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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Santa Cecília, modelo de Virgindade e Fortaleza

Célebre virgem e mártir, padroeira dos músicos, Santa Cecília, cuja festa se comemora no dia 22 de novembro, é venerada e aclamada há séculos em todo o mundo católico. A ela estão dedicadas inúmeras catedrais e igrejas.

Por Luís Carlos Azevedo


Santa Cecília pertencia a uma das famílias mais ilustres de Roma, a dos Caecillius. Numa época - o século III - em que o martírio era o fim provável dos cristãos, converteu-se decididamente ao Cristianismo, consagrando sua virgindade a Nosso Senhor Jesus Cristo. Desde então, seu Anjo da Guarda tornou-se-Ihe visível, protegendo-a nas mil vicissitudes da vida palaciana. Sob o vestido de seda e ouro usava o cilício, multiplicando os jejuns e orações para obter aquela coragem interior indispensável à perseverança.
Dom Guéranger - notável abade beneditino do século XIX - quis colocar o primeiro mosteiro de Beneditinas da Congregação de Solesmes sob a proteção desta Santa, modelo ideal da virgindade cristã.


Voto de virgindade
Obrigada a casar-se com um jovem pagão, Valeriano, Cecília suplicava continuamente a Deus a preservação de sua virgindade. Na brilhante festa profana dos esponsais, cantava com os Anjos, interiormente: "Guardai, Senhor, sem mancha meu coração e meu corpo".
Assim que esteve a sós com Valeriano, expôs-lhe com firmeza o voto de virgindade, asseverando que um Anjo de Deus a assistia e o mataria se não respeitasse aquele voto.
Santamente impressionado com a extraordinária revelação, Valeriano quis que o Anjo se tornasse visível também a ele, para que pudesse acreditar. Ao saber que era preciso "ser purificado na fonte que brota para a vida eterna", o jovem não hesitou um instante, cônscio dos riscos que corria: foi logo entrevistar-se com o Papa Urbano I. Esclarecido sobre as verdades fundamentais da Fé, foi-lhe administrado o Batismo.
Regressando a seu palácio, revestido da túnica branca dos neófitos, encontrou sua esposa em oração, e ao lado dela, o Anjo Custódio, tendo nas mãos duas coroas de rosas e lírios.
Colocando uma sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, disse-lhes o Anjo: "Dos jardins dos Céus trago-vos estas coroas. conservai-as por vossa pureza; não murcharão e nunca hão de perder o seu perfume. Entretanto, somente serão vistas por aqueles que forem puros como vós. E agora, ó Valeriano, visto que concordaste com o voto de castidade de Cecília, o Filho de Deus, Jesus Cristo, enviou-me para receber todos 'os pedidos que quiseres fazer-lhe".
Valeriano reduziu todos seus pedidos a um só: a conversão de seu irmão Tibúrcio.


Conversão de Tibúrcio
No dia seguinte, ao visitar os recém casados, Tibúrcio percebeu o aroma de rosas e lírios, maravilhando-se com o fato, sobretudo porque não via as flores, raras naquela estação. Valeriano revelou-lhe a existência das coroas, e que só lhe seriam visíveis se tornasse cristão. E começou a instruí-Io, com pouco sucesso. Interveio então Cecília. Utilizando a linguagem dos profetas, tantas vezes repetida pelos mártires, demonstrou toda a vergonha da idolatria, e alcançou que Tibúrcio execrasse verdadeiramente os ídolos. Convertido e batizado, passou ele a ver continuamente os Anjos e a conversar com eles!
Cecília e Valeriano alegravam-se com estas maravilhas, e todos os três os enchiam a Igreja com o brilho de sua caridade.
Os dois irmãos foram em breve denunciados, perseguidos, e depois de uma corajosa profissão de Fé, que converteu grande número de pagãos, foram degolados.
Preparando-se para a tormenta inevitável, Cecília distribuiu todos os seus bens aos pobres e doou seu palácio do Trastevere a um nobre personagem chamado Gordianp, para que fosse salvo do confisco e consagrado depois ao culto católico.
Esse palácio tornou-se uma das mais belas igrejas de Roma. Reconstruído no século IX, e reformado no século XVI, constitui a atual Basílica de Santa Cecília, em Roma, em cuja cripta repousam os corpos de Santa Cecília, São Valeriano e São Tibúrcio.


Martírio de Santa Cecília
Depois de ter enfrentado o prefeito de Roma com a altaneira e a majestade de uma filha da Igreja, esposa de Cristo e patrícia romana, refutando com lógica inquebrantável as alegações do magistrado e patenteando aos olhos de todos sua inocência, Cecília foi injustamente condenada à morte aproximadamente no ano de 230, durante o reinado do Imperador Alexandre Severo.
O prefeito romano, após infrutífera tentativa de matá-Ia pela ação de vapores escaldantes, na sala de banhos do palácio de Santa Cecília, enviou um carrasco com a ordem de cortar a cabeça da virgem com a espada. Depois de três golpes, não tendo conseguido degolar aquela jovem de Fé inabalável, produzindo apenas a efusão de sangue, o carrasco fugiu, pois havia uma lei que proibia ferir a vítima que não tivesse morrido com três golpes.
Durante três dias permaneceu Cecília agonizando, mantida em vida por verdadeiro milagre, falando continuamente à multidão que se concentrava em tomo dela, estimulando uns e convertendo outros. Somente ao terceiro dia, o santo Pontífice Urbano I pôde comparecer ao local: "Pai - disse-lhe a Santa " pedi ao Senhor esta demora para colocar nas vossas mãos os pobres que eu sustentava; deixo-vos também esta casa, a fim de que, consagrada por vós, seja para sempre uma igreja". Após essas palavras entregou sua bela alma a Deus.
Seu corpo foi depositado numa uma de cipreste. Conservaram-lhe a posição em que estava ao morrer: os braços estendidos, os três dedos simbolicamente dispostos, indicando seu ato de fé na Santíssima Trindade, o rosto voltado para a terra. Precisamente a posição em que foi encontrada nas escavações do século IX e do século XVI.


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