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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Falsa Glossolalia Religiosa Atual

(fonte: defesacatólica)


A Igreja não é essencialmente carismática.

Os carismas, dons extraordinários, foram sim concedidos de modo abundante aos primeiros cristãos para facilitar a expansão do cristianismo. A glossolalia, por exemplo, dom muito comum nos primeiros séculos, ajudou muito na rápida difusão da fé e na conversão dos pagãos. Entretanto, na medida em que a Igreja se estabelecia pelo mundo, houve uma diminuição desse benefício sobrenatural, conforme explicam os Doutores da Igreja.

Assim, comentando o trecho do Evangelho de São Marcos acerca dos fenômenos extraordiários que acompanharão os que tiverem fé, ensinou São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja:

“Será que, meus caros irmãos, pelo fato de que vós não fazeis nenhum destes milagres, é sinal de que vós não tendes nenhuma fé? Estes sinais foram necessários no começo da Igreja. Para que a Fé crescesse, era preciso nutri-la com milagres. Também nós, quando nós plantamos árvores, nós as regamos até que as vemos bem implantadas na terra. Uma vez que elas se enraizaram, cessamos de regá-las. Eis porque São Paulo dizia:”O dom das línguas é um milagre não para os fiéis, mas para os infiéis” (I Cor, XIV,22)”. (São Gregório Magno, Papa, Sermões sobre o Evangelho, Livro II, Les éditions du Cerf, Paris, 2008, volume II, pp. 205 a 209).

Com relação à diminuição do fenômeno da glossolalia, argumenta Santo Agostinho da seguinte maneira:

"Quem em nossos dias, espera que aqueles a quem são impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem portanto falar em línguas, saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo. Pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas, para demonstrar que o Evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra. Portanto o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou".

“Uma vez que mesmo agora quando o Espírito Santo é recebido, ninguém fala nas línguas de todas as nações, é porque a própria Igreja já fala na língua de todas as nações: Já que quem quer que seja que não está dentro da Igreja, não recebeu ainda o Espírito Santo" (Santo Agostinho, Tratado de XXXII sobre João).

Santo Agostinho também explica o motivo pelo qual os milagres deixaram de ser tão freqüentes como nos primeiros tempos da Igreja:

“A Igreja católica, estando uma vez difundida e estabelecida por toda a terra, aqueles milagres não foram mais consentidos ao nosso tempo. Isso para que o nosso espírito não exija sempre coisas visíveis, e que o gênero humano não se arrefeça pelo costume de se apoiar nesses bens, com cuja novidade se tinha inflamado” (A Verdadeira Religião. 2ª ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1987, p.80).

São Luis Maria Grignion de Montfort previne contra o desejo de coisas extraordinárias, tão “freqüentes” nas sessões carismáticas:

"Guardai-vos bem de visar o extraordinário e até de desejar conhecimentos excepcionais, visões, revelações e outras graças miraculosas que Deus por vezes comunicou a alguns Santos enquanto rezavam o Rosário" (A eficácia Maravilhosa do Santo Rosário).

Promovendo a busca desenfreada por fenômenos extraordinários, transformando os milagres extraordinários em “curas” extremamente ordinárias e reduzindo o dom de línguas a um confuso linguajar forjado e desordenado, atribuindo-lhe um valor absolutamente exagerado, a Renovação Carismática se opõe explicitamente ao que os santos Doutores sempre ensinaram.

Dizer que a “Renovação Carismática Protestante” configura a retomada dos carismas, significa acusar o Espírito Santo de ter abandonado a Igreja.

Ora, são os hereges que acusam a Igreja Católica de ter se desviado do verdadeiro cristianismo, corrompendo-se e apartando-se do primitivo espírito cristão. Nessa acusação, explícita ou veladamente, está afirmado que a Igreja apostatou, e que, portanto, Cristo não cumpriu com sua promessa de que "as portas do inferno não prevaleceriam contra ela” (Mt XVI,18).

A RCC se arroga hereticamente uma missão restauradora, de reinício de algo que teria sido interrompido na Igreja, devido ao seu esfriamento e desprezo dos dons de Deus.

Desse modo, a santidade da Igreja é posta em dúvida. Não apenas a santidade da Igreja é comprometida, como a própria ação do Espírito Santo, pois, se Ele jamais abandona a Igreja, como os homens poderiam impedir sua ação no seio da Igreja? Logo os carismáticos que tanto se gabam de possuir o Espírito Santo, atribuem a Ele uma certa impotência.

Essa acusação além de herética é falsa.

Deus jamais cessou de conceder seus principais carismas aos santos da Igreja. Grandes foram os milagres operados, por exemplo, por São Francisco Xavier durante sua missão na Ásia. E este santo recebeu o dom de línguas pelo qual pôde se comunicar com os asiáticos, mesmo sem conhecer sua língua.

Depois você me fala que o século XX foi consagrado ao Espírito Santo!

Explique-me, então, como foi possível que no século consagrado ao Espírito Santo, a “fumaça” de Satanás tenha entrado na Igreja de Deus?

Veja bem: segundo o Papa Paulo VI, não foi o Espírito Santo que entrou na Igreja após o Vaticano II e seu fruto “carismático”, mas a nuvem negra do Diabo.

Você conhece esse texto, caro William? É um texto do século XX. Transcrevo-o para sua apreciação:

“Por alguma fissura, a fumaça de Satanás está no templo de Deus: a dúvida, a incerteza, o questionamento, a preocupação, a insatisfação, o afrontamento surgiram. (...) Nós pensávamos que o amanhã do Concílio seria um dia ensolarado para a Igreja. Porém, encontramos novas tempestades. Nós procuramos cavar novos abismos ao invés de aplaná-los. Que aconteceu? Nós vos confiaremos nosso pensamento: foi um poder contrário, do diabo, este ser misterioso, inimigo de todos os homens, qualquer coisa de sobrenatural, que veio apodrecer e secar os frutos do Concílio Ecumênico e impedir que a Igreja brilhe em hinos de alegria por ter descoberto sua própria consciência” (Papa Paulo VI. Discurso em 29 de Junho de 1972. Negrito meu).

Para encerrar, você confirma que o avivamento promovido pela RCC teve início no protestantismo, tal como afirmam os teólogos carismáticos.

Agradeço pela confirmação. Assim, mais uma vez se comprova que a RCC tem raiz protestante, sendo, portanto, uma árvore herética. E bem sabemos que árvore ruim não produz fruto bom.

Causa finita est! In Corde Jesu, semper!

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