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domingo, 17 de junho de 2012

A IRREVERÊNCIA DOS GRUPOS CARISMÁTICOS & PENTECOSTAIS


O Apóstolo São Paulo encontrou em certas comunidades uma prática especial, chamada “glossolália”, ou “fala em línguas estranhas” – não confundir com o “dom das línguas” do dia de Pentecostes (At. 2,4) – e procurou regular o seu exercício, cercando-o de precauções para que não se transformasse em descontrolada explosão do sentimento religioso. Para isso exigiu necessariamente um intérprete (1 Cor. 14, 27). Trata-se de alguém com o encargo de vigilante da fé, pois, São Paulo submete também à vigilância da autoridade o exercício dos carismas proféticos (1 Cor. 14, 37). A “glossolália” teve duração transitória. Não ultrapassou à Igreja primitiva e desapareceu cedo.

O atual Carismatismo Católico e das seitas protestantes, em seu livre curso, expõe os fiéis a serem iludidos com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando se trata freqüentemente de manifestações naturais do sentimento religioso. Além disso, o demônio pode servir-se desses estados de superexaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de carismas, para enganar e perder a muitos.

Eis o que, nesse sentido, nos ensina o grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (Trat. do Amor de Deus, t.2, c. IV): “Tem-se visto em nossa época, muitas pessoas que crêem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; e ao cabo, descobria-se que o fato não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo sacerdote, no tempo de Santo Agostinho, punha-se em êxtase sempre que queria, cantando ou fazendo cantar uma ária lúgubre; (…). O admirável é que seu êxtase ia tão longe, que não sentia o fogo que se lhe aplicava, a não ser depois de ter voltado a si…, e ficava sem respirar”. E o santo adverte-nos ainda que o maligno pode transformar-se em espírito de luz, operar êxtases e outras coisas extraordinárias para confundir e perder as almas.

E São João da Cruz afirma: “Quando a alma procura estas comunicações carismáticas, abre a porta ao demônio.

O Carismatismo Católico e das seitas protestantes repete ainda o erro de Lutero que pretendeu uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina, por meios livres, que não os Santos Sacramentos estabelecidos para esse fim específico por Nosso Senhor. Daí ter Lutero supresso quase todos os Santos Sacramentos. E nos meios católicos influenciados pelo carismatismo protestante, em geral, nota-se um certo descaso para com a admirável obra sacramentária de Nosso Senhor.

Ouve-se dizer que católicos estão imitando o carismatismo superemotivo protestante. Para eles vale o que foi dito. Seria o caso de dizer-lhes com São Paulo “Não tentemos o Espírito Santo” com posturas emotivas estranhas, a ver se Ele produz em nós algum efeito extraordinário; nem “O injuriemos” atribuindo-Lhe tantas coisas estranhas!

Para os católicos que crêem no valor divino dos Santos Sacramentos e da admirável Ação do Espírito Santo em nossas almas através deles, e para outros de boa vontade, eis aqui uma bela página de verdadeira renovação carismática:

“O que fizeram os Apóstolos antes de tudo, senão batizar? Eles comunicaram o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos os que criam em Nosso Senhor Jesus Cristo.

É assim que a Igreja, sob a influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós O recebemos em nosso Batismo. [E se não O perdemos pelo pecado mortal, Ele continua a operar em nós através de seus dons e frutos as maravilhas de suas dádivas]. Devemos meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo que nos tornou templos de Deus e moradas do Espírito Santo. A recepção desse Sacramento opera nas almas uma grande transformação de ordem sobrenatural.

Os outros Sacramentos vêm completar esta efusão do seu Espírito Santo, operada em nosso Batismo. Assim, o Sacramento da Confirmação nos comunica também, com uma maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois temos necessidade deles para alimentar e bem exercer a nossa vida espiritual e cristã.

Mas não é tudo. Com efeito, Nosso Senhor quis que dois Sacramentos, em particular, intensifiquem em nós a comunicação do seu Espírito com a efusão de seus dons, de forma freqüente. São os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia. A Penitência reforça a graça que recebemos em nosso Batismo e purifica nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber abundantes graças do Espírito Santo, se O estamos contristando pelo pecado. Este Sacramento restitui, pois, a força do Espírito Santo e o poder da graça.

O Sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do Santo Sacrifício da Missa, que renova a oblação sacrifical de Cristo, e nos aplica os frutos da Redenção? (…) Na Eucaristia recebemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com N. S. Jesus Cristo, bem como a força do Espírito Santo.

Os Sacramentos do Matrimônio e da Ordem santificam a sociedade. O primeiro, santifica as famílias. O segundo, a Ordem é verdadeiro carisma. É concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.

Por fim, o Sacramento da Extrema-Unção nos prepara para receber a verdadeira, plena e definitiva efusão do Espírito Santo, quando receberemos a nossa recompensa no Céu.”

Um comentário:

  1. É sempre muito gostoso visitar este blog. Gosto muito
    Hoje me lembrei de quando criança ficava imaginando a imagem de Deus Pai. Deus Pai nao tem imagem mas era assim que o imaginava.
    Da maneira como ilustra o cabeçalho de seu blog.
    Passe pelo meu cantinho, se gostar , siga-o deixando lá sua carinha. Deixe também seu precioso comentário, caos goste do que ver ou ler.
    crisma2012matao.blogspot.com.br

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