Há 440 anos, em 7 de outubro de 1571, a esquadra católica, composta de aproximadamente 200 galeras, concentrou-se no golfo de Lepanto. D. João d’ Áustria mandou hastear o estandarte oferecido pelo Papa e bradou: “Aqui venceremos ou morremos”, e deu a ordem de batalha contra os seguidores de Maomé.
Os primeiros embates foram favoráveis aos muçulmanos, que, formados em meia-lua, desfecharam violenta carga. Os católicos, com o Terço ao pescoço, prontos a dar a vida por Deus e tirar a dos infiéis, respondiam aos ataques com o máximo vigor possível. Mas, apesar da bravura dos soldados de Cristo, a numerosíssima frota do Islã, comandada por Ali-Pachá, parecia vencer. Após 10 horas de encarniçado embate, os batalhadores católicos receavam a derrota, que traria graves conseqüências para a Civilização Cristã européia. Mas, ó prodígio! Ficaram surpresos ao perceberem que, inexplicavelmente e de repente, os muçulmanos, apavorados, bateram em retirada…
Obtiveram mais tarde a explicação: aprisionados pelos católicos, alguns mouros confessaram que uma brilhante e majestosa Senhora aparecera no céu, ameaçando-os e incutindo-lhes tanto medo, que entraram em pânico e começaram a fugir. Logo no início da retirada dos barcos muçulmanos, os católicos reanimaram-se e reverteram a batalha: os infiéis perderam 224 navios (130 capturados e mais de 90 afundados ou incendiados), quase 9.000 maometanos foram capturados e 25.000 morreram. Ao passo que as perdas católicas foram bem menores: 8.000 homens e apenas 17 galeras perdidas.
Vitória alcançada pelo Rosário: Enquanto se travava a batalha contra os turcos em águas de Lepanto, a Cristandade rogava o auxílio da Rainha do Santíssimo Rosário. Em Roma, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que redobrassem as preces. As Confrarias do Rosário promoviam procissões e orações nas igrejas, suplicando a vitória da armada católica. O Pontífice, grande devoto do Rosário, no momento em que se dava o desfecho da famosa batalha, teve uma visão sobrenatural, na qual ele tomou conhecimento de que a armada católica acabara de obter espetacular vitória. E imediatamente, exultando de alegria, voltou-se para seus acompanhantes exclamando: “Vamos agradecer a Jesus Cristo a vitória que acaba de conceder à nossa esquadra”. A milagrosa visão foi confirmada somente na noite do dia 21 de outubro (duas semanas após o grande acontecimento), quando, por fim, o correio chegou a Roma com a notícia. São Pio V tinha meios mais rápidos para se informar…
Em memória da estupenda intervenção de Maria Santíssima, o Papa dirigiu-se em procissão à Basílica de São Pedro, onde cantou o Te Deum Laudamus e introduziu a invocação Auxílio dos Cristãos na Ladainha de Nossa Senhora. E para perpetuar essa extraordinária vitória da Cristandade, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Vitória, que, dois anos mais tarde, tomou a denominação de festa de Nossa Senhora do Rosário, comemorada pela Igreja no dia 7 de outubro de cada ano.
Ainda com o mesmo objetivo, de deixar gravado para sempre na História que a Vitória de Lepanto se deveu à intercessão da Senhora do Rosário, o senado veneziano mandou pintar um quadro representando a batalha naval com a seguinte inscrição: “Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos fecit”. (Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória).
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