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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O MARTÍRIO DAS IRMÃS CARMELITAS DURANTE A REVOLUÇÃO FRANCESA DE NAPOLEÃO (sec.XVIII) !!!!



A escritora Gertrud von le Fort mostrou em seu livro A ÚLTIMA AO CADAFALSO (Ed. Quadrante, SP), o quão perversa e sanguinária foi a Revolução Francesa (1789) que nada teve de “Igualdade, liberdade e fraternidade”, como se propaga, mas foi a encarnação diabólica do mal na França, especialmente contra a Igreja Católica.

O texto abaixo mostra o assassinato covarde e revoltante de 16 irmãs carmelitas de Compiègne, na guilhotina, acusadas maldosamente de serem “subversivas” e inimigas da Revolução. Como, se eram enclausuradas? Foi o ódio de Satanás contra aquelas que ofereciam a Deus a sua vida para aplacar a cólera de Deus na França. Leia este relato e depois o livro todo, para não ser enganado.

“São cerca de oito horas da tarde. É verão e o céu ainda está claro. A multidão comprime-se em volta da guilhotina, erguida no centro da antiga Place du Thrône, atual Barriére de Vincennes. Junto dos degraus que conduzem ao cadafalso, o carrasco, Charles-Henri Sanson, espera respeitosamente de pé, flanqueado por dois ajudantes. O calor é opressivo, e em toda a praça reina um odor mefítico de sangue. Vindos da cidade, despontam os carroções. Hoje são dois, e vêm bastante cheios: ao todo, serão quarenta vítimas. Recebem-nas as exclamações e ameaças habituais, mas o barulho logo se abafa em murmúrios de espanto. Acontece que, entre os condenados, se veem diversas mulheres de capa branca: são as dezesseis carmelitas do convento de Compiègne, Ao contrário dos seus companheiros de infortúnio, não deixam pender a cabeça nem choram ou gritam; trazem o rosto erguido, e a linha firme do corpo é sublinhada pelas mãos amarradas às costas. E cantam: aos ouvidos de todos, ressoam as notas quase esquecidas da Salve Rainha em latim e do Te Deum. Até para o mais empedernido dos basbaques presentes, é um espetáculo inaudito.

Quando os carroções param ao pé do cadafalso, o burburinho faz-se silêncio absoluto. Até essas mulheres histéricas, as chamadas “fúrias da guilhotina”, que sempre estão na primeira fila dos espectadores, emudecem.

As primeiras a descer são as carmelitas. Uma delas, a priora, Madre Teresa de Santo Agostinho, aproxima-se do carrasco e pede-lhe que lhes conceda uns minutos para poderem renovar os seus votos e que a deixe ser a última a sofrer a execução, para que possa animar cada uma das suas filhas até o fim. Sanson, o carrasco, alma delicada, concorda de bom grado.

Todas juntas, cantam o Veni Creator Spiritus. A seguir, renovam os seus votos religiosos. Enquanto rezam, uma voz de mulher sussurra na multidão: “Essas boas almas, vejam se não parecem anjos! Pela minha fé, se essas mulheres não forem diretas ao paraíso, é porque o paraíso não existe!… “.

A priora recua até a base da escada. Tem nas mãos uma estatueta de cerâmica da Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo. A primeira a ser chamada, a mais jovem de todas, é a noviça Constança. Ajoelha-se diante da Madre e pede-lhe a bênção. Segundo uma testemunha, ter-se-ia também acusado nesse momento de não haver terminado o ofício do dia.

Com um sorriso, a Madre diz-lhe: “Vai, minha filha, confiança! Acabarás de rezá-Io no Céu”…, e dá-lhe a beijar a imagem. Constança sobe rapidamente os degraus, entoando o salmo Laudate Dominum omnes gentes, “Louvai o Senhor, todos os povos”. “Ia alegre, como se se dirigisse para uma festa”. O carrasco e seus ajudantes, com gesto profissional, dispõem-na debaixo da guilhotina. Ouve-se o golpe surdo do contrapeso, o ruído seco da lâmina que cai, o baque da cabeça recolhida num saco de couro. Sem solução de continuidade, o corpo é lançado ao carroção funerário.

Uma por uma, as freiras ajoelham-se diante da priora e pedem-lhe a bênção e permissão para morrer. Cantam o hino iniciado por Constança. Quando chega a vez da Irmã de Jesus Crucificado, que tem 78 anos, os jovens ajudantes do carrasco têm de descer para ajudá-la a vencer os degraus. Ela diz-lhes afavelmente: “Meus amigos, eu vos perdoo de todo o coração, tal como desejo que Deus me perdoe”.

Só falta a Madre. Com gesto simples e firme, beija a estatuinha e confia-a a primeira pessoa que tem ao lado*. Tem 41 anos, um rosto expressivo, nem muito bonito nem feio; o porte é, mais do que altivo, descontraído. Os olhos castanhos, sofridos, mas irradiando bondade, procuram os do Pe. Lamarche, que as confessara no dia anterior na prisão e que se encontra entre a multidão. Como quem tem pressa em concluir uma tarefa urgente, sobe por sua vez os degraus. Agora tudo terminou. Pode-se cortar o silêncio como se fosse um queijo. Muitos dos assistentes choram baixinho. Anos mais tarde, encontrar-se-ão – registrados em cartas pessoais, diários íntimos e memoriais – os ecos da emoção que experimentaram e dos efeitos que ela lhes causou: muitos sentiram a necessidade de mudar de vida, de retomar a prática dos sacramentos, um ou outro de ingressar num convento… Um deles, um menino que presenciara a cena das janelas de um prédio situado em frente da guilhotina, guardou dela uma impressão tão profunda que, anos mais tarde, quando fazia o serviço militar, carregava sempre consigo as obras de Santa Teresa de Ávila e acabou por fazer-se sacerdote. “O amor vence sempre”, costumava dizer a Madre priora; “o amor vence tudo”.

(*) Essa imagem foi devolvida mais tarde à Ordem e encontra-se hoje no Carmelo de Compiègne, novamente fundado em 1867.

Os corpos foram levados às pressas para o antigo convento dos agostinianos do Faubourg de Picpus. Lá foram lançados na fossa comum e cobertos de cal viva. Hoje há ali um gramado cercado de ciprestes, com uma simples cruz de ferro. É um lugar de silêncio e oração.


Na capelinha anexa a esse cemitério, há uma lápide que traz o nome das dezesseis mártires beatificadas em 27 de maio de 1906 por São Pio X.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

NOSSA SENHORA de MERITXELL - Principado de Andorra (sec. XII)


Santuario de Meritxell

FONTE: Wikipedia

Na abertura da igreja, a imagem da Virgem havia desaparecido...

O Santuário de Meritxell, situado no lugarejo do mesmo nome (Principado de Andorra), é dedicado ao culto da Virgem de Meritxell, padroeira do Principado.

A origem da devoção a Nossa Senhora de Meritxell, baseia-se em uma tradição: no século XII, no dia da Epifania, festa dos Reis Magos, os habitantes de Meritxell foram a pé até o vilarejo de Canillo para assistir à Santa Missa, e ficaram surpresos ao encontrar uma roseira selvagem em flor, em pleno mês de janeiro, quando o inverno é bem rigoroso. Intrigados, aproximaram-se da roseira e, viram, aos seus pés, uma imagem da Virgem Maria. Eles relataram a descoberta ao reitor que, após a Missa, levou a imagem para a Igreja de Canillo, acompanhado por toda a aldeia.

No dia seguinte, ao abrir a Igreja, a imagem da Virgem havia desaparecido. Um viajante que por lá passara, advertiu ao reitor que acabara de descobrir, aos pés de uma roseira em flor, uma imagem da Virgem Maria. Logo, a aldeia, retornou ao local em que estava a roseira e constatou, realmente, que a imagem da Virgem Santíssima lá estava, aos pés da roseira selvagem que, apesar da forte nevasca da noite, estava florida, a neve tendo derretido ao seu redor.

Decidiu-se, então, que naquele local uma Igreja seria construída, para proteger e honrar a imagem da Virgem Maria, que passou a ser chamada de Nossa Senhora de Meritxell, padroeira de Andorra.


 

 


 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

NOSSA SENHORA DE LAS LAJAS OU SANTA VIRGEM DOS ROCHEDOS - COLÔMBIA



Oracoes e Milagres Medievais

Wikipedia: Santuário de Las Lajas

Surda e muda de nascença, Rosa começou a gritar: “Mamãe...”

Em 1754, a senhora de Quiñones e sua filha Rosa, surda e muda de nascença, estavam descansando numa gruta, acima do rio Guaitara, não longe da cidade de Ipiales (Colômbia), pertinho do Equador. Subitamente, Rosa que era surda e muda, pôs-se a gritar: "Mamãe, olha esta mestiça, com um mestiço pequenino nos braços!"

Sua mãe não viu nada. Alguns dias depois, Rosa se ajoelhou, bem no fundo da gruta, diante de uma imagem misteriosa da Virgem com a Criança. A estátua media, aproximadamente, 40 cm de altura, e estava pintada sobre uma pedra plana. Portava uma túnica cor-de-rosa, incrustada de flores douradas e um manto branco, ornado de estrelas.

Rosa adoeceu e faleceu. Sua mãe levou o corpo da menina aos pés da Virgem Maria, naquela gruta... E Nossa Senhora obteve a ressurreição da filha. Então, a mãe, plena de alegria, foi até a cidade de Ipiales, acordou os moradores que, maravilhados, fizeram soar os todos os sinos...

Nossa Senhora de "Las Lajas", pintada sobre uma pedra, também é conhecida como "Virgem do Rochedo", porque o santuário está aferrado a uma encosta rochosa. Centro de peregrinação, visado pela Colômbia e pelo Equador, no ano de 1927, o santuário foi declarado santuário nacional.


 

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O MILAGRE DE NOSSA SENHORA à SÃO JOÃO DAMASCENO (sec. VII)




Este santo, vingador das santas imagens contra os ímpios iconoclastas, foi condenado por Leão Isauro a ter a mão direita decepada.

Logo depois dessa bárbara execução, João foi prostrar-se diante da imagem de Maria, seu recurso ordinário, com o fim de oferecer a Deus, por Maria, seus sofrimentos.

Confiado no seu poderosíssimo auxilio, disse a Maria:

“Sabeis, ó Virgem Santa, qual foi o motivo por que me cortaram a mão. Ela era sagrada a vosso serviço. Ó Rainha dos anjos e dos homens, se não for contrário à vontade de Deus, vossa intercessão me pode restituir de novo a minha mão, a qual, mais do que antes, será vossa”.

Enquanto assim rezava, sentiu as dores diminuírem de intensidade até desaparecerem. Durante um sono reparador, Maria restituiu-lhe a mão, pedindo-lhe que escrevesse sempre em defesa da Igreja.

Ao redor do pulso, ficou apenas uma simples linha vermelha, como para servir de testemunho da autenticidade do milagre.

Tal prodígio, Maria o fez em favor de um homem que, pelas suas palavras e por seus escritos, defendia o culto das santas imagens.

(“Maria ensinada à mocidade” - Livraria Francisco Alves, 1915)