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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Visão de Anna Catharina Emmerich sobre a Igreja (11)

11. Visão da besta do mar e do Cordeiro de Deus. (Agosto a Outubro de 1820)

Esta visão, segundo diz Brentano em suas anotações, está cheia de interrupções, porque Ana Catarina via as coisas em tal forma que lhe era muito difícil descrevê-las depois ordenadamente. Nota também que a visão tem muitas formas de semelhança com as revelações de São João, que ela não tinha lido antes.
Vejo aos novos mártires, não de agora, senão de tempos futuros. Vejo sua aflição e vejo que se precipitam os fatos. Vi às sociedades secretas trabalhar e combater cada vez com maior intensidade para destruir à grande Igreja; e vi entre esta gente a um horrível animal, saído do mar.
O monstro tinha escamas como de peixe, juba como de um leão e muitas cabeças ao redor de uma maior do que as outras, arrepiada, formando uma coroa. Suas fauces eram grandes e vermelhas. Estava manchado como um tigre e andava confiadamente entre aqueles sectários destruidores. Muitas vezes estava no meio deles, enquanto trabalhavam, e também eles iam procurá-lo na caverna onde costumava esconder-se.
Nos artigos sobre as trevas, mostramos também as visões de uma outra pessoa, que apontavam na mesma direção. Que a fera se esconde muito bem em algum subterrâneo, de onde maquina a destruição. Só os seus mais diretos colaboradores a visitam, entretanto não está longe o dia em que a apresentarão a mundo como salvador.
Enquanto estas coisas sucediam, vi aqui e lá, no mundo inteiro, muitos bons e piedosos homens, especialmente eclesiásticos, atormentados, encarcerados e oprimidos, e tive o sentimento interior de que um dia teria novos mártires. Quando a Igreja estava em grande parte destruída, de tal modo que não ficava mais do que o coro e o altar maior vi a estes destruidores, juntamente com a besta, entrarem na Igreja.
Ali encontraram a uma Senhora grande e magnífica, que parecia estar em fita, pois caminhava lentamente. Os inimigos ficaram muito admirados e espantados, e a besta não pôde dar um passo mais. Estendeu furiosamente o pescoço para a Senhora, como se quisesse engoli-la (7), mas ela se voltou e caiu prostrada sobre seu rosto.
Vi então à besta fugir de novo para o mar e aos inimigos correr, confundidos e desconcertados, atropelando-se uns a outros: porque vi que, em torno da Igreja, vinham desde longe e se aproximavam grandes círculos, na terra e no céu. O primeiro círculo estava formado de jovens e de donzelas; o segundo, de pessoas casadas de todos os estados, entre eles reis e rainhas; o terceiro, de pessoas pertencentes às ordens religiosas; o quarto, de guerreiros, adiante dos quais vi a um ginete sobre um cavalo branco. O último círculo estava composto de lavradores e gente da comarca, muitos deles assinalados com uma cruz vermelha na testa. Enquanto se acercavam, os prisioneiros e oprimidos foram liberados e se juntaram com eles.
"E vi uma besta que subia do mar, a qual tinha sete cabeças e dez cornos, e sobre os cornos dez diademas e sobre as cabeças nomes de blasfémias. E a besta que vi era semelhante a um leopardo e as patas como de urso e a boca como de leão" (Ap.13, 1-2).
Os destruidores e conjurados foram jogados de todos os pontos, reunidos adiante daqueles círculos, e se encontravam, sem saber como, juntos num esquadrão, envolvidos em confusão e trevas. Não sabiam nem o que tinham feito nem o que deviam fazer e com a cabeça baixa se precipitaram uns contra outros, como os vejo fazer com frequência. Quando todos estiveram reunidos confusamente, os vi abandonar a obra de destruição e perderem-se desorientados entre os diversos círculos.
Não restam dúvidas de que uma nova Torre de Babel acontecerá. Eles hoje estão edificando este monstro em lugar da Igreja e é como a antiga Babel. No momento oportuno Deus semeará a discórdia no meio deles, de modo que não conseguirão concretizar seus maléficos objetivos.
Vi depois à Igreja, de novo, rapidamente restaurada, com maior esplendor que antes, pois as gentes de todos os círculos, de uma extremidade à outra do mundo, atingiam-se umas a outras as pedras para reedificá-la. Quando esses círculos se aproximavam, o primeiro ou o mais interno se colocava por trás dos outros. Parecia que se distribuíam entre eles as obras diversas de oração e como se o círculo dos guerreiros começasse obras de guerra.
Neste círculo me pareciam confundidos amigos e inimigos de todos os povos. Eram verdadeiros soldados de nossa espécie e cor. Este círculo, no entanto, não estava do tudo fechado, senão que para o Setentrião tinha uma mancha ampla e escura, como uma abertura, como um abismo. Este abismo se estendia para abaixo, nas trevas, precisamente como nos umbrais do Paraíso, naquele ponto onde Adão, arrojado, saiu afora.
Parecia-me como se lá abaixo se estendesse um escuro e tenebroso lugar. Vi como se porções deste círculo ficassem atrás e não quisessem avançar e estes se mantivessem estreitados entre si e tristes os rostos, olhando-se uns a outros. Em todos estes círculos vi a muitos que serão mártires de Jesus Cristo, já que tinha também muitos maus e por esta causa teria outra divisão.
Vi que a Igreja tinha sido do tudo restaurada, e sobre ela o Cordeiro de Deus, em cima do morro, e em torno dele, um círculo de virgens com palmas nas mãos, e os cinco círculos dos esquadros celestes, como os da terra. Os círculos celestes tinham avançado juntamente com os terrestres e faziam de comum acordo. Em torno do Cordeiro estavam as quatro imagens apocalípticas dos animais sagrados.

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