20. Visão da Jerusalém celestial.
Vi nas brilhantes ruas da cidade de Deus muitos palácios e jardins resplandecentes, nos quais tinha inumeráveis coortes de santos, que discorriam louvando a Deus e derramando suas graças sobre os homens. Na celestial Jerusalém não há nenhuma igreja: o mesmo Cristo é a igreja. Maria reina na cidade de Deus, e sobre ela estão Cristo e a Santíssima Trinidad. Desde Ela desce sobre Maria celestial orvalho, que se difunde sobre toda a santa cidade.
Vi embaixo da cidade de Deus, à igreja de São Pedro e me regozijei porque, apesar da negligência dos homens ela recebe sempre do céu a verdadeira luz. Vi os caminhos que vão à Jerusalém celestial e aos santos pastores que conduziam a ela às melhores almas de seu rebanho. Estes caminhos não estavam muito cheios.
Vi também o caminho por onde eu tenho de ir à cidade de Deus, e vi, como desde o centro de um amplo círculo, a todos aqueles a quem de algum modo tinha eu ajudado. Vi a todos os meninos e aos pobres a quem tinha cozido algum vestido e me admirei e me alegrei especialmente ao ver as diversas maneiras em que os tinha cortado.
Depois vi todas as cenas de minha vida em que tinha sido útil a algum, já com meu exemplo, ou com auxílios, orações e trabalhos. Vi o proveito que de aqui se tinha seguido em forma de jardins nascidos de minhas próprias obras. Estes jardins tinham sido cultivados de diferente modo por seus diferentes modos; alguns os tinham deixado perder-se. Vi que sorte coube a cada uma daquelas almas em quem eu tinha causado alguma impressão.
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