Foto: Monte Carmelo, onde o Profeta São Elias teve a Visão sobre MARIA Ss.
Bela e altaneira ergue-se no
solo sagrado da Terra Santa uma emblemática cadeia montanhosa que evoca grandes
lances do Santo Elias..jpgpassado e aponta para um futuro de glória. Seu nome?
Monte Carmelo.
Na região que circunda o
imponente conjunto de rochedos há inúmeras grutas, uma das quais, conforme a
tradição recolhida pelos Padres da Igreja, abrigou o grande profeta Elias,
cujas "palavras queimavam como uma tocha ardente" (Eclo 48, 1).
Ele foi "um príncipe
entre os profetas, verdadeiro condutor do povo de Deus. Lutou contra os erros
do seu tempo, num momento em que a nação eleita estava muito deteriorada, e
salvou-a da ruína. Escolhido para dirigir o povo de Deus num momento de
hecatombe, ele concentrou em si todo o espírito que o Criador queria dar à nação
judia a ser ressurgida. Nesse espírito derivado da Providência Divina foi
formada uma rede de eleitos, sendo o mais famoso deles Eliseu, que pediu o
duplo espírito de Elias, e o obteve".
Dominando a planície de
Esdrelon com notável presença, carregada de significado, destaca-se ao sul do
Monte Carmelo uma das suas principais elevações, o El-Muhraqa. Com mais de 500
m de altitude, divisa-se daquele ponto um grandioso panorama que chega até o
mar. É ali que as Sagradas Escrituras situam o famoso episódio narrado no
Primeiro Livro dos Reis (cf. I Rs 18, 19-39), no qual Elias vence os falsos
profetas de Baal "com uma prece simples, cheia de beleza".
Também a tradição nos revela
ser nessa região que Elias e Eliseu se reuniam com seus discípulos. E, séculos
depois, naquelas paragens se aglutinou um grupo de monges que constituiu os
primórdios da Ordem do Carmo, a qual considera Elias como pai e fundador, e deu
início a um filão de devoção a Nossa Senhora, algumas centenas de anos antes do
nascimento da Virgem.
Muito simbolicamente, depois
da seca imposta a Israel como punição por sua prevaricação, Elias vislumbrou
"uma pequena nuvem do tamanho da palma da mão" (I Rs 18, 44) que
subia do mar, prenúncio da caudalosa chuva que se aproximava para cessar o
castigo e, segundo grande número de exegetas, pré-figura d'Aquela que traria
para a humanidade as águas regeneradoras da Redenção: Maria Santíssima.
À Mãe de Deus - a Virgem e
Flor do Carmelo - bem podem ser aplicadas as palavras de Isaías, o profeta da
Encarnação por excelência: "O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A
estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio ela florirá, exultará de júbilo e
gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e
de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus" (Is
35, 1-2).
Tendo sido arrebatado em
"um carro de fogo" (II Rs 2, 11), Elias "deve voltar e
restabelecer todas as coisas" (Mt 17, 11). Assim, hoje como ontem, do alto
do Monte Carmelo sua voz parece ecoar o prenúncio de uma era mariana que virá
como chuva benfazeja, para fecundar o solo árido de nossos dias, tão afastados
de Cristo e de sua Mãe Santíssima.
Foto: Cova do profeta Elias, em Haifa
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