São João Crisóstomo, esclarecido luminar de seu século, foi chamado “Crisóstomo” devido às torrentes de sagrada eloqüência que fluíam de seus lábios, e foi também chamado “martelo da heresia”, devido à eficácia e vigor de sua argumentação em defesa da Fé Católica.
Conseguiu, com sua pregação, converter inúmeros hereges macedônios. O senhor permitiu que acontecesse um fato maravilhoso com uma mulher que acontecesse um fato maravilhoso com uma mulher que se obstinava em permanecer filiada aos sectários, e tal fato determinou por fim sua perfeita conversão.
As verdades católicas expostas por Crisóstomo mostravam-se tão evidentes ao marido dessa mulher, que lhe pareceu que não deveria tolerar por mais tempo que sua esposa professasse os perniciosos erros da heresia.
Procurava persuadi-la renunciar a eles e abraçar a verdadeira Fé Católica, mas nenhum fruto tirava de seus conselhos nem de suas longas discussões, porque era grande a tenacidade com que ela aceitava as opiniões heréticas.
Afinal, esgotados todos os meios de conduzi-la ao bom caminho, ameaçou de separar-se dela se não aderisse aos seus desejos, seguindo o bom exemplo que lhe tinha dado.
A mulher, para obedecer ao marido na aparência, mas perseverando na sua obstinação, lhe disse que faria o que pedia, mas, combinando antes com uma criada sua, foi a um templo de hereges e, tomando o pão falsamente consagrado que davam a seus adeptos, deu-o à criada para que o guardasse. Em seguida foi a Igreja dos católicos com seu marido, para comungar e assegurar-lhe que já era católica, e recebendo a Sagrada Hóstia, fingindo que se inclinava para orar, deu à criada que estava ao seu lado, e tomou dela o pão recebido dos hereges, o qual imediatamente se transformou em pedra.
A desventura da mulher, atônita e fora de si, procurou São João Crisóstomo para narrar-lhe o que lhe tinha acontecido, e ele a converteu à Fé Católica, e publicou o milagre, conservando-se em Constantinopla, para perpétua memória, aquela pedra em que o pão dos hereges se tinha convertido.
Sozomeno, Vida de San Juan Crisóstomo, liv.8, cap. 5. – Tradução Mendes Silva, Apostolado Spiritus Paraclitus.
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