Beijo a esponja encostada aos Vossos lábios incontaminados,
com que a amargura da transgressão
me foi transformada em doçura.
Tivesse podido eu degustar aquele fel,
que dulcíssimo alimento não teria sido!
Tivesse podido eu tomar o vinagre,
que bebida agradável!
Aquela coroa de espinhos
teria sido para mim um diadema régio.
Aquelas cusparadas
me teriam ornado como esplêndidas pérolas.
Aquelas zombarias
me teriam ornado como sinal de profundo obséquio.
Aquelas bofetadas
me teriam glorificado como o prestígio mais alto.
Eu Vos beijo, Senhor,
e a Vossa paixão é o meu orgulho.
Jorge de Nicomedia - (séc. IX)
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