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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Visão de Anna Catharina Emmerich sobre a Igreja (15)

15. Vê os estragos que causam os inimigos à Igreja e à futura restauração por meio de Maria. (Páscoa de 1820)

Quando Ana Catarina teve esta visão, o guia lhe disse que abarcava sete espaços determinados de tempo; não pôde depois, ao relatar, fixar os limites de cada tempo nem dizer qual desses tempos correspondiam a ditos acontecimentos.
Vi à terra como numa superfície redonda, coberta de escuridão e trevas. Tudo estava corrompido e a ponto de perecer. Isto o vi muito detalhadamente em todas as criaturas, nas árvores, nos arbustos, nas plantas, nas flores, nos campos. Parecia como se as águas dos ribeiros das fontes, rios e mares fossem sorvidas e voltassem a sua origem. Fui pela terra desolada e vi aos rios como linhas delgadas, aos mares como negros abismos no meio dos quais só tinha algumas grotas com água.
Este fato é realmente espantoso e está relatado no artigo "O Caos", que já está no site. Num determinado momento todos os elementos que compõe a natureza se irão desagregar, descumprindo a ordem natural. Isso virá para esmagar a ciência arrogante, para que entenda finalmente que existe um Senhor e Criador de tudo. Então sim, se verá sim, a água como que espirrando para fora da terra e subindo para as nuvens. E rios e lagos inteiros serão sugados num abrir e fechar de olhos. Um horror!
Tudo o demais era lodo espesso e escuro onde via toda sorte de animal monstruoso e peixes lutando com a morte. Vi tanta distância ao redor que pude distinguir com toda clareza as orlas do mar onde em outra ocasião eu tinha visto que São Clemente foi submerso. Vi também lugares e multidão de gentes tristes e turvadas e muitas ruínas.
À medida que cresciam a secura e a desolação da terra, aumentavam-se as obras tenebrosas dos homens. Vi muitas maldades, em particular reconheci a Roma e vi a opressão que padecia a igreja e sua decadência no interno e no externo. Vi grandes exércitos que se dirigiam a um mesmo ponto desde várias regiões e todos estavam empenhados em lutas e batalhas. No meio deles vi uma grande mancha negra a maneira de um enorme buraco e em torno dele os combatentes eram cada vez menos, como se caíssem naquele abismo como se ninguém os visse cair.
É um fato admitido que os judeus, constituídos já em nação reconhecerão finalmente que Jesus Cristo é finalmente Messias ao que desconheceram por tanto tempo e entrarão nas igrejas católicas. Alguns colocam este fato durante o tempo da pregação de Elias e Enoc. Entre outros muitos textos sobre a conversa dos judeus veja-se especialmente no Cap. 11 da Epístola de São Paulo aos Romanos.
São Clemente I, romano, governou as igrejas por nove anos; foi martirizado no Quersoneso Taurico, precipitando-se no Mar Morto o ano 100.
Durante essa luta vi no meio de tanta ruína e corrupção a doze homens, em diferentes comarcas. Sem conhecer nem ter notícias os uns dos outros, receber como torrentes de água viva que deriva da vida eterna. Vi que todos eles trabalhavam no mesmo, em diferentes lugares e que não sabiam de onde lhes vinham os dons necessários, pois quando acabavam uma missão lhes encomendavam outra.
Eram doze e nenhum deles passava dos quarenta anos. Três eram sacerdotes e algum outro queria sê-lo. Vi também que algumas vezes eu tinha contato com algum deles, como se lhe conhecesse ou estivesse cerca dele. Em seus trajes não tinha nada de particular; cada um deles vestia segundo o uso atual de seu país. Vi que obtivessem de Deus o que se tinha perdido e como em todas as partes faziam o bem. Todos eram católicos.
No meio da tenebrosa corrupção vi falsos profetas e outras pessoas que trabalham contra os escritos destes doze apóstolos, os quais desapareciam com frequência no meio do tumulto e depois saíam outra vez mais resplandecentes que antes. Vi umas mulheres que estavam como em êxtases e junto a elas homens que as magnetizavam. Elas prediziam o futuro; mas a mim me causava aversão e horror, pareceu-me ver aquela mulher de Münster e pensei dentro de mim, com inquietude que ao menos o pai Limberg, não estaria junto a elas.
Quando as filas dos que combatiam em torno daquele negro abismo se aclararam mais e mais, e no meio do combate desapareceu toda uma cidade, aqueles doze homens apóstolos aumentaram muito o número dos que brigavam a seu lado e desde a outra cidade (a verdadeira cidade de Deus, Roma) saiu um cone de luz que penetrou no escuro disco. Vi por acima da igreja, humilhada e menoscabada, uma formosíssima Senhora com um manto azul celeste muito estendido e com uma coroa de estrelas na cabeça.
Dela procedia a luz que penetrava cada vez mais na escuridão, e ali onde chegava essa luz, tudo era renovado e tudo voltava a prosperar. Os novos apóstolos entraram todos naquela luz. Eu cria ter visto a mim mesma com outros a quem conhecia, que estávamos diante, no alto. Numa grande cidade vi uma igreja, a menor entre outras, que chegava a ser a primeira. Os novos apóstolos foram alumiados pela luz. Creio ter visto com eles à cabeça, a outros que não conheço.
Tudo voltou a florescer de novo. Vi um novo Papa muito severo. O abismo se fazia cada vez mais estreito: fez-se tão pequeno que podia ser coberto com um balde de água. Finalmente vi três exércitos ou comunidades que se uniam à luz. Tinha entre eles pessoas boas e ilustradas, as quais entraram na igreja. Tudo se tinha renovado e estava florescente. Vi que se edificaram igrejas e mosteiros.
Para mim isso significa finalmente a união das três grandes Igrejas, a Católica a Ortodoxa e a Protestante, que se vergarão unidas diante de Jesus que chega, para for um só rebanho e um só pastor.
Durante aquela tenebrosa aridez, fui transportada a um prado cheio de verdor e de cândidas flores que outras vezes tinha tido que recordar depois. Encontrei um valado de espinhas, com o qual me tinha lacerado e arranhado muito durante aqueles tempos ocorridos. Agora estava tudo florido e penetrei nele alegremente.

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