TEXTOS BÍBLICOS SOBRE O USO DAS RELÍQUIAS:
13 Apanhou o manto que Elias deixara cair, e
voltando até o Jordão, parou à beira do rio. 14 Tomou o manto que Elias deixara
cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o Senhor, o Deus de Elias?
Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se para um e outro lado,
e Eliseu passou. (II RS 2, 13-14)
21 Ora, aconteceu que um grupo de pessoas,
estando a enterrar um homem, viu uma turma desses guerrilheiros e jogou o
cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os ossos de Eliseu, voltou à
vida, e pôs-se de pé. (II RS 13,21)
20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo
de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do
manto. 21 Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.
22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te
salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente. (MT 9, 20-22)
35 As pessoas do lugar o reconheceram e
mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os
doentes, 36 rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E,
todos aqueles que nele tocaram, foram curados. (MT 14,35-36)
11 Deus fazia milagres extraordinários por
intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu
corpo eram levados aos enfermos; 12 e afastavam-se deles as doenças e
retiravam-se os espíritos malignos. (AT 19,11-12)
ORIGEM NA HISTÓRIA DA IGREJA
O primeiro exemplo do culto de uma relíquia
por crentes cristãos surge em 156 em SmIrna (atual Esmirna na Turquia), a
propósito do martírio de São Policarpo relatado, por exemplo, nas obras de
Eusébio de Cesareia.
Depois
de ter sido queimado na fogueira, os discípulos do mártir recuperaram os ossos
calcinados do seu mestre e acolheram-nos como objetos sagrados.
Mais
tarde diversos milagres foram atribuídos a esta relíquia e a busca por objetos
semelhantes tornou-se cada vez mais popular, conduzindo por exemplo, à
descoberta da cruz da crucificação de Jesus Cristo em cerca de 318.
RELÍQUIAS DA PAIXÃO DE CRISTO
No início do cristianismo, as relíquias eram
importantes, principalmente partes de corpos de mártires, pois considerava que
seriam estes os primeiros a levantar-se no momento da ressurreição. Era pois importante para o fiel ser enterrado
junto destas relíquias, ou pelo menos perto dos seus relicários, de forma a
poder acordar para a vida eterna ao lado dos soldados da fé. O
culto das relíquias foi aumentando cada vez mais e no século VII o arcebispo da
Cantuária São Teodoro declarou que as relíquias deviam ser objetos de
veneração e iluminadas dia e noite pela luz de uma vela. Dois
séculos mais tarde a prática era obedecida pelo menos pelo rei Alfredo de
Inglaterra.
RELÍQUIAS NA IDADE MÉDIA
Durante a Idade Média e o período de
construção de catedrais o culto das relíquias atingiu o seu auge. Nesta altura, a edificação e manutenção de
uma catedral era custeada sobretudo através de donativos da congregação.
RELICÁRIO COM A CABEÇA MUMIFICADA DE SANTA
CATARINA DE SENA
A importância eclesiástica de uma diocese,
bem como a sua capacidade de atrair novos fieis e peregrinos, era muitas vezes
dependente da quantidade e qualidade de relíquias que eram exibidas para
veneração. Assim, quando a primeira secção da catedral
de Colónia abriu as portas em 1164, foi com todo o orgulho que o Arcebispo
Reinaldo de Dassel expôs os corpos dos Três reis magos. Da mesma forma, e dando
só alguns exemplos:
1. Santiago de Compostela reclama o corpo de São
Tiago.
2. Trier o manto de Jesus pelo qual os
legionários romanos jogaram aos dados
3. A catedral de Chartres apresenta a túnica da
Virgem Maria
Não será difícil de perceber que em breve o
culto das relíquias tomou em breve uma proporção exagerada principalmente após
a tomada de Constantinopla durante a quarta cruzada em 1204. Ossos, pequenos bocados de pano, garrafinhas
com água do rio em que Jesus foi baptizado, até saquinhos com o pó do qual Adão
foi criado, eram peças comuns nos mercados do século XIII. Em dada altura chegaram a contabilizar-se
cerca de 700 verdadeiros pregos da cruz, o que só por si era um facto capaz de
abalar o mais crente.
VERACIDADE DE ALGUMAS RELÍQUIAS
Mais
tarde Erasmo de Roterdão haveria de afirmar com ironia que os verdadeiros
bocados da cruz chegavam para construir um navio. (Recentemente, a Igreja
Católica encomendou um estudo que descobriu que existem 4,000,000 centímetros
cúbicos em relíquias da cruz, bastante àquem dos 178,000,000 necessários para o
volume de uma cruz razoável. Não há portanto que temer.)
O Papado tomou uma posição no fim do século
XIII no Concílio de Lion, onde chamou a si a responsabilidade de diagnosticar a
veracidade de todas as novas relíquias. Aparentemente, não foi suficiente, uma vez que
em 1287, o bispo Quivil de Exeter se viu obrigado a proibir de todo a veneração
de todas as relíquias aparecidas nos últimos anos.
Com a evolução da Ciência, muitas das
relíquias já foram ou estão em risco de ser desmistificadas.
Sobre o Sudário de Turim, por exemplo,
alegou-se ser uma impostura obra de um talentoso falsificador do século XIV
(idade do pano obtida pelo método do Carbono 14).
Contudo, cientistas envolvidos na pesquisa
levantaram a hipótese de que a composição do sudário pudesse ter sido alterada
por uma série de incêndios aos quais a relíquia sobreviveu, além do próprio
depósito de impurezas, tais como poeira e crescimento de bactéricas.
Tais questões invalidam a datação por
Carbono-14 e a referida falsificação.
Verdadeiras ou não, as relíquias continuam a
fazer parte da tradição cristã, apesar do progressivo distanciamento da Igreja
Católica em relação à importância teológica da sua veneração.
LÍNGUA DE SANTO ANTÔNIO E DEDO DE SANTA
CATARINA DE SENA
Classificação de relíquias, a Igreja Católica definiu a seguinte
classificação de relíquias:
a. Primeira Classe, parte do corpo de um santo
(ossos, unhas, cabelo, etc.)
b. Segunda Classe, objectos pessoais de um santo
(roupa, um cajado, os pregos da cruz, etc.)
c. Terceira Classe, inclui pedaços de tecido que
tocaram no corpo do santo, ou, no relicário onde uma porção do seu corpo está
conservada.
É proibido, sob pena de excomunhão, vender,
trocar ou exibir para fins lucrativos relíquias de primeira e segunda classe.
As relíquias sao guardadas geralmente por
pessoas da familia no caso de ser um objeto
Nenhum comentário:
Postar um comentário