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quinta-feira, 12 de abril de 2012

HAGIOGRAFIA - 12 de Abril, São Sabas, o Godo - Mártir (+ 372)



Da nação dos Godos, Sabas era filho de pais católicos, que se esmeraram em proporcionar-lhe uma educação rigorosamente católica. Vivendo no meio de arianos, com o máximo cuidado afastaram do menino todas as influências da heresia. Tiveram, pois, a satisfação de verem o filho desenvolver-se física e moralmente, sendo desde pequeno amigo da oração e das coisas divinas. Não descuidando o estudo das ciências e artes, era mestre na ciência dos Santos.

Jovem ainda, muito trabalhou pela conversão de idólatras e hereges. Mortos os pais, destinou grande parte da fortuna aos católicos pobres, que sofriam cruel perseguição da parte dos Godos. Corajosamente os defendia, sempre que as circunstâncias o aconselhavam, e seu desejo era um dia alcançar a coroa do martírio.

As autoridades e pessoas de influência, entre os Godos, eram pagãos e tudo faziam para prejudicar a religião cristã. A perseguição começou com a ordem dada aos católicos, de comerem a carne dos animais mortos no culto dos deuses. Pagãos havia que, para salvar a vida de parentes católicos, faziam clandestinamente substituir a carne sagrada por outra comum, enganando habilmente a vigilância dos guardas. Sabas declarou-se francamente contrário a esta praxe e disse não poder reconhecer como cristãos aqueles, que desta maneira pretendiam iludir pagãos e ca­tólicos. Este enérgico protesto salvou a muitos da queda. Outros, porém, achando que era excessivo esse rigor, fizeram-lhe guerra e obrigaram-no a sair daquela localidade; mas chamaram-no novamente pouco tempo depois, quando irrompeu uma perseguição mais rude ainda contra o catolicismo. Um emissário do governo apareceu no lugar on­de estava Sabas, para descobrir os cristãos. Fora então combinado en­tre os habitantes declarar, sob juramento, que ali não existia católi­co nenhum. Sabas opôs-se a este plano e declarou àqueles que estavam prontos a prestar juramento: “Quanto a mim, ninguém jure, pois sou cristão”. O emissário, sabendo do incidente, citou a Sabas perante a sua presença e intimou-o a fazer declarações sobre os bens de fortuna. Descobrindo, porém, que Sabas era pobre, que nada possuía além da roupa do corpo, o magistrado tratou-o com desprezo e despediu-o.

Pela Páscoa de 372, a perseguição recrudesceu. Sabas cuidava de festejar do melhor modo possível a Páscoa. Para este fim, pretendia procurar o sacerdote Gutica, que residia em lugar distante. No meio do caminho, porém, devido a um aviso do céu, resolveu voltar e celebrar a Páscoa com o sacerdote Sansala.

Três dias depois da festa, um bando, chefiado por Atarido, filho de um príncipe daquela região, as­saltou a casa do sacerdote, apoderou-se da pessoa deste e de Sabas, e levou ambos, maltratando-os de maneira bárbara. Os ferimentos, porém, infligidos a Sabas não deixaram o menor vestígio, o que grande admiração causou aos perseguidores.

Atarido, porém, em vez de reconhecer nisto a proteção divina, que Sabas visivelmente ex­perimentava, redobrou de crueldde. Mandou que a este e a Sansala fosse servida carne dos altares pagãos. Ambos se negaram a tomá-la, e Sabas declarou: “Esta carne é impura e profana; como impuro e profano é aquele, que nô-la mandou”. Sabas estava ainda falando, quando um dos soldados, com toda força lhe arremessou a lança contra o peito. Os circuns­tantes julgavam já morto o santo homem, quando este sem o menor sinal de perturbação, continuou: “Pensas talvez que assim me podes matar? o golpe de lança, que con­tra meu peito dirigiste, não me fez maior mal, que se me tivesses ati­rado um floco de lã”. Atarido, ain­da mais excitado, deu ordem de en­tregar Sabas à morte.

Os soldados, movidos por sentimentos humanos, ofereceram-lhe ocasião de evadir-se. Sabas, porém foi conduzido à margem do rio Mussovo, afluente do Danúbio, para ser afogado. Longe de sentir tristeza, manifestou a maior satisfação, por ter sido acha­do digno de morrer pela fé. Os sol­dados, movidos por sentimentos humanos, ofereceram-lhe ocasião de evadir-se. Sabas, porém, disse-lhes: “Fazei o que vos for ordenado. Vejo na outra banda o que não vedes. Vejo ali os mensageiros de Deus, que vieram buscar minha al­ma e conduzi-la à glória eterna”. Os soldados então o amarraram e atiraram à água. Este acontecimen­to teve lugar aos 12 de abril de 372, quando eram imperadores Valenti­niano e Valente.

Martírio de São Sabas
Os soldados tiraram da água o corpo do mártir, deixando-o inse­pulto na areia. Júnio Sorano, duque da Scítia e grande servidor de Deus, mandou buscá-lo e decentemente enterrar na Capadócia.

Retirado e adaptado do livro: Lehmann, Pe. João Batista , S.V.D., Na Luz Perpétua, Lar Católico, Juiz de Fora, 1956

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