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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

“Meu nome, pergunte-o à minha Mãe”

 

Aos nove anos, tive um sonho, que ficou profundamente gravado na mente, por toda a vida.

Parecia-me estar perto de nossa casa, num pátio bastante espaçoso, onde se encontrava uma multidão de rapazes, que se divertiam. Alguns riam, outros jogavam, outros blasfemavam. Ao ouvir aquelas blasfêmias, lancei-me, imediatamente, no meio deles, dando murros e dizendo palavras para fazê-los calar. Naquele momento apareceu um homem venerando, em idade viril, nobremente vestido. Um manto branco cobria-o por completo; mas a sua face era tão luminosa, que eu não conseguia fixá-lo com os olhos. Chamou-me pelo nome e mandou que eu me colocasse à frente daqueles rapazes, acrescentando estas palavras:

“Não com pancadas, mas com a mansidão e com a caridade é que deverás conquistar estes teus amigos. Por isso, começa, imediatamente, a instruí-los sobre a fealdade do pecado e sobre a beleza da virtude". Confuso e assustado, disse-lhe que eu era um pobre e ignorante rapaz, incapaz de falar de religião àqueles jovenzinhos. (...) Então, quase sem saber o que dizia, perguntei:

─ Quem sois vós, que me ordenais coisas impossíveis? ─ E ele respondeu:

─ Exatamente por te parecerem impossíveis, deves torná-las possíveis com a obediência e com a aquisição da ciência.

─ Onde, com que meios poderei adquirir a ciência?

─ Dar-te-ei a mestra, sob cuja orientação, poderás tornar-te sábio, e sem a qual toda a sabedoria se torna estultícia.

− Mas quem sois vós, a falar deste modo?

− Eu sou o filho d'Aquela que a tua mãe te ensinou a saudar três vezes ao dia.

− A minha mãe diz-me que não ande com pessoas que não conheço, sem licença sua; por isso dizei-me o vosso nome.

− O meu nome, pergunta-o à minha mãe.

Por São João Bosco em “Lembranças autobiográficas”


Subiam as céus porque a Santa Virgem lhes estendia a mão....

 


Lê-se nas Crônicas franciscanas, que Frei Leão, viu, certa vez, duas escadas: uma vermelha, sobre a qual estava Jesus Cristo e a outra, branca. Nesta última estava Maria.

Ele percebeu, então, que algumas almas se agarravam à escada vermelha, subiam alguns degraus, mas logo depois caíam; estas almas faziam novas tentativas, mas tornavam a cair. Então, exortaram-nas a ascender pela escada branca e Frei Leão pôde observar que elas subiam, felizes, porque a Santa Virgem lhes estendia a mão para lhes ajudar. Assim, estas almas chegaram ao Paraíso, sem grande dificuldade.

Santo Afonso de Ligório em “As Glórias de Maria”.

sábado, 29 de janeiro de 2022

O Anjo Gabriel não disse a Maria: “Ele vai nascer em ti”, mas, “Ele vai nascer de ti”...

 


O Verbo assumiu nossa natureza no seio de Maria ─ O Verbo de Deus veio em auxílio da descendência de Abraão, como diz o Apóstolo. Por isso, devia fazer-se, em tudo, semelhante aos irmãos (Hb 2,16-17) e assumir um corpo semelhante ao nosso. Eis por que Maria está verdadeiramente presente neste mistério; foi dela que o Verbo assumiu, como próprio, aquele corpo que havia de oferecer por nós.

A Sagrada Escritura, recordando este nascimento, diz: Envolveu-o em panos (Lc 2,7); proclama felizes os seios que o amamentaram e fala também do sacrifício oferecido pelo nascimento deste Primogênito. O anjo Gabriel, com prudência e sabedoria, já o anunciara a Maria; não lhe disse simplesmente “aquele que nascer em ti”, para não se julgar que se tratava de um corpo extrínseco nela introduzido; mas, “AQUELE QUE NASCER DE TI” (cf. Lc 1, 35Vulg.), para se acreditar que o fruto desta concepção procedia realmente de Maria.

Assim foi que o Verbo, recebendo nossa natureza humana e oferecendo-a em sacrifício, assumiu-a em sua totalidade, para, depois, nos revestir de sua natureza divina, segundo as palavras do Apóstolo: É preciso que este ser corruptível se vista de incorruptibilidade; é preciso que este ser mortal se vista de imortalidade (1Cor 15,53). Estas coisas não se realizaram de maneira fictícia, como julgam alguns, o que é inadmissível! Nosso Salvador fez-se verdadeiro homem, alcançando assim a salvação do homem na sua totalidade. Nossa salvação não é absolutamente algo de fictício, nem limitado só ao corpo; mas, realmente visando a salvação do homem todo, corpo e alma, foi realizada pelo Verbo de Deus.

A natureza que ele recebeu de Maria era uma natureza humana, segundo as divinas Escrituras, e o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro. Digo, verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos nós somos descendentes de Adão.

Por Santo Atanásio

(Epist. Ad Epictetum, 5-9; PG 26, 1058. 1062-1066)(Séc. IV) (Carta a Epiteto, de Corinto).

Fonte: liturgiadashoras.org Le Verbe a pris en charge la descendance (O Verbo assumiu a descendência).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Dia 10 de Janeiro de 2022 - Nossa Senhora da Guia !!!

 

Padroeira dos navegantes - Nossa Senhora da Guia é um dos muitos títulos atribuídos à Virgem Maria. Seu carácter é atribuído ao de padroeira dos navegantes, sendo a sua devoção conhecida em Portugal e no Brasil.

História
Em Portugal, é comum haver festas e igrejas construídas em honra à Nossa Senhora da Guia. Em Vila do Conde, o edifício paroquiano aparece no inventário do Mosteiro de Guimarães do século XI, em 1054. Na localidade há festa e romaria, sempre iniciada no mês de fevereiro.
No Brasil, as imagens de Nossa Senhora da Guia e do Senhor do Bomfim foram trazidas diretamente de Portugal em 1745. Os ícones estão localizados na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, na Bahia.
A origem da devoção à Nossa Senhora da Guia no Brasil remete-se a Theodózio Rodrigues Faria, capitão português de Mar e Guerra. Em 18 de abril de 1745, ele solicitou a José Botelho de Matos, então arcebispo da Bahia, para fundar uma irmandade dos devotos leigos, com o objetivo de manter o culto a Nossa Senhora da Guia e ao Senhor do Bonfim, além de desenvolver atividades como o zelo pela devoção e a evangelização e catequese.
As festividades em honra à Nossa Senhora da Guia se espalharam em outros municípios do Brasil. Em Eldorado, no interior de São Paulo, a devoção chegou em 1757, antes da fundação do município.




domingo, 9 de janeiro de 2022

“Eu sou a Rainha do Céu, aquela que reza pela conversão dos pecadores”

 


Após sua aparição a santa Bernadete, em Lourdes (França), em 1858, um ano depois, Maria honrou, com sua presença, a pequena aldeia de Champion, no nordeste de Wisconsin, perto dos Grandes Lagos (Estados Unidos). Uma jovem imigrante, camponesa, chamada Adélia Brise ─ nascida na Bélgica, em 1831 ─, foi testemunha de várias aparições, em outubro de 1859.

Nas primeiras visões visualizou uma mulher vestida de branco a quem não pôde identificar. Ela estava de pé sobre duas árvores. Seguindo o conselho do sacerdote local, em uma terceira oportunidade, no dia 9 de outubro de 1859, Adélia pediu à misteriosa mulher que expusesse a sua identidade: “Em nome de Deus, quem é a senhora e o que a senhora quer de mim?”

A Santíssima Virgem se apresentou: "Eu sou a Rainha do Céu, que ora pela conversão dos pecadores e desejo que tu faças o mesmo. Hoje, de manhã, recebeste a santa Comunhão, o que é muito bom, mas deves comungar mais assiduamente. Faze uma confissão geral e oferece a tua Comunhão pela conversão dos pecadores. Se eles não se converterem e não fizerem penitência, meu Filho se verá obrigado a puni-los. (...) Reúne os filhos deste país selvagem, e ensina-lhes a fazer o sinal da Cruz e a recorrer aos sacramentos. Reza pela conversão dos pecadores.”

Para atender a solicitação da Virgem Santíssima, logo após as aparições, o pai de Adélia construiu uma capela improvisada, próxima ao local da aparição. Mais tarde, uma segunda capela foi erigida, associada a um convento e a uma escola, hoje conhecida como National Shrine of Our Lady of Good Help, santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro. Desde então, abundantes milagres acontecem.

Brise dedicou sua vida por inteiro à educação das crianças e formou uma comunidade de mulheres que seguiam a regra da Ordem Terceira dos Franciscanos, levando uma vida de serviço e consagração ─ apesar de nunca ter sido propriamente uma religiosa ─, até sua morte, em 1896.

Cento e cinquenta anos após as aparições da Virgem a Adélia, o Vaticano declarou o santuário como sendo o único espaço mariano oficial nos Estados Unidos. O Bispo local pode declarar o mesmo como lugar oficial da aparição católica, reconhecido pela Igreja Católica.

Padre John Broussard, reitor do santuário nacional de Nossa Senhora do Bom Socorro.


História de Santa Maria do Egito (sec. IV)

 


Já, aos 12 anos, Maria deixou o lar paterno e foi morar em Alexandria (Egito), levando uma vida de devassidão, escandalosa, em seu meio. No final dos seus 16 anos, ele teve a fantasia de acompanhar um grupo de peregrinos a Jerusalém, onde eles iriam celebrar a Exaltação da Santa Cruz.

Chegando ao local, Maria, a egípcia, quis, por curiosidade, entrar na igreja. Porém, por três vezes, sentiu-se impedida, por uma mão invisível! Iluminada por uma luz do Céu, a pecadora percebeu que eram seus crimes que lhe impediam a entrada na Casa de Deus...

Havia, sob o pórtico da igreja, uma imagem da Santíssima Virgem. Então, prostrando-se diante da Virgem, a jovem pecadora fez esta oração: "Ó Mãe de Deus, tende piedade desta miserável! Refúgio dos pecadores, não me recusai o consolo, de ver e adorar o lenho sagrado, em que seu Filho, meu Salvador, derramou seu sangue para me redimir. Eu vos prometo que, em seguida, irei chorar os meus crimes no lugar em que vós me indicareis.”

A pecadora pôde, então, entrar e se prostrar diante da Santa Cruz. Perguntando à Santíssima Virgem “para onde quereis que eu vá, agora?" Uma voz lhe respondeu: "Vá até o Jordão, e lá encontrarás o lugar do teu descanso".

Maria, a egípcia, confessou, comungou e depois mergulhou no deserto, além do Jordão, onde viveu 47 anos. Um padre, o abade Zozime, levava-lhe a santa Comunhão, todos os anos, na mesma data. Quando ela morreu, encontraram o seu corpo cercado de luz e as seguintes palavras, escritas na areia: “Enterrai o corpo da pobre pecadora, Maria, aqui e orai pelo repouso de sua alma”.

Texto do 1º volume de La vie des Pères du Désert (A vida dos Padres no Deserto)

Citado no Le chapelet des enfants (Terço das crianças)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Ele havia cultivado grande compaixão pelas dores de Maria....... (por Santo Afonso Maria de Ligório)

 


Em 1531, havia, em Roma, um senhor tão nobre, pelo nascimento, como vil e depravado pelos costumes. Ele fizera pacto com o demônio, a quem havia servido como escravo, durante sessenta anos seguidos, com toda sorte de desordem e de pecados gravíssimos, sem se aproximar dos sacramentos.

Estando para morrer, Jesus Cristo, para usar com ele de misericórdia, ordenou a S. Brígida, que pedisse a seu diretor espiritual que o visitasse, exortando-o a confessar-se. Porém, apenas na terceira visita do confessor, o enfermo abriu o coração, e, enternecido, começou a chorar, dizendo: “Mas, como poderei ser perdoado? Durante sessenta anos servi ao demônio, dele me fiz escravo e tenho a alma carregada de inúmeros pecados!”

“Meu filho ─ respondeu-lhe o Padre, animando-o ─, não duvides; se te arrependeres, prometo-te o perdão em nome de Deus”. Começando, então, a ter confiança, disse o infeliz ao confessor: “Meu Pai, eu me julgava condenado e desesperava da minha salvação; mas, agora, sinto uma profunda dor dos meus pecados e, visto que a esperança de ser perdoado me é permitida, eu quero me confessar!”

Com efeito, confessou-se, no mesmo dia, quatro vezes, com muita contrição. (...) Depois de sua morte, Jesus Cristo falou novamente com S. Brígida e disse-lhe que aquele pecador fora salvo, que estava no purgatório e devia a salvação à intercessão da Virgem, sua Mãe, pois apesar da vida perversa que levara, tinha conservado a devoção às suas dores, recordando-as, sempre, com compaixão...

Por Santo Afonso Maria de Ligório, em Glórias de Maria.

E segundo Le chapelet des enfants (O terço das crianças)