteligência forçosamente diabólica.
Nossa Senhora das Virtudes,
grande devoção do Beato Palau. Sim, respondia ele, o próprio Lúcifer, que
seduziu um terço dos anjos no céu, apoderou-se do coração de uma série de
homens-chave na Terra e mais uma vez ergueu a bandeira da revolta.
Esse novo Non serviam (“Eu
não servirei”) é a grande causa das crises no mundo, concluía. E essa para ele
tinha um nome: “Revolução”.
“O que é a Revolução? –
explicou – É hoje na Terra aquilo mesmo que aconteceu no Céu quando Deus criou
os anjos: Satanás (...) seduziu todos os reis e governos da terra e com a bandeira
ao vento dirige seus exércitos na guerra contra Deus, (...) isto é revolução,
isto é anarquia entre os homens e guerra contra Deus” (“Triunfo de la Cruz”, El
Ermitaño, Nº 125, 30-3-1871.).
“Satanás é o pai da
Revolução – ensinava, parafraseando um célebre escrito de Mons. de Ségur –,
essa é a obra dele, iniciada no Céu e que vem se perpetuando entre os homens de
geração em geração.
“Por primeira vez após seis
mil anos ele teve a ousadia de proclamar diante do Céu e da Terra o seu
verdadeiro e satânico nome: Revolução!
“A Revolução tem como lema,
a exemplo do demônio, a famosa frase: não obedecerei! Satânica em sua essência,
ela aspira a derrubar todas as autoridades e seu objetivo derradeiro é a
destruição total do reino de Jesus Cristo sobre a terra” (“Adentros del
catolicismo – abominaciones predichas por Daniel profeta en el lugar santo:
Apostasía”, El Ermitaño, Nº 21, 25-3-1869.).
Segundo o bem-aventurado,
essa Revolução realiza os anúncios das Sagradas Escrituras relativos à
apostasia dos últimos tempos. A análise racional, tranquila e vigorosa dos
acontecimentos sóciopolíticos contemporâneos o confirmava nesta sua convicção.
A Revolução leva a uma catástrofe que o Beato Palau queria evitar. No século XIX a humanidade
imergia de modo displicente e veloz na anarquia, impelida pelas tendências
desordenadas que alimentam a Revolução, especialmente o orgulho e a
sensualidade. Por isso, o Beato Palau concluiu que a dinâmica revolucionaria
impulsiona o mundo de modo implacável ao caos e ao desaparecimento da ordem
social.
O beato usava como exemplo
um acidente ferroviário que abalou seus contemporâneos. Um temporal derribara
uma ponte na Catalunha, e um trem expresso – naquela época símbolo embriagador
do progresso industrial – sem saber do acontecido, precipitou-se no abismo
durante a noite.
Ele viu no acidente uma
parábola do mundo superficial e despreocupado, portador de restos de cultura e
religião, sendo conduzido pela Revolução rumo a uma catástrofe que o
bem-aventurado desejava evitar, mas que ninguém queria ouvir falar:
Guerra Civil Espanhola: um
passo na marcha da Revolução
Uma horrorosa catástrofe
anunciada pelos profetas, por Cristo, pelos Apóstolos e por todos os
porta-vozes mais autorizados do catolicismo. A sociedade atual, conduzida em
massa pelo poder das trevas e pelo poder político, subiu num trem. Mas os
maquinistas a levam para os infernos. A estação de onde saiu chama-se
Revolução, a próxima estação chama-se Catástrofe Social.
“Agora o trem circula entre
uma estação e outra. Os passageiros não pensam, o Ermitão dá berros
fortíssimos: ‘Parem, voltem atrás!’.
“Mas essa voz, que é a
própria voz do catolicismo, é sufocada pelo ruído do trem. (...) A tempestade
levou a ponte. Era noite e o trem que partiu de Gerona ia em frente. Os
viajantes não sabiam do perigo, mas a ponte não estava ali. As trevas escondiam
o risco, até chegar no abismo. A locomotora deu um pulo e não tinha asas,
faltavam os trilhos, só havia o precipício. Ela caiu, arrastando consigo os
carros e os passageiros. E as águas os engoliram.
“Eles não acreditaram no
perigo, mas ele existia, era verdadeiro, e a incredulidade não os salvou, mas
os perdeu.
“Os maquinistas e condutores
do trem para onde vai a sociedade atual estão ébrios, perderam o juízo. Não
vedes que não acertam uma?
“Descei enquanto puderdes, e
jogai-vos nos braços da Igreja vossa Mãe, e assim vos salvareis"
("Catástrofe social", El Ermitaño, Nº 40, 5-8-1869).
Ola gostaria de convidar para visitar o nosso blog http://emsantiidade.blogspot.com.br
ResponderExcluirPaz e bem irmãos!!!