"Felicitai-me, vós, que amais o Senhor,
pois que enquanto ainda era jovem fui agradável ao Altíssimo"
(Ofício da Igreja)
I- A consagração da Santíssima Virgem no Templo abre o caminho das vocações religiosas. Daví contemplara esse mistério e em seu inspirado salmo 44 canta a aliança nupcial contraída pelas almas eleitas com o Deus de amor:
"Ó Rei! sobrepujais em beleza a todos os filhos dos homens; a graça se expande em vossos lábios e vossas vestes exalam o perfume da mirra, do âmbar e do aloés. As filhas dos príncipes foram deles perfumadas e inebriadas, buscaram a honra da vossa aliança. A Rainha conservou-se à vossa destra, adornada com um manto de ouro e de uma variedade infinita de riquezas. Ouve, filha minha, e sê atenta a minhas palavras; esquece o teu povo e a tua parentela, e o Rei do céu te cumulará de amor, pois que Ele é o Senhor teu Deus, poderoso e adorável. A glória da filha do Rei está em si mesma e seu fulgor apaga os esplendores de suas vestimentas. Outras virgens virão após e consagrar-se-ão ao Rei dos reis; serão apresentadas no templo com transportes de júbilo!"
II- Sob o véu das palavras simbólicas do salmista, entrevemos o glorioso destino das almas que seguem as pegadas de Maria e formam o cortejo sagrado do Cordeiro de Deus. Apresentam-se no templo para, à sombra do santuário, prepararem-se às bodas divinas. Vocação sublime que eleva as mais humildes criaturas ao próprio trono de Deus! Nessa trajetória ascendente, a noiva do Rei dos anjos deixa parentes, família, fortuna, pátria: tudo abandona para receber o cêntuplo. Um só pensamento a domina, uma única aspiração a impulsiona: satisfazer ao celeste Esposo. Deve estar morta em meio a todas as coisas do mundo; seus entretenimentos estão no céu, enquanto aguarda o dia de sua apresentação no templo da glória.
(Migalhas Evangélicas por Padre Teodoro Ratisbonne, 1941)
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