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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SANTA MARIA, A SEMPRE VIRGEM-MÃE DE DEUS......



A maternidade de Maria resplandece com tão virginal fulgor, que todas as virgens, diante dEla, são como se não o fossem. Somente Ela é a imaculada, a Virgem entre as virgens, a única que perfuma e torna perfeita a castidade de todas.


No primeiro dia do ano novo, o calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima, no mistério de sua maternidade divina. Escolha acertada, porque de fato Ela é "a Virgem mãe, Filha de seu Filho, humilde e mais sublime que toda criatura, objeto fixado por um eterno desígnio de amor". Ela tem o direito de chamá-lo "Filho", e Ele, Deus onipotente, chama-a, com toda verdade, Mãe!



Vós tendes, ó Maria, autoridade de Mãe para com Deus, e por isso alcançais também o perdão aos mais abjetos pecadores. Em tudo vos  reconhece o Senhor por sua verdadeira Mãe e não pode deixar de atender a cada desejo vosso. (Santo Afonso Maria de Ligório, As Glórias de Maria).

Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em Roma, no século IV. Desde 1931 era no dia 11 de outubro, mas com a última revisão do calendário religioso passou à data atual, a mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após ter nascido.
Num certo sentido, todo o ano litúrgico segue as pegadas desta maternidade, começando pela solenidade da Anunciação, nove meses antes da Natividade. Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Como todas as mães, trouxe no próprio seio aquele que só ela sabia que se tratava do Filho unigênito de Deus, que nasceu na noite de Belém.
Ela assumiu para si a missão confiada por Deus. Sabendo, por conhecer as profecias, que teria também seu próprio calvário, enquanto mãe daquele que seria sacrificado em nome da salvação da Humanidade. Deus se fez carne por meio de Maria. Ela é o ponto de união entre o Céu e a Terra. Contribuiu para a obtenção da plenitude dos tempos. Sem Maria, o Evangelho seria apenas ideologia, somente "racionalismo espiritualista", como registram alguns autores.
O próprio Jesus através do apóstolo São Lucas (6,43) nos esclarece: "Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto". Portanto, pelo fruto se conhece a árvore. Santa Isabel, quando recebeu a visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre." (Lc1,42). O Fruto do ventre de Maria é o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor. Quem aceita Jesus, fruto de Maria, aceita a árvore que é Maria. Maria é de Jesus e Jesus é de Maria. Ou se aceita Jesus e Maria ou se rejeita a ambos.
Por tomar esta verdade como dogma é que a Igreja reverencia, no primeiro dia do ano, a Mãe de Jesus. Que a contemplação deste mistério exerça em nós a confiança inabalável na Misericórdia de Deus, para nos levar ao caminho reto, com a certeza de seu auxílio, para abandonarmos os apegos e vaidades do mundo, e assimilarmos a vida de Jesus Cristo, que nos conduz à Vida Eterna. Assim, com esses objetivos entreguemos o novo ano à proteção de Maria Santíssima que, quando se tornou Mãe de Deus, fez-se também nossa Mãe, incumbiu-se de formar em nós a imagem de seu Divino Filho, desde que não oponhamos de nossa parte obstáculos à sua ação maternal.
A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz. Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o amor ao próximo, Nosso Senhor Jesus Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador. Dia da Paz, dia de nossa Mãe, Maria Santíssima. Nos tempos sofridos em que vivemos, um dia de reflexão e esperança!

Contemplamos hoje Maria, mãe sempre virgem do Filho unigênito do Pai; aprendemos d'Ela a receber o Menino que nasceu para nós em Belém... Trecho da Homilia de Bento XVI na Solenidade da Mãe de Deus, 1° de Janeiro de 2008. "Nossa Senhora do Belo Amor" - Casa Mãe dos Arautos do Evangelho, São Paulo.

A Predestinação de Maria a Maternidade Divina:
A predestinação com que a Santíssima Virgem foi eleita é especial, única entre todas, não somente pelo grau, mas pelo gênero. Se Maria é, na verdade, a primeira criatura predestinada com a mais perfeita imagem de seu Filho, é, além disso e a outro título, a única predestinada em qualidade de Mãe sua.
Para demonstrar a afirmação de que desde toda a eternidade Deus predestinou a Santíssima Virgem Maria para ser a Mãe do Verbo encarnado, o insigne dominicano Fr. Royo Marín evoca a pura voz da infabilidade pontifícia:
"Na Bula Ineffabilis Deus, com a que Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição, leêm-se expressamente estas palavras: "Elegeu e assinalou (Deus), desde o princípio e antes dos tempos, para seu Unigênito uma Mãe, na qual Ele se encarnaria, e da qual, depois, na ditosa plenitude dos tempos, nasceria; e em tal grau A amou acima de todas as criaturas, que somente nEla se comprouve com singularíssima benevolência."
Nada sucede, nem pode suceder no tempo que não tenha sido previsto ou predestinado por Deus desde toda a eternidade. Logo, se a Virgem Maria é, de fato, a Mãe do Verbo encarnado, claro está que foi predestinada para isso desde toda a eternidade. É uma verdade tão límpida e evidente que não necessita demonstração alguma.

Maria, Verdadeira Mãe de Deus:
Para que uma mulher possa dizer-se verdadeiramente mãe, é necessário que subministre à sua prole, por via de geração, uma natureza semelhante (ou seja, consubstancial) à sua.
Suposta esta óbvia noção da maternidade, não é tão difícil compreender-se de que modo a Virgem Santíssima possa ser chamada verdadeira Mãe de Cristo, tendo Ela subministrado a Cristo, por via de geração, uma natureza semelhante à sua, ou seja, a natureza humana.
A dificuldade surge, porém, quando se procura compreender de que modo a Virgem Santíssima pode ser chamada verdadeira Mãe de Deus, pois não se vê bem, à primeira vista, de que modo Deus possa ser aqui gerado. Não obstante isso, se se observar atentamente, as duas fórmulas: Mãe de Cristo e Mãe de Deus, se equivalem, pois significam a mesma realidade e são, por isso, perfeitamente sinônimas. Nossa Senhora, com efeito, não é denominada Mãe de Deus no sentido de que houvesse gerado a Divindade (ou seja, a natureza divina do Verbo) e sim no sentido de que gerou, segundo a humanidade, a divina pessoa do verbo.
O sujeito da geração e da filiação não é a natureza, mas a pessoa. Ora, a divina pessoa do Verbo foi unida à natureza humana, subministrada pela Virgem Santíssima, desde o primeiro instante da concepção; de modo que a natureza humana de Cristo não esteve jamais terminada, nem mesmo por um instante, pela personalidade humana, mas sempre subsistiu, desde o primeiro momento de sua existência, na pessoa divina do Verbo. Este e não outro é o verdadeiro conceito da maternidade divina, tal como foi definida pelo Concílio de Éfeso, em 431.
Em suma, "Maria concebeu realmente e deu à luz segundo a carne à pessoa divina de Cristo (única pessoa que há nEle), e, por conseguinte, é e deve ser chamada com toda propriedade Mãe de Deus.
Não importa que Maria não haja concebido a natureza divina enquanto tal (tampouco as outras mães concebem a alma de seus filhos), já que essa natureza divina subsiste no Verbo eternamente e é, por conseguinte, anterior à existência de Maria. Ela, porém, concebeu uma pessoa - como todas as demais mães -, e como essa pessoa, Jesus, não era humana, mas divina, segue-se logicamente que Maria concebeu segundo a carne a pessoa divina de Cristo, e é, portanto, real e verdadeiramente Mãe de Deus.

Jamais teve alguém em seus braços tesouro de igual valor: infinito...! Entretanto, quem foi mais desejosa  do que Nossa Senhora de atrair outros para compartilharem de Seu tesouro? Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Mater Boni Consilii, p. 5)

O Testemunho da Escritura:
A Sagrada Escritura nos diz explicitamente que a Virgem Santíssima é verdadeira Mãe de Jesus (Mt, II, 1; Lc. II, 37-48; Jo. II, 1; At. I, 14). Com efeito, Jesus nos é apresentado como concebido pela Virgem (Lc. I, 31) e nascido da Virgem (Lc. II, 7-12). Mas, Jesus é verdadeiro Deus, como resulta do seu próprio e explícito testemunho, pela fé apostólica da Igreja, pelo testemunho de São João, etc. Para se poder negar sua divindade, não há outro caminho senão rasgar todas as páginas do Novo Testamento.
Ora, se Maria é verdadeira Mãe de Jesus e Jesus é verdadeiro Deus, segue-se necessariamente que Maria é verdadeira Mãe de Deus.
São Paulo ensina explicitamente que, "chegada a plenitude dos tempos, Deus mandou seu Filho, feito de uma mulher" (Gal. IV, 4). Por estas palavras, manifesta-se claramente que Aquele que foi gerado ab aeterno pelo Pai é o mesmo que foi, depois, gerado no tempo pela Mãe; mas Aquele que foi geradoab aeterno pelo Pai é Deus, o Verbo. Portanto, também o que foi gerado no tempo pela Mãe é Deus, o Verbo.
Ainda mais clara e explícita, em seu vigor sintético, é a expressão de Santa Isabel. Respondendo à saudação que Maria lhe dirigira. Santa Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, disse, cheia de admiração: "E como me é dado que a Mãe de meu Senhor venha a mim?" (Lc I, 43).
A expressão meu Senhor é, evidentemente, sinônimo de Deus, pois que, em seguida, Isabel acrescenta: "Cumprir-se-ão em Ti todas as coisas que te foram ditas da parte do Senhor", ou seja, da parte de Deus. Isabel, portanto, inspirada pelo Espírito Santo, proclamou explicitamente que Maria é verdadeira Mãe de Deus.

A Voz da Tradição:
Toda a tradição cristã, a partir dos tempos apóstolicos, é uma proclamação contínua desta verdade mariológica fundamental. Nos dois primeiros séculos, os Padres ensinaram que Maria concebeu e deu à luz a Deus. No terceiro século, começa o uso do termo que se tornou clássico: Theotokos, ou seja, Mãe de Deus.
No século IV, mesmo antes do Concílio de Éfeso, a expressão Mãe de Deus se tornara tão comum entre os cristãos, que dava nos nervos do Imperador Juliano, o Apóstata, o qual se lamentava de os cristãos não se cansarem nunca de chamar a Maria de Mãe de Deus. João de Antioquia aconselhava a seu amigo Nestório para não insistir demasiado em negar este título, a fim de evitar tumulto do povo. O próprio Alexandre de Hierápolis, cognominado de outro Nestório, reconhecia que a expressão Mãe de Deus estava em uso entre os cristãos desde muito tempo.
A exultação mesma que os fiéis demonstraram, quando a maternidade divina foi definida solenemente como dogma de fé, comprova até à evidência quão profundamente na alma estava radicada essa verdade fundamental na alma daqueles antigos cristãos. Por isso, no sentir do Pe. Terrien, "as definições dos concílios não introduziram um novo dogma, mas foram antes a sanção oficial da fé da Igreja, motivada pelas sacrílegas negações dos inovadores." (Pequeno Ofício da Imaculada Conceição comentado, Monsenhor João Clá Dias, EP, Artpress, São Paulo,1997, p. 365 à 367)

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