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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A LEGITIMIDADE BÍBLICA da SUCESSÃO PAPAL à CADEIRA de SÃO PEDRO



A PRIMEIRA SUCESSÃO APOSTÓLICA

A primeira sucessão apostólica que encontramos no Novo Testamento lemos no capítulo 1 dos Atos dos Apóstolos. São Pedro declara a vacância do posto (ministério) de Judas Iscariotes e aponta a necessidade de que alguém a ocupe: "Naqueles dias, Pedro se pôs de pé em meio aos irmãos - o número de pessoas reunidas era de cerca de cento e vinte - e lhes disse: 'Irmãos, era preciso que se cumprisse a Escritura em que o Espírito Santo, pela boca de Davi, havia falado acerca de Judas, que guiou aqueles que prenderam Jesus. Porque ele era um de nós e obteve um posto neste ministério, convém, pois, que dentre os homens que andaram conosco todo o tempo em que Jesus viveu entre nós, a partir do batismo de João até o dia em que nos foi levado, um deles seja constituído testemunha conosco de sua ressurreição. Apresentaram dois: José, chamado Barsabás, de sobrenome Justo, e Matias. Então oraram assim: 'Tu, Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois elegeste para ocupar no ministério do apostolado o posto do qual Judas desertou para ir para onde lhe correspondia'. Lançaram sortes e a sorte caiu sobre Matias, que foi agregado ao número dos doze Apóstolos" (Atos 1,16-17.21-26).

EVIDÊNCIA BÍBLICA DA INSTITUIÇÃO DOS PRESBÍTEROS POR INTERMÉDIO DA AUTORIDADE DOS APÓSTOLOS OU PRESBÍTEROS PREVIAMENTE ORDENADOS

Como vimos, está claríssima a consciência que tinham os Apóstolos de que o ministério do apostolado não permanecia vacante (posteriormente este ministério será desempenhado pelos bispos). Os Apóstolos também estavam conscientes da obrigação que tinham de que seus sucessorem poderiam exercer seu ministério de forma plena, organizando igrejas e colocando à frente homens capazes. Assim vemos como o livro dos Atos dos Apóstolos nos narra que uma das principais atividades dos Apóstolos era fundar igrejas e designar presbíteros para elas: "Designavam presbíteros em cada igreja e após fazer oração e jejuns, os encomendavam ao Senhor em quem haviam crido" (Atos 14,23).

No começo os presbíteros eram nomeados exclusivamente pelos Apóstolos; posteriormente, também por outros presbíteros já ordenados. Inexistia aqui o que se costuma a ver nas igrejas protestantes, onde alguém que possui um carisma simplesmente funda uma igreja e toma nela o posto de pastor.

Exemplos claros encontramos nas epístolas paulinas, onde Paulo menciona a ordenação de Timóteo como presbítero através da imposição das mãos e o exorta a não instituir presbítero a qualquer pessoa (resto claro que ninguém poderia se autoproclamar presbítero). “Por isto te recomendo que reavivas o carisma de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque o Senhor não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e de temperança. Não te envergonhes, pois, nem do testemunho que hás de dar de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro. Ao contrário, suporta comigo os sofrimentos pelo Evangelho, ajudado pela força de Deus, que nos salvou e nos chamou para uma vocação santa, não por nossas obras, mas por sua própria determinação e por sua graça que nos deu desde toda a eternidade em Cristo Jesus" (2Timóteo 1,7-9).

"Não descuideis do carisma que há em ti, que te foi comunicado pela intervenção profética através da imposição das mãos do colégio de presbíteros" (1Timóteo 4,14). "Não te precipites a impor as mãos sobre alguém, nem te faças partícipe dos pecados alheios. Conserva-te puro" (1Timóteo 5,22).

Volto a observar que Paulo menciona que a ordenação de Timóteo se deu mediante a imposição das mãos do colégio de presbíteros (outras Bíblias traduzem como "conselho de anciãos", que é uma expressão sinônima). Vemos, assim, que os primeiros presbíteros foram ordenados pelos próprios Apóstolos e os presbíteros seguintes foram ordenados pelos Apóstolos ou por outros presbíteros previamente ordenados. O certo é que para que uma ordenação ser considerada válida SEMPRE deveria o aspirante ser ordenado por presbíteros ordenados por outros presbíteros até se chegar aos Apóstolos. A esta legítima linha de sucessão chamamos "sucessão apostólica".

O mesmo ocorre com Tito, que também sendo um presbítero, é enviado por Paulo a organizar as igrejas e instituir presbíteros para o seu governo: "O motivo de ter-te deixado em Creta foi para que acabasses de organizar o que faltava e estabeleceres presbíteros em cada cidade, como te ordenei" (Tito 1,5).

A finalidade era sempre clara: "Tu, pois, filho meu, mantei-te forte na graça de Cristo Jesus; e do quanto me tens ouvido na presença de muitas testemunhas, confiai-o a homens fiéis, que sejam capazes, por sua vez, de instruir a outros" (2Timóteo 2,1-2).

Paulo deixou em suas epístolas grande quantidade de recomendações referentes aos assuntos do governo da Igreja. Ele precisava se assegurar que os candidatos a estes ministérios eram irreprováveis porque sabia que no rebanho se infiltrariam lobos devoradores. Com estas diretrizes, a Igreja conseguiria identificá-los facilmente: "É certa esta afirmação: se alguém aspira ao episcopado, deseja uma nobre função. É, pois, necessário que o bispo seja irrepreensível, casado uma única vez, sóbrio, sensato, educado, hospitaleiro, apto para ensinar, não beberrão nem violento, mas moderado, inimigo das pendências, desprendido do dinheiro, que saiba governar a sua própria casa, pois senão como poderá cuidar da Igreja de Deus? Não deve ser neófito, a não ser que, levado pela soberba, caia na mesma condenação do Diabo. É também necessário que tenha boa fama entre os de fora, para que não caia no descrédito e nas redes do Diabo. Também os diáconos devem ser dignos, sem dubiez, nem dados a beber muito vinho nem a negócios sujos; que guardem o mistério da fé com uma consciência pura. Primeiro serão submetidos à prova e depois, se forem irrepreensíveis, se tornarão diáconos" (1Timóteo 3,1-10).

"Os presbíteros que exercem bem o seu cargo merecem remuneração em dobro, principalmente os que se dedicam à pregação e ao ensinamento. A Escritura, com efeito, diz: 'Não colocarás bocal no boi que trilha' e também: 'O operário é digno do seu salário'. Não admitas nenhuma acusação contra um presbítero se não vier acompanhada do testemunho de duas ou três pessoas. Aos culpados, repreendei-os diante de todos, para que os demais tenham temor" (1Timóteo 5,17-20).

"Ao sectário, após uma e outra advertência, evita-o; já sabes que esse é pervertido e peca, condenado por sua própria sentença" (Tito 3,10-11).

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